a2000-06

CARTA ABERTA AO JUIZ QUE JULGARÁ O ADVOGADO QUE DESCEU ABAIXO DE CÃO.

ASSUNTO: JUSTIÇA OU CRIME PREMEDITADO.

Lzcaj (Para livro de ficção: "O ZÉ JUSTO NA REPÚBLICA DAS BANANAS")

Um advogado, conhecedor das leis tradicionais e de como a "Justiça" tradicional não só não castiga os grandes vigaristas e criminosos quando estes são bons advogados, como os protege, está a gozar milhares de contos que me custaram muito a ganhar e me fazem muita falta. Economizados ao longo de anos a viver na austeridade e economia, serviram para esse advogado se pagar hotéis de luxo, comprar carro, televisão … viver uns anos sem precisar de trabalhar. Em troca de o tratar melhor do que a própria família, de o alojar, alimentar tratar dos seus problemas e oferecer-lhe a minha amizade, vigarizou-me, aterrorizou-me com ameaças de morte, destrui-me psicologicamente, arruinou as minhas relações com amigos e familiares, transtornou toda a minha vida. Um cão não ladra a quem lhe dá de comer. Eu fiz mais por este advogado e ele fez muito pior do que se um cão me mordesse.

Se judicialmente não obtiver verdadeira justiça, será um estímulo ao crime. Se o crime compensa mais do que trabalhar honestamente, se recorrer à criminalidade dá melhores frutos do que recorrer à "Justiça" então a criminalidade tenderá a substituir a Justiça. As injustiças e fantochadas da "Justiça" tradicional são as principais responsáveis pela maioria dos crimes. Se fizer verdadeira justiça poderá ser considerado um herói de uma nova justiça que contribuirá para um mundo melhor. Se não fizer verdadeira justiça poderá vir a ser considerado mais um fantoche dessa fantochada a que chamam justiça.

Quando li o livro "O Padrinho" pensei que a primeira razão de ser da mafia era fazer justiça mas talvez fosse apenas o ponto de vista de um autor de fantasia. Alguns factos comprovaram-me que muitas vezes a mafia faz melhor justiça e è mais justa, humana e eficiente do que a dita "Justiça" tradicional. Depois ouvi na televisão Italiana a famosa juiz árbitro do programa "Forum" Tina Lagostena Bassi dizer que historicamente è um facto que a mafia começou por ser o único meio que alguns pobres tinham de obter justiça.

Se não obtiver justiça por meios legais pior para as leis. A minha luta por justiça vai continuar. Começarei por pedir que façam outras leis ou caguem nas leis mas façam justiça…

(Faltou a luz e o Zé Justo não pôde continuar. Felizmente. Depois de um dia estenuante com muito trabalho, viagens e stress mal tinha ganho para as despesas. Pensar que um criminoso sem nenhum trabalho estava a gozar milhares de vezes aquele trabalho, o que lhe custara tanto a ganhar e lhe fazia tanta falta transformara-o numa bomba de agressividade. Só a esperança de poder transformar a "Justiça" tradicional e obter justiça o impedia de cometer algum crime. Ficara-lhe impressa na alma as imagens na televisão de uma jovem banhada em lágrimas a gritar que salvassem o seu pai que não era nenhum criminoso. Matara o ladrão que lhe arruinou a vida porque não suportava vê-lo em liberdade depois de lhe levar o fruto de uma vida de trabalho e o deixar cheio de dívidas. Trabalhara durante toda uma vida de manhã à noite na sua ourivesaria. Um colega que antes fizera o mesmo e depois passou a roubar em vez de negociar em ouro preparou-lhe uma armadilha e com dois cúmplices roubou-lhe 70 milhões de contos. Foi dois anos para a prisão e tornou em liberdade sem devolver nada do que roubou. Matou-o na praça pública e dirigiu-se à polícia. Sabiam porque o tinha matado, talvez lhe dessem razão, mas deviam cumprir as leis e levaram-no preso para os juizes que deram liberdade ao ladrão o condenarem a passar os últimos anos da sua vida na prisão por ter feito justiça. Para o Zé Justo aquele homem era menos criminoso do que o sistema judicial que não obrigara o ladrão a devolver-lhe o que lhe roubara. E era mais herói e menos criminoso do que Napoleão, Estaline, Hitler ou Che Guevara. Lutara por uma causa mais justa e fizera menos vítimas inocentes. Talvez fosse o único a pensar assim. Mas para ele eram os outros que estavam errados, como tinham estado errados os 100% dos intelectuais que condenaram Sócratas à morte, os milhões que seguiram Napoleão para morrer e matar quem estava tranquilo no que era seu, os 90% que votaram Hitler, os que seguiram Che Guevara a matar inocentes para impedir que uma civilização superior não "contaminasse" a selva da droga e da criminalidade.

