a2000-02

TEXTOS DE FEVEREIRO 2000 NA ORDEM EM QUE FORAM ESCRITOS

Dp2000-02-01

ITÁLIA E SEUS ADVOGADOS COMO GUERREIROS DA MAFIA, CORRUPTOS SANTIFICADOS E OS NOVOS BÁRBAROS

Os advogados italianos estão prestes a entrar em acção como guerreiros da mafia. Ameaçam com mais uma greve. Poderei estar enganado mas estou convencido que vão contribuir para libertar mafiosos e tornar o sistema judicial italiano mais injusto e fantoche. A criminalidade e a insegurança crescem e são dos principais problemas, a criminalidade moderniza-se e torna-se cada vez mais eficiente e o sistema policial e judicial parecem cada vez mais burocráticos e ineficientes.

Em Itália muitos advogados parecem protótipos dos novos guerreiros da mafia e da injustiça, (cf. : http://members.xoom.it/jiimm/lb), ameaçam com uma terceira greve. Após as duas greves anteriores, muitos grandes mafiosos entraram em liberdade sem julgamento. Após a última, dezenas de condenados, 15 deles condenados à prisão perpétua em primeira instância, um deles réu confesso de 59 homicídios, foram postos em liberdade porque decorreu o tempo entre o primeiro julgamento e o recurso. Por outras palavras, os responsáveis pela Justiça estiveram muito ocupados em importar uma terrorista italiana que se queixava de estar em más condições nas prisões dos USA, (e uns meses depois de estar numa prisão italiana disse que estava melhor na prisão americana , cf.: http://members.xoom.it/jiimm/aaast), em satisfazer os advogados da mafia e não tiveram tempo de criar condições de julgar perigosos criminosos.

Penso que o "Direito" e o sistema judicial tradicional ou sofre uma grande revolução ou cai no ridículo perante a opinião pública. Poderei estar enganado em algumas das minhas ideias mas estou convencido que tenho já no meu jornal as ideias básicas para uma grande revolução judicial, moral, social e política.

Os ricos estão cada vez mais ricos e controlam meios de criar maneiras de pensar tolerantes da ladroagem, corrupção e criminalidade: um popular programa dá a palavra a um ladrão que diz que os roubos estimulam a economia porque produzem mais anti-furtos, compram outros carros quando são roubados, desenvolvem os sistemas de segurança…; uma senhora defende as recomendações porque salvou a vida a uma criança fazendo-a passar à frente das outras nas bichas dos hospitais; um presidente da Câmara de Milão condenado por corrupção na construção do metropolitano diz que as pessoas ao andarem no metro lhe agradecerão pelo que fez; alguns ironizam que se Craxi merece uma estátua de bronze pelo que fez pelo seu partido, Riina, (boss da mafia), merece uma estátua de ouro pelo que fez pela mafia. Mas os meios de informação não apresentam a outra face da medalha: a criminalidade absorve energias que em vez de produzirem bens sociais causam tragédias. A corrupção, não fica desculpada com o que se fez apesar da corrupção. Foi apurado que a construção do metropolitano de Milão passou a custar metade quando os juízes de "mãos limpas" começaram a investigar a corrupção. Isto quer dizer que com menos corrupção ou os contribuintes pagariam metade dos impostos ou se construiriam dois metropolitanos em vez de um. E o que se passou com o metropolitano de Milão passa-se quase sempre com as obras públicas em Itália.

Por outro lado as empresas públicas enchem-se de ineficientes que recebem tachos pela sua corrupção política. A "Ferrovia" ,(caminhos de ferro), é um poço de dinheiro público para alimentar "lençóis de ouro", (um escândalo de um empregado que se tornou milionário com os lençóis vendidos à Ferrovia), os correios são dos piores do mundo ao ponto de serem encontradas mais de uma vez montes de correspondência nos caixotes do lixo sem serem entregues. Tudo isto mina a estrutura económica e social: as empresas não têm confiança nos correios e nos transportes, não se instalam nas zonas de mafia, a vida é condicionada pela criminalidade e corrupção.

Antonio Di Pietro iniciou uma revolução judicial, social e moral da sociedade. Tornou-se o homem mais popular de Itália e talvez fosse o melhor revolucionário dos tempos actuais se não abandonasse a magistratura para entrar na Política. Num sistema corrupto um honesto magistrado não tem grandes possibilidades. Foi abafado pelos órgãos de informação. Dizem que o voto popular se deve sobrepor aos juízes. Mas num sistema corrupto o voto popular depende essencialmente da corrupção. São os mais corruptos que têm meios de apresentar as suas meias verdades, de comprar os meios de informação, de colocar os seus ideólogos a pôr em ridículo o adversário.

Antonio Di Pietro foi julgado com testemunhas contra ele bem pagas ou a troco de grandes benefícios. Foi absolvido apesar disso. Mas a luta contra ele continuou nos meios de informação com um grande vigarista a dar lições de moral política e a colocá-lo em ridículo. Curiosamente esse vigarista consegue mais votos em algumas regiões para o Parlamento Europeu do que Antonio Di Pietro. Os votos dependem mais do que se diz que se faz do que daquilo que se faz. Craxi, com muita corrupção, com muitos tachos na função pública aos mais corruptos do seu partido, conseguiu muito dinheiro para muita publicidade e muitos votos. Os beneficiários fazem dele um herói, mas quantos ficaram prejudicados?

Na Rússia, Lenin e Stalin mataram milhões dos mais ricos e distribuíram as suas fortunas pelos outros. Os vencedores e beneficiários fizeram deles uns heróis. Mas com a queda do muro e a abertura ao Ocidente foram considerados os responsáveis pelo atraso de vida do comunismo. As suas estátuas foram deitadas ao lixo e a história foi rescrita. Quantos inocentes morreram para alguns terem uma vida melhor?

Se Antonio Di Pietro vencesse permaneceria como um herói. Mas uma comissão política (corrupta?) vai substituir os juízes e a corrupção vai continuar.

Se um político tivesse uma atitude dura contra a mafia, mesmo que matasse umas dezenas de mafiosos e salvasse a vida a umas centenas, seria um herói para os mais honestos cidadãos. Quantos benefícios sociais não resultariam se o dinheiro e os recursos humanos actualmente ocupados com a criminalidade fossem canalizados para actividades produtivas que ocupassem os desempregados? Quantas centenas de inocentes se salvariam com a morte de algumas dezenas de criminosos? Mas se eu defender essa teoria hoje sou considerado um bárbaro da Idade Média. A pena de morte è tabu. No entanto a Itália actual é uma barbárie do género do Império Romano quando se divertiam a deitar os escravos criminosos às feras nas arenas. Simplesmente actualmente a posição inverteu-se: os mais honestos cidadãos são os escravos que com seu trabalho alimentam o luxo dos criminosos e os polícias, juízes e políticos mais honestos são apresentados cravados de balas no circo dos meios de informação.

 ARTE, CULTURA E JORNALISMO DOS BONS E DOS MAUS

Em Milão inaugurou-se uma "obra de arte" com os "bons" a aplaudirem o Presidente da Câmara enquanto elogiava a criatividade e os "maus" a protestarem contra o desperdício de 22 biliões de liras, (2.200.000.000$00), com aquela agulha de 18 metros e o respectivo fio. Alguns diziam que lha deviam espetar no ...

Com tanta gente a morrer de frio dormindo nas ruas gastam uma fortuna astronómica com aquilo que chamam arte e criatividade.

Recordo os 30 biliões de liras, (3.000.000.000$00), gastos pela mesma Câmara de Milão para limpar os "grafits" e pergunto a mi próprio se nesses "grafits" não haverá mais arte e criatividade. De duas coisas não tenho dúvidas: os 30 biliões seriam muito mais bem empregos na limpeza moral da cidade e os 22 biliões poderiam promover outra arte, outra cultura e muitas obras mais úteis à sociedade.

Por acaso, enquanto me cortavam o cabelo, caiu-me nas mãos uma revista popular e lá estavam dois dos exemplos mais típicos de um certo jornalismo italiano: 1) uma grande reportagem com a família de Craxi para reabilitarem a sua imagem e o apresentarem como um mártir; 2) investigação jornalística para saberem se o famoso vigarista, play-boy, milionário e político tem só um filho para nascer ou outro de um ano, nenhum deles da principal namorada dos últimos dois anos, uma modelocom 20 anos, metade da sua idade. Noutra revista apareceu ao lado de uma strip-tease que o considera namorado.

Se bem percebi dos meios de informação e das condenações em tribunal, o 6º mais rico de Itália deve parte da sua fortuna e da sua carreira política a vigarices ao dano dos mais honestos contribuintes. Dão-lhe votos por encarnar o sonho de muitos italianos: rico, bonito e play-boy? Ou por ser muito convincente em televisão?

Dele se conta esta anedota: Fez-se um inquérito às mulheres italianas perguntando se iriam para a cama com ele. 50% responderam que sim. As outras 50% responderam: "outra vez?!"

Todos os dias dá lições de moral em televisão. De uma dessas transmissões transcrevo e comento:

"Não há prisão que não seja incivil … Educar è um conceito violento … O capitalismo matou o espírito … A ética è individual e o capitalismo criou uma ética colectiva … O bloco comunista … com menos televisão e mais leitura, estimulou uma ética individual. O capitalismo, com a televisão omnipotente, impõe uma ética colectiva e atrofia a individual. O comunismo criou uma ética individual, (liberal) e o capitalismo criou uma ética colectiva, (comunista)."

Numa coisa tem razão: em Itália há valores a circular nos meios de informação que parecem ser aceites por todos em determinado momento e negados por quase todos a partir de um outro momento. È como se houvesse uma carneirada da informação em que todos seguem um pastor. O caso mais estranho foi o da "santificação" de uma terrorista seguido de uma mudança radical em 3 dias, (cf.: http://members.xoom.it/jiimm/aaast). Outro caso semelhante mas invertido passou-se em relação a Craxi: trataram-no quase como um grande criminoso e santificaram-no no dia da sua morte. A fotografia deste vigarista, político, moralista… apareceu nos jornais com as suas palavras: "Craxi seria um ladrão como afirmaram os juizes mas mais ladrões são os que lhe roubaram a vida, o lugar na política, o prestígio, a honra …" As suas palavras, por mais injustas que sejam, são aproveitadas e postas em relevo pelos meios de informação porque correspondem a um sentimento que se generalizou. Pouco importa se Craxi foi o expoente máximo da corrupção política e se grande parte do prestígio que teve ele e o partido se deveu à corrupção com trágicas consequências sociais. Por exemplo o mau funcionamento de quase todas as empresas públicas deve-se a esse sistema de corrupção muito desenvolvido por Craxi que consistia em colocar a dirigir as empresas públicas os que mais dinheiro conseguiam para o partido, isto è, os mais corruptos e prejudiciais para as empresas. As empresas públicas vendiam o património a metade do preço de mercado na condição de o comprador dar uma parte ao partido. Com o dinheiro da venda compravam-se coisas não em função das necessidades e do bom funcionamento da empresa pública mas em função do que dava dinheiro seguro ao partido sem levantar escândalo. Compravam-se então coisas inúteis a um preço muito superior ao do mercado. Alguns jornalistas gritavam ao escândalo mas eram assassinados pela mafia. Desse dinheiro dos mais honestos contribuintes para obras públicas e corrupção tinha que ir algum para a mafia. Esta è uma realidade da qual è proibido falar no dia da morte de Craxi. Se eu retomar as palavras do vigarista e disser: "È verdade que roubaram a vida, a honra, o prestígio a Craxi … mas salvaram muitas vidas dos mais honestos cidadãos …" neste momento cai fora da actualidade. E no futuro?

Se é verdade, como afirmam os magistrados, que Craxi foi não só um grande corrupto, mas o promotor de um sistema de grande corrupção, os italianos não terão vergonha de fazer dele um herói e um mártir.

 

dl00-02-06

Há dez anos estava eu a alimentar com o meu trabalho o casal, "GRANDE ADVOGADO & C.", que me arruinou a vida. Agora volta esse incubo... Talvez pela falta que me faz o que eles me levaram... Mas a minha luta por justiça vai continuar. Sonho que ficarei na História por revolucionar a Justiça tradicional, o jornalismo e a política. Sonho que um dia os meus textos serão considerados mais importantes do que muitos da Bíblia, que os jovens compreenderão que os meus textos valem mais do que os tratados de Direito e acabarão por recusar-se a ser fantoches dessa fantochada a que chamam Justiça. Serão sonhos de um visionário? Ou de um novo profeta de um mundo melhor?

dp00-01-09

Carj6

CARTAS ABERTAS AOS RESPONSÁVEIS PELA JUSTIÇA EM PORTUGAL

N.6 ASSUNTO: O GRANDE ADVOGADO E A IMPOTÊNCIA OU VITÓRIA DA JUSTIÇA?

Um dia cheguei a Itália com 30 volumes, malas, sacos e caixotes e 7 pessoas contratadas. Vinha do Brasil num cruzeiro com um ballet no qual tinha feito o maior investimento da minha vida. Tinha comprado algumas das melhores fantasias do carnaval do Rio de Janeiro e montado um grande espectáculo. Deixei por alguns dias o ballet a trabalhar num local e quando voltei tinham desaparecido com tudo, incluso tinham recebido do patrão parte do dinheiro que me pertencia da produção do espectáculo. Recordo que naquela altura pelo menos 3 das pessoas mais amigas com quem falei do caso, uma de Paris, outra da Checoslováquia e outra do Canadá, foram unânimes em aconselhar-me a recorrer à mafia em vez de recorrer à polícia e à Justiça. Isto prova como naquele tempo existia uma fama internacional de que em Itália a mafia era eficiente e a Justiça não.