Os valores são muitas vezes estabelecidos pelos vencedores. Com ladrões e vigaristas no poder as leis protegem os ladrões e vigaristas desde que usem os métodos permitidos pelas leis da classe dirigente. O "zé povinho" não conhecia essas leis nem tinha acesso a essa "Justiça". O Zé Justo sonhava fazer a revolução do Século. Incluindo a revolução do método de fazer revoluções. Todas as revoluções se tinham feito com muito sangue de inocentes. O Zé Justo acreditava na força das palavras e da razão. Em vez de bombas disparava ofensas contra os fantoches dessa fantochada a que chamavam "Justiça". Esperava que aparecessem juizes com juízo que se recusassem a ser fantoches dessa fantochada…)

A CEIA DOS INTELECTUAIS.

TEMA DO DIA: OS FANÁTICOS DO MUNDO BOM

A "CEIA DOS INTELECTUAIS" transformou-se num centro de revolucionários, filósofos, terroristas … O convidado de hoje ultrapassou o "Zé Justo". Apelidava-se "NOVO CHE" e propagava o "MUNDO BOM" à lei da bala. De Maquiavel aprendera e adaptara a mensagem essencial, misturara-a com umas gotas da "Bíblia" e construíra um cocktail revolucionário:

- "Alguns fins justificam alguns meios" … "pelos frutos os conhecereis" … "e se para o "mundo bom" for necessário matar os maus … nenhuma revolução se fez sem sangue … e sem revoluções nunca houve progresso …"

Para o "Zé Justo" aquele fanático começara a ser-lhe antipático pelo nome: Che era um falido nos meios, nos objectivos e nos ideais: matara inocentes soldados no cumprimento do seu dever para impedir que uma civilização superior elevasse o nível moral da selva. Pegou-lhe nas palavras e contestou:

O "Zé Justo" poisou a colher e saiu. Alguns seguiram-no. Outros ficaram e ali iniciaram as bases dos

"FANÁTICOS DE UM MUNDO MELHOR".

Enquanto o "Zé Justo" recolheu ao silêncio à procura de calma e inspiração para escrever o seu manifesto para uma "revolução pacífica ou evolução para um mundo melhor", o "Novo Che" evangelizou os seus discípulos:

"Nenhuma revolução se fez sem sangue. Somos pela paz mas por vezes è necessária a guerra e a morte de alguns inocentes. A maior revolução do século passado deu-se com o maior número de mortos. Mas sem essa revolução a Rússia ainda hoje estava no feudalismo. Contra os fanáticos dominantes que açambarcam os recursos naturais do Planeta surgirão os fanáticos de um mundo melhor que farão cumprir os bons princípios de igualdade proclamados mas nunca cumpridos …"

A próxima ceia dos intelectuais será uma batalha …

Entretanto o Zé Justo preparou a sua luta ideológica:

CARTA ABERTA AOS IRRESPONSÁVEIS E RESPONSÁVEIS PELAS INJUSTIÇAS DA JUSTIÇA:

EU PECADOR ME CONFESSO DE CRIMES PASSADOS E FUTUROS PREMEDITADOS. MAS DEFENDO-ME E ACUSO…

Confesso-me de ofensas ao bom nome da Justiça, do Parlamento e da Política. Não só não estou arrependido como tenho outros em mente, premeditados e divulgados publicamente: se por meios legais não obtiver justiça desde já deixo o meu apelo para que mesmo depois da minha morte a luta continue. Desde já deixo o meu apelo à opinião pública de exigir dos responsáveis façam outras leis, ou caguem nas leis, mas façam justiça.