Depois cheguei à triste conclusão de que tinham razão. Depois de vários dias consegui localizar o ballet a trabalhar por conta própria com as minhas coisas. A polícia não interveio pois tinha boas relações com o local onde trabalhavam, tive de recorrer a um advogado e começar a gastar dinheiro com uma trágica aventura judicial: o ballet continuou a trabalhar com as minhas coisas e só ao fim de 15 dias o advogado conseguiu que fosse sequestrado todo aquele material par me ser entregue 3 anos depois com quase tudo podre. O que vi no funcionamento do sistema tradicional judicial da "Pátria do Direito" deixou-me revoltado, desiludido e deprimido.

Foi neste estado de espírito que me apareceu um amigo dos tempos de universidade de Lisboa. Não o via há mais de dez anos. Contou-me que tinha sido um "grande advogado" durante dez anos e que também ele estava a ser vítima de uma injustiça, correndo o risco de ir para a prisão em Portugal se não permanecesse no estrangeiro até mostrar a sua inocência.

Alojei-o e alimentei-o durante vários meses a ele e à esposa, tentei ajudá-lo a encontrar trabalho, mas depois vigarizou-me em milhares de contos com ameaças em estilo mafioso.

Foi condenado em Itália a 9 meses de prisão e ao pagamento de parte das vigarices mas como è um grande advogado e a Justiça tradicional o que se vê nem foi para a prisão nem me pagou nada. Com as leis tradicionais pode viver tranquilamente em Portugal sem me pagar nada. Com as leis tradicionais está há cerca de dez anos a viver com milhares de contos que me levou com vigarices e ameaças mafiosas. Com a Justiça tradicional não tenho grandes esperanças de ser indemnizado. Luto por uma "NOVA JUSTIÇA" que faça justiça no sentido real do termo: obrigue os ladrões, vigaristas e criminosos a indemnizarem as vítimas, mesmo os grandes advogados.

Peço aos responsáveis pela Justiça que façam outras leis, ou não cumpram as leis quando estão ao serviço de injustiças, e impedem que se faça Justiça.

Na "NOVA JUSTIÇA" como eu a idealizo, bastaria uma única lei que se sobrepusesse a todas as outras, juizes de bom senso que até poderiam ser analfabetos mas mais honestos e com mais bom senso de Justiça do que o juiz que no Governo de Andreotti fez a carreira mais espectacular de toda a história judicial da "PÁTRIA DO DIREITO", para revolucionarem não só a Justiça como toda a sociedade. Bastaria decretar a honestidade e bom senso de justiça acima de qualquer lei. Quem por meios menos honestos tentasse servir-se das tradicionais leis para fazer vigarices pagaria as consequências.

Contra a tradicional "IRRESPONSABILIDADE" dos Juízes eu proponho um aumento da responsabilidade acompanhada de um aumento de poder, de liberdade e de regalias. Como explico no meu livro "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA" onde falo da inteligência das galinhas e da estupidez do tradicional sistema, um juiz deve fazer carreira pela sua honestidade, competência, inteligência e bom senso de justiça e não por rebuscar leis para julgar ao serviço do poder, seja ele mafioso, corrupto-democrático ou democrático. Na Itália, enquanto Andreotti esteve no poder, subiu em menos tempo a Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, a pessoa com menos bom senso de justiça de que eu tive conhecimento,. Por faltar um selo num documento pôs em liberdade um grande criminoso implicado em dois sequestros de pessoas. Andreotti, depois de sete anos de processo com acusação de associação mafiosa foi absolvido. Mas a meu ver é moralmente responsável do poder que lhe veio da mafia, de não a ter combatido eficazmente e de ter governado com um sistema judicial impotente frente à mafia. Andreotti nega a sua interferência na subida desse juiz conhecido por "mata sentenças" por ter libertado milhares de mafiosos condenados nos outros tribunais e que por meios suspeitos eram depois canalizados para ele e absolvidos. Mas na verdade, como principal político, também era o principal responsável por tal situação.

Após a queda de Andreotti esse juiz foi "condenado" a seis anos de férias à custa dos mais honestos contribuintes. Foi suspenso das funções mas continuou a ganhar o mesmo ficando em casa. Aqui vemos como o tradicional sistema não só permite fazer melhor carreira a quem menos merece com dá prémios aos mais incompetentes.

Na "NOVA JUSTIÇA" como eu a idealizo, os mais honestos, inteligentes e com bom senso de Justiça subiriam nas estruturas policiais e judiciais, mas seriam responsabilizados e desceriam quando as suas decisões não se mostrassem à altura das responsabilidades. Numa tal estrutura judicial nem o juiz "mata sentenças" subiria a Presidente do Supremo Tribunal de Justiça nem passaria seis anos de férias à custa dos mais honestos contribuintes. 

lb

DA PSICOLOGIA À FILOSOFIA DA "NOVA JUSTIÇA"

(Texto para livro em preparação: "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA" onde se mostra como até um analfabeto poderá fazer melhor do que muitos com muita sabedoria … Já disponível na Internet: http://members.xoom.it/jiimm/lb.htm ).

 

A Justiça deveria fazer justiça. Mas o que è justo para um geralmente não è considerado justo pelo adversário. Ao longo da história, quer a nível individual quer a nível colectivo encontramos a luta ou as guerras para resolver os conflitos. Daí resulta geralmente uma maior injustiça: faz-se a justiça do mais forte depois de enormes prejuízos para as duas partes. A Justiça representou geralmente o papel de árbitro dessa luta de forças. Actualmente essa luta foi "civilizada" mas continua a ser uma luta com o juiz a fazer de árbitro do mais forte, manietado por leis feitas pelos mais fortes ao serviço da justiça dos mais fortes, sugestionado pelos advogados dos mais fortes, numa política dos mais fortes.

Os mais pobres que são roubados pelos mais fortes, mais espertos e menos honestos nem sequer têm meios de recorrer à Justiça: não podem dispor de todo o seu ordenado para pagar um advogado e um processo judicial que acabará por tender a fazer a justiça do mais forte. Existem os advogados de oficio mas só em determinadas condições, poucos conhecem os meandros e as burocracias para os conseguir e depois acabam por ser mais uma injustiça: os mais honestos contribuintes pagam pelos menos honestos.

A Justiça que deveria ser um meio mais racional, mais lógico e mais justo de resolver os conflitos evitando as lutas e consequentes danos torna-se um campo de batalha com regras antiquadas, métodos ineficientes, labirintos de burocracias e leis que transformam o resultado em injustiças evidentes ao mais elementar bom senso.

Casos simples que se poderiam ser resolvidos numa NOVA JUSTIÇA por um juiz mesmo analfabeto em poucos minutos, entram na engrenagem dos tradicionais tribunais e sai ao fim de muitos anos um aborto do que deveria ser a Justiça, uma injustiça ainda maior.

Como o sistema não só não faz justiça como impede que cada um faça justiça, permite um exército de ladrões, vigaristas e criminosos a viver no luxo com o trabalho dos mais honestos. È lógico que assim aumente a criminalidade e a falta de honestidade. Os responsáveis pela Justiça e os políticos de vistas curtas pensam resolver os problemas da Justiça com amnistias e des- penalizações. Como resultado em Portugal a pequena criminalidade cresceu 20% ao ano durante 7 anos . E depois da pequena criminalidade virá a grande criminalidade. Qualquer analfabeto domador de circo conhece o princípio psicológico fundamental da educação dos comportamentos animais ou humanos: os comportamentos premiados tendem a ser repetidos e os castigados tendem a ser evitados. Por outras palavras para ver se certos políticos e responsáveis pela Justiça compreendem: com um sistema judicial à italiana do rouba e paga 10% ou com um sistema à portuguesa que obriga as vítimas dos vigaristas a percorrer mais quilómetro a caminho dos tribunais do que a darem a volta ao mundo para depois não obterem justiça, (e isto são casos difundidos nos meios de informação que deveriam envergonhar políticos e responsáveis pela Justiça), è lógico que a criminalidade aumente. Com centenas de pessoas a viver na miséria e a passarem os últimos anos de vida no desespero de obterem justiça contra milionários que constróem as suas vivendas com o dinheiro que lhes custou tanto a ganhar, è natural que enlouqueçam e recorram à criminalidade como vingança da Justiça que lhes è recusada. Com um "GRANDE ADVOGADO" a gozar milhares de contos que me custaram muito ganhar, a pagar-se hotéis de luxo com o que eu economizei com tanto sacrifício, perante um sistema judicial com tantas leis e tanta sabedoria que não só não faz Justiça como castiga as vítimas de injustiças com custos para nada, è lógico que se estimula uma sociedade de ladrões e vigaristas que preferem estudar leis para vigarizarem legalmente do que trabalharem honestamente.

Seguindo as palavras do ex- Ministro da Justiça Laborinho Lúcio: "Lutar por Justiça è um direito e um dever de cada cidadão". Se o tradicional sistema judicial se revela impotente quando um grande vigarista e criminoso è também um "GRANDE ADVOGADO", è urgente alterar esse sistema judicial. A minha luta por justiça vai continuar e fiz já um testamento para que mesmo que eu morra sem obter justiça a minha lute continue. Porque estou convencido que uma melhor Justiça seria o caminho mais fácil de contribuir para um mundo melhor. Se a "civilizada" Justiça tradicional não faz nem deixa fazer justiça torna-se a principal responsável pela degeneração da sociedade, decadência dos valores, corrupção da política e insegurança generalizada.

 

Lb

IDEIAS PRÁTICAS PARA A NOVA JUSTIÇA

Dada a subjectividade de cada caso e dos valores que podem estar implicados em cada caso temos de renunciar à hipócrita pretensão de fazer uma Justiça perfeitamente justa e igual para todos. A Justiça foi e será sempre uma justiça de classe, mais ou menos adaptada a cada época. Aceitemos que somos humanos e procuremos fazer a melhor justiça possível aplicada a cada caso. As leis ou normas gerais para cada tipo de comportamento devem existir como base de julgamento mas muitas vezes vale mais o bom senso do que as leis. Cada juiz deve ter mais liberdade mas também mais responsabilidade. Um juiz que dá liberdade a um criminoso que assassine várias pessoas pode ser responsabilizado ao menos com a mudança de ocupação passando por exemplo a um trabalho de revisão de papeladas e burocracias sem responsabilidade de decisão. Quando um criminoso comete um delito grave, ou mesmo um menos grave repetido, deve ser condenado por tempo indeterminado, ou por um tempo indicativo da gravidade do reato mesmo superior à esperança de vida. No entanto poderá entrar em liberdade progressiva desde que se mostre reeducado.

Da responsabilização dos juizes, da sua subida na escala de decisão pode resultar uma Justiça mais justa e adaptada a cada caso concreto e à evolução dos tempos. As constituições e as leis foram feitas num determinado momento histórico para responderem a determinados problemas. Mas ninguém pode prever a evolução das mentalidades e dos problemas sociais aos quais a justiça deve dar resposta. Muitas vezes enquanto se espera a adaptação das leis a problemas novos já atingiram proporções enormes e causaram catástrofes que poderiam ser evitadas com uma Justiça imediata e eficaz.

Imagino que cada juiz possa fazer leis condicionais para cada caso concreto e que do bom ou mau resultado dependa a sua carreira futura. Por leis condicionais intendo com prévias condições sobre comportamentos futuros. Por exemplo quando começou a moda dos raptos em Itália se um juiz dissesse aos raptores e colaboradores: "se a vítima morrer serão condenados à morte todos os implicados. Quem se entregar e denunciar os outros será perdoado de parte da sua pena. Quem tiver conhecimento de qualquer pista ou qualquer informação sobre os raptores e não a comunicar poderá ser considerada cúmplice, perder todos os seus bens e ir para a prisão. Quem prestar informações será premiado." Isto cairia como uma aberração na "Pátria do Direito" que transforma condenados à morte da América em heróis e mártires esquecendo os mártires inocentes do seu próprio povo. Eu não tenho a mínima dúvida de que com uma Justiça dura, imediata e eficiente contra a criminalidade, incluso com a pena de morte condicional, com a morte de dezenas de criminosos se evitaria a morte de centenas ou milhares de inocentes. Nos últimos tempos em Itália foram raptadas cerca de mil pessoas, morreram cerca de cem, deslocaram somas enormes do processo produtivo do país para alimentarem criminalidade. Essa criminalidade continuará a aumentar e a produzir vítimas se não houver uma atitude forte da parte da sociedade.

Quando o juiz Antonio Di Pietro iniciou uma linha dura contra a corrupção política tornou-se o homem mais popular de Itália porque a sua política judiciária correspondia a um consenso geral da população. Um sistema político e judicial que tivesse tido uma linha dura contra os raptores de pessoas teria certamente evitado muitas mortes e ganharia popularidade. Mas com Andreotti no poder a defender os seus amigos mafiosos e o juiz "mata-sentenças" a libertar raptores porque num processo faltou um selo fiscal, a Itália tornou-se um paraíso de criminosos. Com Andreotti sob processo com acusa de mafioso e o juiz "mata-sentenças" suspenso as vítimas da mafia reduziram-se para menos de metade e o medo da criminalidade decresceu. Mas talvez a criminalidade nunca tivesse subido tanto se não tivesse subida a Presidente do Supremo Tribunal de Justiça esse juiz "mata-sentenças".