Em minha defesa: enlouqueci. Mas resta-me um pouco de lucidez para acusar:

Acuso o Presidente de como presidente e como advogado permitir que um advogado possa roubar legalmente e viva no luxo com o fruto do meu trabalho e a minha ruína económica, psicológica e moral.

Lb2nj (Para livro em preparação: "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA")

NOVA JUSTIÇA: IDEIAS E PRINCÍPIOS GERAIS:

1- BOM SENSO DE JUSTIÇA ACIMA DAS LEIS

Justiça mais justa è um ideal do qual os responsáveis devem tentar aproximar-se o melhor possível sem a presunção de perfeição. Não há leis perfeitas para cada caso e nem sempre a aplicação da lei corresponde à melhor justiça. Não há dois casos perfeitamente iguais e mesmo que houvesse, a mesma lei com a mesma pena poderia ser mais injusta que um pouco de bom senso. A melhor justiça resulta em geral do bom senso de juizes mais honestos, inteligentes, independentes e informados. Para alguns casos è melhor se um juiz conhece bem as leis e tem muita experiência. Mas para outros isso até è contraproducente. Por exemplo no meu caso com o "GRANDE ADVOGADO", sendo ele um bom conhecedor das leis e com dez anos de experiência de como se enganam os juizes da "Justiça" tradicional, ao ser julgado por um velho juiz com muita experiência e muita sabedoria da "Justiça" tradicional eu não tenho a mínima possibilidade de obter verdadeira justiça ou algo que se aproxime do bom senso de justiça. O "GRANDE ADVOGADO" cometeu crimes e fez vigarices com tal arte e sabedoria que mesmo condenado à prisão não cumpre a prisão, mesmo condenado ao pagamento de uma parte das vigarices não paga, Sendo eu um ignorante das leis e dos mecanismos da "Justiça" tradicional, tendo sido vítima de um "GRANDE ADVOGADO" que è um perito na defesa de vigaristas e criminosos, quanto mais o juiz for velho e experiente na "Justiça" tradicional, mais estará condicionado pelos vícios da "Justiça" tradicional, mais compartilhará a filosofia do "GRANDE ADVOGADO" e será vitima da sua esperteza. Vários advogados e dois juizes, (o da instrução preliminar e o que julgou o caso em Itália), acreditaram que eu tinha sido vítima de uma monstruosa vigarice mas que judicialmente não havia nada a fazer e que eu nunca receberia o meu dinheiro. Passaram dez anos e só tive gastos e trabalhos com a "Justiça" tradicional. Enquanto não obtiver um mínimo de bom senso de verdadeira justiça continuarei a considerar a "Justiça" tradicional injusta e fantoche. Injusta porque castiga as vítimas dos grandes vigaristas e criminosos a despesas e estúpidas burocracias com tribunais que cumprindo leis aumentam a injustiça; fantoche porque não faz justiça quando um grande vigarista e criminoso è também um "GRANDE ADVOGADO" que arruinou uma vítima deixando-a na miséria económica, psicológica e moral.

Itália, a chamada "PÁTRIA DO DIREITO", poderá ser o país do mundo com melhores leis, mas è sem dúvida um dos piores no funcionamento da Justiça, onde a dita "Justiça" comete mais injustiças contra as vítimas dos ladrões, vigaristas e criminosos, onde se cometem mais absurdos ao bom senso de justiça. No meu livro inédito " O GRANDE ADVOGADO E A IMPOTÊNCIA DA JUSTIÇA" conto como fui aconselhado por várias pessoas a recorrer à mafia em vez de recorrer à justiça, como tinham razão com grande probabilidade, como vi os meus bens apodrecerem por estúpidas burocracias da injustiça tradicional, como um "GRANDE ADVOGADO" põe o sistema judicial tradicional ao serviço dos seus crimes e vigarices.