 Lb

ADOPÇÕES, LEIS, HUMANISMO E BOM SENSO

(Texto para livro em preparação: "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA" onde se mostra como até um analfabeto poderá fazer melhor do que muitos com muita sabedoria … Já disponível na Internet: http://members.xoom.it/jiimm/lb.htm ).

Uma lei antiga de Itália proibia adopções de crianças com uma diferença de idade da dos pretendentes pais de mais de 40 anos. Um casal adoptou na prática uma criança de 11 anos com uma diferença de 48 anos, lutou durante 6 anos pela legitimação do facto e conseguiu-a com uma sentença do Supremo que considerou a lei desadaptada dos tempos actuais. Este caso ocupou muito os meios de informação e em Fevereiro do ano 2000 começou a falar-se em mudar a lei.

Isto que teve um percurso de 6 anos seria resolvido na NOVA JUSTIÇA em poucos minutos com mais humanismo, justiça e bom senso. Os códigos tradicionais estão cheios de leis desactualizadas cujo cumprimento põe em ridículo o tradicional sistema judicial. A evolução da sociedade nunca conseguirá ser acompanhada pela produção de leis e sua adaptação contínua aos burocráticos tribunais tradicionais. O humanismo e bom senso de justiça deve estar em muitos casos acima das leis.

Há continuamente catástrofes em diversos pontos da humanidade que deixam crianças sem pais. Há continuamente em diversas partes do mundo pais que matam alguns filhos para poderem subsistir com os outros, ou que os deixam morrer de fome ou que os vendem a mafias que os comercializam nos países mais ricos. Há continuamente em diversas partes do mundo pessoas de certa idade que desejam adoptar crianças e têm meios económicos e humanos de ajudar essas crianças. Seria justo, humano e de bom senso facilitar adopções. A mafia que compra filhos às famílias pobres do Brasil e os vende às famílias ricas de Itália que não têm paciência para passar pelas burocracias e dificuldades judiciais das adopções legais, fazem melhor justiça, com mais humanismo e bom senso do que este tradicional sistema judicial que dificulta essas adopções. No final as famílias pobres que vendem alguns filhos fazem melhor do que deixá-los morrer de fome ou mandá-los a roubar para as ruas.

 lb

A VINGANÇA DO JUIZ E A RESPONSABILIDADE DA JUSTIÇA TRADICIONAL PARA UM MUNDO PIOR

Uma senhora era signatária de um regulamento de condóminos que proibia as bicicletas num espaço comum. De facto metia a sua bicicleta em casa até que com a idade e a doença passou a ter dificuldades em subir as escadas com a bicicleta e a deixá-la amarrada ao fundo das escadas. Os outros 10 proprietários protestaram primeiro oralmente, depois com carta recomendada e por fim com factos: cortaram-lhe o cadeado que prendia a bicicleta e colocaram-lha à porta.

Recorreu ao juiz do programa de televisão "Forum", (TV4, Itália, 17.01.2000), e ouvi a sentença mais absurda deste programa que vejo há muitos anos: a senhora tinha pedido 2.000$00 de danos materiais por lhe cortarem o cadeado mais danos morais não especificados. O juiz reconheceu a ilegalidade de colocar lá a bicicleta mas condenou os outros condóminos a indemnizá-la em 200.000$00 por terem feito justiça por suas próprias mãos. A senhora que representava a administração do prédio pensou que o juiz se tinha enganado e queria dizer 2.000$00. Mas o juiz reafirmou 200.000$00. Pareceu-me incrível. Os autênticos ladrões, vigaristas e criminosos raramente indemnizam as vítimas. Os que fazem justiça por suas mãos indemnizam a 2000%. Um "GRANDE ADVOGADO", depois de comprovados crimes e vigarices, foi condenado à prisão mas só foi condenado a pagar-me uma parte das vigarices. Os danos morais, psicológicos, profissionais e materiais elevam-se a muitos milhares de contos. Mas como è um "grande advogado" e a Justiça tradicional aquilo que se vê, não pagou nada nem foi para a prisão.

Penso que esta decisão foi um erro do juiz que em geral até tem bom senso de justiça. A sua presunção de vedeta da Justiça sentiu-se afectada pelos que quiseram fazer justiça por suas próprias mãos e vingou-se. Isto quer dizer que mesmo os melhores acabam por ter os seus fracos e cometer os seus erros. Em quase todas as actividades humanas as pessoas são responsabilizadas pelos seus erros e tentam corrigir o mais depressa possível qualquer engano. O sistema judicial tradicional è talvez a actividade humana onde se cometem mais erros com mais trágicas consequências e onde os responsáveis menos respondem pelas consequências. Compreendo que um juiz se engane e falhe. Não compreendo como o juiz que mais falha e que mais absurdos de justiça comete seja o que mais depressa chega a Presidente do Supremo Tribunal como aconteceu em Itália com o tristemente famoso juiz "mata-sentenças". Não compreendo como os responsáveis pela Justiça tradicional não sentem vergonha de não corrigir imediatamente os seus erros quando è evidente que se enganaram. Em Portugal li o caso de um homem que estava há 8 anos na prisão com acusação de ter assassinado uma pessoa. Mas o verdadeiro assassino confesso declarava que o condenado não entrava nada no caso. Apesar disso continuava preso. Em Itália está há muitos anos preso um cigano com acusa de homicídio baseado apenas numa testemunha que primeiro disse ter reconhecido uma outra pessoa e depois aquele. Posteriormente os responsáveis foram presos, confessaram o crime e a inocência do condenado mas continua na prisão esperando uma amnistia do Presidente.

Este programa já tem vários anos de programação diária. Numa Itália em que a mafia faz muitas vezes melhor justiça do que os tribunais tradicionais com processos a decorrer há 26 anos, um programa que dá ideia de uma justiça fácil e com bastante bom senso, dá aos italianos a esperança na Justiça. Pena que esta Justiça exista só na televisão. Pena que os responsáveis das tradicionais justiças ainda não tenham aprendido com este programa em Itália, com "O Juiz Decide" da SIC em Portugal e com os de outros países. É pena que os tribunais tradicionais transformem as pequenas injustiças em grandes injustiças com as ineficientes burocracias em vez de uma justiça lógica e imediata. Os juizes escutam as duas partes e decidem. Parece-me muito mais lógico, eficiente e com mais probabilidades de ser justo do que um julgamento vários anos depois, com as lutas dos advogados a procurar a razão do mais forte e a vítima de uma injustiça a ser provavelmente vítima de uma segunda injustiça: o custo de um processo em Tribunal com todas as deslocações e inconvenientes.

Neste programa de televisão não só se dá a palavra ao público, dando assim ao menos a ilusão de uma vitória moral quando as leis se opõem ao bom senso, mas os juizes foram escolhidos em função de um certo bom senso de popularidade indo ao encontro dos telespectadores. Neste caso, como foi apresentado na televisão, a senhora não tinha direito legal de amarrar a bicicleta num espaço que pertencia também aos outros sem sua autorização. Mas o facto de a senhora ser doente convidava à generosidade e tolerância. Para castigar os que fizeram justiça por suas próprias mãos aplicou um castigo nitidamente exagerado.

Mas as dificuldades em obter justiça nos tribunais tradicionais e o castigo dos que fazem justiça por suas próprias mãos conduz muitas vezes à degeneração dos costumes: os ladrões, vigaristas e criminosos sentem-se não só impunidos pelo Justiça tradicional como protegidos contra eventual justiça popular ou das vítimas. A Justiça tradicional pode castigar tanto um pobre velho que mata o ladrão que lhe entrou em casa, ou o polícia que matou o ladrão num assalto, como o criminosos que mata para roubar. Muitas vezes o crime è o único meio de punir criminosos e de impedir outros crimes maiores. Nestes casos em vez de punido deveria ser premiado e considerado um acto heróico. Se a Justiça não faz nem deixa fazer justiça torna-se um meio de contribuir para um mundo pior.

 

INJUSTIÇAS DA JUSTIÇA NA "PÁTRIA DO DIREITO", LADROAGEM E FANTOCHADAS COM AS LEIS TRADICIONAIS E COMO UM ANALFABETO FARIA MELHOR NUMA "NOVA JUSTIÇA"

O irmão do principal político de uma pequena localidade de Itália, especialista em criar empresas em nome próprio e de familiares que leva à falência, fez um contrato de construção de uma obra, recebeu cinco mil contos ao iniciar os trabalhos e não apareceu mais.

A vítima ficou sem o dinheiro, com a obra só começada e sem poder continuar. Com as leis actuais da "Pátria do Direito", para poder continuar a obra, depois de ser roubado por um vigarista, tem que ser roubado pelos responsáveis da Justiça. De facto, com as leis actuais de Itália, se a vítima entregasse o trabalho a um outro construtor sem ser anulado o contrato com o anterior corria o risco de ter de pagar duas vezes a obra completa: o titular do anterior contrato poderia não só ficar com o dinheiro que já lá tem como receber o resto. Assim paga três vezes parte da obra: pagou para o vigarista, paga para a Justiça e paga para outro construtor.

Só para anular o contrato e poder continuar a obra já pagou 250 contos para um advogado, 150 contos para um perito do tribunal ir ver o que foi feito e 200 contos para o tribunal. Se quiser continuar a perder dinheiro com a Justiça poderá fazer causa ao vigarista, gastar dinheiro arruinar a saúde, perder tempo e acabar por não receber nada porque o vigarista, antes de preparar a falência, soube pôr os bens em nome de familiares e oficialmente não tem nada.

Este caso è o protótipo de muitos em que a Justiça tradicional em vez de ajudar as vítimas de injustiças ainda as penaliza mais. Parece-me lógico que mesmo sem leis qualquer analfabeto numa NOVA JUSTIÇA faria melhor justiça em poucos minutos do que com tanta sabedoria e peritagens da Justiça tradicional. Na NOVA JUSTIÇA como eu a idealizo qualquer vítima de qualquer injustiça poderia recorrer imediatamente ao polícia de serviço mais perto. O réu seria obrigado a acompanhá-lo e se o não fizesse seria pior para ele: a vítima poderia chamar a polícia ao local ou deslocar-se sozinho a apresentar queixa. A deslocação da polícia seria paga pelo que não tivesse razão ou tivesse menos. Até prova em contrário a palavra dos mais honestos cidadãos substituiria peritagens, sobretudo quando o custo das peritagens aumenta a injustiça. Nesta NOVA JUSTIÇA qualquer analfabeto com um mínimo de inteligência e bom senso faria menor injustiça do que a "Justiça" tradicional com todas as leis e sabedorias acumuladas ao longo de séculos mas que por vezes seria melhor se estivessem no lixo. Em poucos minutos, ouvindo a queixa e a defesa qualquer polícia poderia decidir melhor do que muitas das decisões com peritagens e sabedorias a aumentar a injustiça. Em muitos casos um pouco de bom senso de justiça era melhor do que muitas sábias leis desadaptadas da situação prática actual.

Imagino uma NOVA JUSTIÇA onde o bom senso prevaleça sobre as leis em certos casos e a palavra dos mais honestos, prevalecendo sobre os menos honestos, substitua muitas estúpidas e ineficientes burocracias.

 

"SANTA TERRORISTA", JORNALISMO PARA UM MUNDO PIOR, "JUSTIÇA À ITALIANA E "HUMANISMO" ANTI-AMERICANO COM DÓLARES DA RÚSSIA

Durante mais de dez anos por várias vezes me pareceu um absurdo como os meios de informação italianos "santificavam" e transformavam numa heroina e mártir uma sua cidadã Silvia Baraldini que nos USA tinha sido condenada a 43 anos de prisão por participar em grupos terroristas, um dos quais causou a morte a dois polícias e um guarda jurado num assalto a um blindado porta-valores. Mais tarde compreendi que sendo filha de um embaixador italiano na América e tendo uma irmã na política italiana movimentou altos poderes políticos e diplomáticos que por sua vez manipularam órgãos de informação e opinião pública. A este facto veio juntar-se o poder do Partido Comunista Italiano: recebendo sacos de dólares da Rússia, ponta de lança da propaganda comunista na Europa, encontrou na "santificação" de uma terrorista anti-americana um meio de propaganda contra o chamado imperialismo americano.

A "santa terrorista", e o modo como tem sido tratada pelos meios de informação é um dos fenómenos mais curiosos sobre jornalismo e opinião pública, valores e filosofias da vida, pragmatismo americano e "humanismo" mafioso italiano. Desde 11.06.1999 em que foi anunciada a sua transferência de uma prisão americana para uma italiana por várias vezes foi a principal notícia dos meios de informação italianos. A sua entrada triunfal em Itália, colocou Itália em ridículo nos meios de informação internacionais e 3 dias depois, quando os jornalistas italianos leram o que se escreveu no estrangeiro, começaram as críticas aos custos económicos e políticos da sua transferência.

Seguiram-se críticas e o silêncio. Com a morte de Craxi foi recordada por o Estado Italiano ter gasto tanto na transferência de uma terrorista e ter deixado morrer no exílio um grande político (apesar de corrupto).

No dia 14.02.2000 voltou às primeiras páginas dos jornais com as suas frases bombásticas: "Estava melhor na prisão americana … tinha computador e palestra bem apetrechada …" O seu advogado comenta: "È uma segregada como nos USA mas ao menos ali era uma segregada de luxo".