2 – PRIORIDADE À MELHOR JUSTIÇA PARA UM MUNDO MELHOR

Num sistema corrupto dá-se prioridade ao que serve os poderosos. Numa democracia dá-se prioridade ao que preocupa a maioria geralmente expresso pelo que ocupa mais os meios de informação. Num sistema de democracia corrupta os meios de informação podem ser subtilmente corrompidos e a "Justiça" pode ocupar-se de enterrar os mortos em vez de salvar os vivos.

Em Itália, durante 7 anos vários juizes estiveram ocupados com um julgamento inútil a um velho inofensivo de 81 anos enquanto deixaram entrar em liberdade muitos autênticos mafiosos, réus confessos de dezenas de homicídios. Do processo fizeram parte 800.000 páginas e a sentença tardou vários meses para escreverem 4.370 páginas. O imputado, Andreotti, o maior político dos últimos 50 anos de Itália, sendo senador à vida, mesmo que fosse condenado não iria para a prisão e seria só uma condenação moral. Por um lado a Justiça italiana quis mostrar ao mundo que tem poder de processar o maior político. Por outro lado acumularam-se mais milhões de processos que serão arquivados sem serem abertos, deixaram sair das prisões sem julgamento muitos criminosos por decorrência do tempo de custódia preventiva. Não seria melhor menos perfeccionismo e burocracias inúteis para ganharem em eficiência com os verdadeiros criminosos?

Durante 7 anos ocuparam-se do julgamento do Presidente do Supremo Tribunal Carnevale, famoso por libertar muitos dos maiores mafiosos e criminosos de Itália, conhecido pelo nome de "mata-sentenças", acusado de favorecer a mafia. Foi absolvido porque "o facto não subsiste". Mas subsistem os factos de ter absolvido "legalmente" ou encontrar meios "legais" de dar liberdade a muitos dos maiores mafiosos e criminosos. Mas enquanto não há tempo nem espaço nas prisões para os maiores criminosos e mafiosos, na chamada "PÁTRIA DO DIREITO" condena-se a 8 meses de prisão um homem por ser avaro com a mulher e dar-lhe pouco dinheiro para as despesas da casa. Não seria mais lógico e de bom senso condená-lo a indemnizar a mulher em vez de o condenarem a entrar numa tradicional "escola do crime" com tudo pago pelos mais honestos contribuintes? Nesta "PÁTRIA DO DIREITO" NÃO SE DARÃO CONTA DE QUE ESTÃO A CASTIGAR UMA PEQUENA INJUSTIÇA COM UMA GRANDE INJUSTIÇA?

Como a impunidade è generalizada para os maiores criminosos e os pobres obtêm mais facilmente e melhor justiça recorrendo à mafia do que recorrendo às estúpidas burocracias da "Justiça" tradicional, criou-se um estado e uma cultura mafiosa dentro do Estado Italiano. Acabar com esta situação e fazer verdadeira justiça deveria ser uma prioridade da Justiça. Mas se há um sistema super-garantista que respeita as leis, criminosos que matam as testemunhas na véspera do julgamento e juizes que absolvem mafiosos por faltarem testemunhas ou faltar um selo fiscal, este sistema è responsável por mais mortes e sofrimentos de inocentes do que os piores sistemas judiciais.

3 – JUSTIÇA IMEDIATA CONDICIONAL

"Justiça adiada è justiça negada" – disse Montesquieu. Muitas vezes a pior justiça possível imediata è melhor do que a mais sábia das justiças, com todos os perfeccionismos, mas ultrapassada. Muitas vezes os estúpidos perfeccionismos legais transformam-se em fontes de injustiça. Se toda a justiça está sujeita a erros muito mais a imediata. Mas o importante è não cometer erros irreparáveis e condicionar a eventuais futuras investigações.