Da leitura dos jornais e do que vi pessoalmente posso afirmar sem a mínima sombra de dúvida que tem melhores condições de alojamento do que milhares de honestos cidadãos que com seus impostos pagam o seu alojamento, comida, avião que a foi buscar, políticos que andaram caminho da América para a transferir e os 50 mil dólares que o Estado italiano pagou à América da sua condenação. Desde que ela chegou já morreram vários italianos por dormirem ao frio nas ruas de Roma. O que o Estado italiano gastou com a sua transferência dava para alojar muitos dos que morreram ao frio. Parece-me um absurdo tanta generosidade e tanto "humanismo" com criminosos e tão pouco com honestos cidadãos.

Parece-me um contra-senso que embora a criminalidade e insegurança esteja sempre nos primeiros lugares nas estatísticas das preocupações dos italianos, aprecem fenómenos de quase divinização de alguns criminosos. Um jovem de 18 anos com mais 4 colegas matou barbaramente os pais para se apoderar mais cedo da riqueza da herança. Em vez de ser considerado um monstro repulsivo, surgiu um clube de fans, recebia milhares de cartas de amor e inspirou a moda da juventude.

Os meios de informação ao divinizarem uma terrorista não estarão a estimular o terrorismo? Não estarão a contribuir para um mundo pior?

PIRES PORTUGAL (E-mail: piresportugal@hotmail.com).

Para saber mais:

JIIMM: JORNAL INTERNET DE IDEIAS PARA UM MUNDO MELHOR: http://members.xoom.it/jiimm :

CAMD: CARTA ABERTA A UM MINISTRO DE GRANDE SENSIBILIDADE E CORTESIA, UM DEPUTADO DEMASIADO HUMANO, PARTE DE UM POVO MUITO GENEROSO...

DP990828: INTERNET, JORNALISMO, IDEIAS COMO MONUMENTOS CULTURAIS.

DP990830 : SANTA TERRORISTA

DP990831: SANTA TERRORISTA... COMUNISMO ... IMPERIALISMO AMERICANO .

LB2EA : EFICIÊNCIA AMERICANA E HEROÍSMO, OU INJUSTIÇA, OU ESTUPIDEZ À ITALIANA. 

DPST: SANTA TERRORISTA ... MASS MEDIA E OPINIÃO PÚBLICA ...

TIST : ITÁLIA E SEUS QUERIDOS CRIMINOSOS

 

TSTC: "SANTA TERRORISTA": CULTURA DE UM POVO OU INJUSTIÇA E ESTUPIDEZ A ALTO NÍVEL?

DLST: A SANTA TERRORISTA, OS POBRES CONTRIBUINTES, POLÍTICOS E CULTURA QUE O POVO MERECE.

 

Dp00-02-21

DIÁRIO DE UM SONHADOR

O meu jornal na Internet "JIIMM" foi consultado apenas 52 vezes. Embora esteja teoricamente disponível gratuitamente para toda a Humanidade, poucas pessoas o consultaram. Ao rever algumas partes mais me convenci que tenho aí ideias para uma das maiores revoluções morais, judiciais e políticas deste século. Para isso os textos deveriam ser lidos pelos responsáveis pela Justiça, pela política e divulgados nos meios tradicionais de informação. Mas nem se apanham moscas com vinagre nem os responsáveis pela Justiça lêem quem os critica, nem os políticos têm tempo de procurar ideias para um mundo melhor numa Internet com biliões de informações. Os jovens estudantes poderiam encontrar no meu jornal muitas ideias para construírem o seu futuro mundo melhor. Mas já estão sobrecarregados com textos de leitura obrigatória. Mas eu estou convencido de que poucas das leituras obrigatórias dos futuros profissionais da Justiça serão mais importantes do que a leitura do meu jornal.

Convido os responsáveis dos meios de informação a consultarem o meu jornal, (JIIMM: JORNAL INTERNET DE IDEIAS PARA UM MUNDO MELHOR: http://members.xoom.it/jiimm ) e a julgarem se não tenho muitas ideias e textos que mereciam mais ser divulgação.

Convido os responsáveis pela Justiça tradicional a lerem a minha "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA" e a fazerem um "exame de consciência".

Convido os estudantes de Direito a recusarem aprender a ser fantoches de fantochadas a que chamam "Justiça".

Convido todos os que têm ideais de justiça a colaborar para a formação de uma "ASSOCIAÇÃO DE VÍTIMAS DE INJUSTIÇAS" e um movimento pela "JUSTIÇA SEM FRONTEIRAS".

Convido os que desejam um mundo melhor a consultarem o meu jornal, apresentarem críticas e sugestões criando talvez um movimento internacional de "VOLUNTÁRIOS PARA UM MUNDO MELHOR".

 

Dl00-02-24

DOS BÁRBAROS CIVILIZADOS À FANTOCHADA DO "JUSTO PROCESSO"

Morreram mais dois polícias e outros dois foram para o hospital numa luta contra os traficantes de cigarros. Cada carregamento de cigarros segue protegido por vários carros blindados, rodas e vidros anti-tiro, armações de aço a toda a volta. Quando aparece algum carro da polícia investem contra ele e provocam-lhe um acidente. Os traficantes têm centenas destes carros. Muitos foram sequestrados mas voltaram ao antigo uso. Precisamente um destes carros que tinha sido sequestrado meses atrás e devolvido por não se provar em tribunal que servia para aquele serviço evidente ao mais elementar bom senso.

Os bárbaros do Império Romano deitavam os criminosos às feras e o povo assistia. Hoje assiste-se quase todos os dias através dos meios de informação aos honestos cidadãos deitados às feras da criminalidade.

Desde que Andreotti e Craxi desceram ao banco dos réus a Itália melhorou muito: Os homicídios desceram para cerca de metade, a insegurança e o medo da criminalidade desceu do primeiro para 4º posto. Mas a criminalidade continua a fazer notícia e a insegurança a ser uma das principais preocupações dos italianos. Entretanto alguns italianos continuam muito mais preocupados com os poucos criminosos que são condenados à morte nas prisões de América do que com tantos inocentes que morrem vítimas da criminalidade em Itália.

Cada vez me convenço mais de que se uma boa parte dos italianos lesse e tivesse em conta o que eu escrevi nos últimos dez anos, talvez a "santa terrorista" continuasse melhor numa prisão da América, talvez o que se gastou para a transferir para Itália salvasse muitas vidas se fosse orientado contra o terrorismo e criminalidade, talvez os mais honestos contribuintes tivessem o dobro dos benefícios com metade dos impostos.