Imagino que cada cidadão pudesse fazer uma queixa numa esquadra de polícia, por carta, fax, telefone ou E-mail. Um juiz de bom senso ou um simples polícia julgava de imediato admitindo a veracidade da queixa. O réu seria condenado condicionalmente: poderia contestar a veracidade da queixa ou apresentar as suas justificações. Se a queixa fosse infundada e mentirosa poderia pedir indemnização. O primeiro julgamento seria gratuito ou a um preço razoável de custo debitado ao condenado. As investigações, perícias e futuros julgamentos seriam pagos pelos menos honestos, por aqueles que com as suas mentiras provocassem enganos nos primeiros julgamentos. A falta de honestidade de ambas as partes multiplicaria os custos formando um fundo para financiar os casos de erros humanos involuntários ou catástrofes naturais com honestidade de ambas as partes.

Para muitos casos simples num primeiro julgamento não seriam necessários advogados. Para aqueles em que uma das partes não pode ou não quer pagar advogado e se exija um de ofício então a outra parte também deveria ter um de ofício. Os menos honestos devem pagar não só o seu advogado como o adversário e todas os danos causados às vítimas.

Para alguns casos a Justiça tradicional ainda è a melhor possível. Mas deixa à margem da Justiça muitos dos que mais precisam e transforma-se muitas vezes em fonte das mais desumanas injustiças: os poderosos e conhecedores das leis põem o sistema judicial e policial ao serviço das suas injustiças.

4 – "JUIZES DE PAZ", OU JUIZES DE BOM SENSO, OU … MAS SOBRETUDO JUIZES COM JUÍZO ACIMA DA ESTUPIDEZ DE CERTAS LEIS APLICADAS A CERTOS CASOS.

Uma criança nascida de uma relação extraconjugal foi confiada a um casal que vive em perfeita harmonia mas não estão oficialmente casados. Passados anos, quando a criança estava em pleno desenvolvimento com relações normais em relação aos pais adoptivos, um juiz, cumprindo leis, tirou a criança do lar para a entregar à mãe. Os pais adoptivos tinham criado uma relação paternal muito forte e não se conformaram recorrendo ao tribunal. Mas como tudo isto demora muitos anos uma criança pode acumular traumatismos no seu desenvolvimento que se prolongarão para toda a vida. A sociedade evolui rapidamente, não pode haver leis que acompanhem essa evolução nem pode haver leis gerais que sejam as melhores para cada caso. Para muitos casos, em vez dos juizes tradicionais sentados nos seus pedestais a escutarem o que os advogados dizem com base nos poderes que os pagam ou pressionam e nas leis escritas noutros tempos, seria melhor se certos casos fossem julgados por juizes que até poderiam ser analfabetos e não conhecer nada das leis, mas tivessem o bom senso de julgar melhor, de fazer uma melhor justiça, de castigar quem merece ser castigado e premiar quem merece ser premiado procurando o sacrifício mínimo dos inocentes e o contributo para um mundo melhor.

Para isso os juizes devem ter mais regalias, (para atrair à profissão as pessoas mais competentes), mas ao mesmo tempo ter maiores responsabilidades. A tradicional "irresponsabilidade" dos tradicionais juizes deve ser substituída por uma relativa responsabilização dos actos de cada juiz: os mais honestos, mais competentes e com mais bom senso de justiça devem subir em regalias e responsabilidades e os incompetentes devem passar a estruturas inferiores da justiça onde se exige menos inteligência, responsabilidade e competência, limitando-se a aplicar ou conferir leis de assuntos burocráticos.

Os juizes de elite do futuro devem ter plena liberdade de não julgar segundo as leis, de sair dos esquemas tradicionais, escolher outros castigos alternativos às tradicionais escolas do crime e de inventar leis condicionais, prémios e castigos. Por leis condicionais aplicadas a cada caso entendo que se determinada pessoa tem tendência a cometer determinado reato prejudicial à sociedade pode ser condenado a uma pesada multa, que se multiplicará em caso de repetição, se não tem meios poderá ser condenado a um trabalho social ou horas extras de trabalho, ou serviços aos fins de semana.

Esta maior liberdade dos juizes deve ser acompanhada de maior responsabilização, maior vigilância quando surjam suspeitas de corrupção, análise e investigação das consequências dos julgamentos, métodos de fazer subir os mais aptos e descer os menos aptos.

Na justiça tradicional um juiz do Supremo pode dar liberdade a um bando de criminosos que pouco depois faz um dos maiores assaltos da década com vários mortos e fortunas roubadas aos mais honestos contribuintes. Na justiça tradicional os juizes de escala inferior que condenaram os criminosos continuam na escala inferior e o juiz do Supremo continua no seu posto como se nada fosse. Na justiça do futuro, se quiser ser eficiente e adaptada à evolução da sociedade, os mais responsáveis devem ser responsabilizados pelos seus actos, os melhores devem subir e os que não estiverem à altura das suas responsabilidades devem ocupar outros postos.

(Este texto encontra-se mais trabalhado e completado em:

LB2LU = LEIS UNIVERSAIS OU PRINCÍPIOS GERAIS PARA UMA NOVA JUSTIÇA).

------------------

dp00-06-07 (dp = Diário pessoal).

ARTISTA, INTELECTUAL OU REVOLUCIONÁRIO?

Fui a Milão assistir a uma conferência do jovem americano de 17 anos Joshua Jay na mesma sala e para o mesmo público onde eu dei duas conferências em Abril. Na mesma sala e mais ou menos para o mesmo público dei outra conferência cerca de 20 anos atrás. Penso que nessa altura tive mais êxito do que agora e penso que este jovem de 17 anos me superou.

Não sei bem onde está a causa e a consequência mas sinto-me em decadência artística e sem a compensação na minha actividade intelectual que eu esperava e que penso que mereço. Continuo a pensar que a minha actividade intelectual ainda será reconhecida e estes meus escritos, mesmo se não me dão de comer, ainda acabarão por contribuir para uma grande revolução deste século. Continuo a pensar que a minha "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA" acabará por ser mais importante do que os tradicionais tratados de Direito. Que interessam as inteligentes leis se depois existem estúpidos meios de as não pôr em prática ou de aproveitarem só o que interessa aos poderosos?

Continuo a pensar que darei o meu contributo para uma revolução para um mundo melhor…

 

Cadj

CARTA ABERTA AO DIRECTOR DE UM JORNAL

ASSUNTO: INCOMPETÊNCIA OU CORRUPÇÃO?

Um título de um jornal dizia: "INTERNET Notícias Digitais em português". Falava de "…assegurar aos 160 mil portugueses … informação em língua portuguesa" e terminava: "O editor è o conselheiro das Comunidades Portuguesas Manuel de Melo e o endereço è www.noticiasdigitais.com ".

Fui procurar essas informações em português mas de português só encontrei o título. Encontrei ao contrário mentiras e vigarices que deviam de ser proibidas na Internet, ou ao menos não deveriam ser admitidas em espaços divulgados pelos meios de informação e muito menos associado a um organismo oficial. Anunciam o registo de "domain name free" mas depois de fazerem perder tempo com o preenchimento das formalidades pedem 70 dólares para começar. O "free" ou grátis refere-se a serviços extras só para quem paga … È pior do que dizer: "dou-te uma televisão grátis, tens que vir buscá-la" … mas quando vou recebê-la dizem-me que só ma dão se comprar uma banana por 50 contos. Ao dizerem que è grátis mentiram-me, enganaram-me, atraíram-me a perder o meu tempo com o preenchimento das formalidades. Esses 15 minutos que perdi custaram-me dinheiro de telefone e perdi a oportunidade de utilizá-los melhor. Suponhamos que 160 mil pessoas perdem 15 minutos enganadas por estas mentiras publicitárias equivale a um dano social de 40 mil horas. A estes danos sociais acrescenta-se o facto de as pessoas deixarem de acreditar na honesta publicidade e nas honestas informações.

Pergunto: Não seria mais útil para os leitores e para um mundo melhor darem informações sobre o meu jornal que não contém publicidade

Porque darão informação sobre vigarices e mentiras prejudiciais em vez de darem sobre as úteis? Incompetência ou corrupção?