No Sul de Itália os empréstimos bancários custam quase o dobro, os seguros de automóveis chegam a custar mais do dobro, a limpeza das cidades chega a custar o triplo … Porquê? Por causa da mafia e criminalidade. O perigo e a insegurança aumenta os custos e deminui a concorrência, a mafia controla os serviços públicos e exige altos custos. Dizem que no Sul de Itália há criminalidade porque há pobreza mas eu penso que è mais o contrário: há pobreza por causa da criminalidade. Recordo que 51% dos empresários desaconselham de investir no Sul por causa da criminalidade.

A criminalidade è um dos piores males de Itália que em minha opinião se poderia resolver mais facilmente: bastaria uma "NOVA JUSTIÇA" onde o bom senso, eficiência e novas tecnologias se sobrepusesse a todas as injustiças e burocracias ineficientes desta "PÁTRIA DO DIREITO" que orgulhosamente se considera na vanguarda do sistema prisional mas se revela uma fantochada contra a criminalidade. Há mais de dez anos que de vez em quando vejo o nome de um boss mafioso nos jornais, toda a gente sabe o que ele controla e donde lhe vem a fortuna mas o sistema judicial tradicional apenas o condena ao arresto domiciliário. Como Al Capone que apesar de ser o mais famoso gangster só teve uma pequena condenação por fuga aos impostos. Ou John Gotti, um dos últimos capos da mafia americana, absolvido várias vezes quando todo o mundo sabia que era o capo dos capos da mafia.

Numa Itália em que autores confessos de 59 homicídios são postos em liberdade pouco depois de serem condenados à prisão perpétua, em que só num processo contra um grupo mafioso foram assassinadas 8 testemunhas, em que os chefes das mafias têm reuniões de "negócios" dentro das próprias prisões e decidem quem deve morrer ou viver, aprovam o chamado "justo processo" em que só terão valor as testemunhas que repetirem as acusações em tribunal frente ao acusado. Mas haverá alguém que ame a vida e a dos familiares que se atreva a testemunhar contra os principais mafiosos?

(P.S. Parece-me que o "Justo Processo" foi aprovado com 106 votos favoráveis e 6 contrários. A mi parece-me mais um contributo para as fantochadas do sistema jusdicial italiano. Na Imprensa só muito mais tarde vi uma pequena opinião contrária ao chamado "Justo Processo" e que coincide com o que eu penso:

    "IL "GIUSTO PROCESSO" E LE ALTRI NOVITÀ

    Da circa vent`anni i governanti sfornano leggi e leggine d`ipocrita "supergarantismo". Ache l`attuale legge constituzionale sul "giusto prcesso" rende possibile l`annulamento delle indagini preliminari e delle dichiarazioni delle vittime di reati. Con le immaginabili consequenze.

(...) EUGENIO BARTOLI  -  Grosseto in "Famigla Cristiana" n.10, 12/03/2000, p.165

Hoje, 19.03.2000, deixo esta previsão: ou os políticos e rsponsáveis pela Justiça acabam com muitas dessas leis de garantismo dos criminosos, ou acabam por ser responsáveis por muitos dos crimes que se cometem. Ou aprendem com a inteligência das galinhas a organizar o sistema policial e judicial de forma mais eficiente, (cf.: lb1ig), e fazem outras leis, ou acabarão por ser considerados pela opinião pública como fantoches de uma fantochada a que chamam "Justiça". Se não fizerem outras leis ou encontrarem melhores meios de fazer melhor justiça correm o risco de aparecer manifestações em que se pede que façam outras leis, ou cagam nas leis, mas fazem justiça.).

PIRES PORTUGAL (E-mail: piresportugal@hotmail.com).

 

CONTRASTES DE ITÁLIA: GENEROSIDADE E CRIMINALIDADE

Uma notícia falava de 9 milhões de voluntários em Itália, outra de 920 contentores de ajuda para o Kosovo a apodrecer no Porto de Bari no final de Agosto de 1999 porque os responsáveis estavam de férias... Meio ano depois, (cf.: jornais de final de Janeiro 2000), o escândalo das ajudas humanitárias para corruptos e mafiosos continua a ser grande notícia de primeira página nos jornais e abertura dos noticiários...

Tenho uma vaga ideia de ter lido há muitos anos que das ajudas humanitárias para a Somália, (ex - colónia italiana de África), iam 80% para a mafia e só 20% chegava ao destino. Recordo que até na missa de uma das mais pequenas e pobres aldeias de Portugal onde os mais ricos eram pobres comparados com os mais pequenos boss da mafia italiana, se faziam peditórios para ajudar os pobres dessa ex-colónia italiana. Vi aquela pobre gente a dar esmolas e pensei: saberão que muito provavelmente a maior parte daquele dinheiro irá parar ao bolso de criminosos que aumentarão a sua fortuna matando inocentes? Em Itália governava Andreotti, que depois esteve sete anos sob processo em que o público ministério pedia a sua prisão perpétua com acusa de ter dado um beijo a um boss da mafia e associação mafiosa. Foi absolvido, juridicamente poderá não ser culpado. Mas moralmente talvez seja culpado de ter governado quase meio século com os votos da mafia e permitindo-lhe em troca o seu crescimento.

A mafia é eficiente e substitui a falta de eficiência do Estado. A mafia premeia e castiga. O Estado deveria aprender com a mafia e começar a premiar e a castigar: despromover o incompetente da alfândega de Milão que me fez perder dois dias para levantar uma mala e premiar o competente que em poucos minutos resolveu o assunto.

As estatísticas em Itália são falsas porque muitos crimes nem sequer são denunciados. Penso que Itália ocupa primeiro posto da U.E. em generosidade, mafia, terrorismo e criminalidade.

Rodrigo Baggio, jovem de origem italiana, criou no Brasil o Cdi, (Comitato per la democratizazione dell`informatica), coordena 80 pequenas escolas de computadores em favelas e comunidades pobres com 14.000 alunos a partir dos 5 anos. A revista "Time" considera-o um "leader" do novo milénio. Numa conferência a Washington o pai de Bill Gates, (fundação e Microsoft), ofereceu-lhe software no valor de 4,5 milhões de dólares e 150.000 dólares para uma nova sede. (Cf.: www.cdi.org.br , cdi@ax.apc.org , -Rocco Cotroneo em "Corrier Economia", 21.06.99, p.1).

PIRES PORTUGAL ( piresportugal@hotmail.com ).

Para saber mais:

JIIMM: JORNAL INTERNET DE IDEIAS PARA UM MUNDO MELHOR: http://members.xoom.it/jiimm :

LZ= "O ZÉ JUSTO NO PAÍS DAS BANANAS".

LB= "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA".

DF= "DIÁRIO FILOSÓFICO", (pensamentos, ideias, reflecções).

DP= "DIÁRIO PESSOAL", (emoções, sentimentos e reflecções pessoais).

AA= ÍNDICE GERAL.