Proponho aos órgãos de informação de boicotarem ou denunciarem todos os endereços que contenham mentiras ou publicidade enganosa.

Sugiro aos jornalistas e responsáveis da informação que em vez de darem informações cegas de quem oferece jantares ou de quem apresenta informações associadas a respeitáveis personalidades ou instituições procurem o que pode interessar aos alvos dessa informação e o que não os engana.

Convido a consultarem o meu jornal e a publicarem qualquer coisa do género:

"VÍTIMA DE UM GRANDE ADVOGADO QUER REVOLUCIONAR A "JUSTIÇA" TRADICIONAL COM A SUA BÍBLIA DE UMA NOVA JUSTIÇA".

Ou:

"EX-SEMINARISTA QUER SER MISSIONÁRIO DE UM MUNDO MELHOR ATRAVÉS DA INTERNET".

Itália, 2000-06-07.

PIRES PORTUGAL (E-mail: piresportugal@hotmail.com).

 Df00-06-08 (df = Diário filosófico).

" A LEI MATA" – palavra de Deus segunda a Bíblia Sagrada para quem acredita.

"A LEI, TOMADA À LETRA SEM INTELIGÊNCIA E BOM SENSO, È FONTE DE MUITAS DAS MAIORES INJUSTIÇAS ACTUAIS" – palavra de Pires Portugal

Quando sinto dizer que "todos nascemos iguais" ou que "as leis são iguais para todos" ou que "foi feita justiça" penso na presunção e hipocrisia que muitas vezes escondem estas belas palavras. A Itália è a chamada "pátria do Direito" mas simultaneamente o país da mafia, da ilegalidade, da "pior burocracia do mundo" (segundo as palavras do grande jornalista italiano Indro Montaneli na TMC 2000-06-08), e em minha opinião um dos países onde a Justiça funciona pior. Como confirmou na TV a juiz de mais bom senso que conheço Tina Lagostena Bassi, a mafia começou historicamente porque os pobres não tinham outro meio de obter justiça.

Todos nascemos diferentes, as leis nunca foram iguais para todos, justiça objectivamente justa não existe. A justiça è um ideal subjectivo para o qual se deve tender procurando fazer a melhor possível para as diferenças serem menos injustas. Para isso mais vale a eficiência e bom senso em tempo imediato do que sábias leis para processos arquivados com estúpidas burocracias.  

Df2000-06-08

BANALIDADES, MEMÓRIAS E RELÍQUIAS COMO REFLEXO DE UMA CULTURA

Uma das personagens mais populares de Itália è para mi das mais antipáticas. Quase todos os dias fala na televisão: umas vezes diz coisas que considero repugnantes como quando quer fazer crer que Antonio Di Pietro è pior do que a mafia ou elogia o "símbolo da corrupção italiana", Craxi, outras vezes tem observações inteligentes, mas na maioria parecem-me divagações banais como o encontro com uma personalidade rodeada de belas mulheres … de "comune sensibilità" excepto nos botões do casaco…

Isto que a mi parece banal talvez soe aos seus fans como memórias ou como relíquias… Muitas coisas valem pelas emoções que despertam ou pelos sentimentos a que estão associadas. Sendo o mais famoso "playboy" dos últimos tempos, rico, político, euro-deputado, presidente de não sei quantos tachos em que ganha muito dos contribuintes fazendo pouco … vigarista legal com o respectivo atestado médico … pretendente a ministro da cultura … reflexo de uma cultura e de uma mentalidade que eu pretendo modificar…

Se eu der o meu contributo para uma Itália melhor em que esta mentalidade de divinização da mafia, criminalidade e corrupção seja substituída pela apreciação dos que mais contribuírem para um mundo melhor, talvez este meu texto seja considerado uma espécie de relíquia, um testemunho de uma época. Caso contrário talvez o que eu escrevo seja considerado mais banal do que aquilo que aquele senhor diz na televisão…

Este senhor invade os meios de informação: um programa diário para divulgar as suas ideias, lutas e banalidades, várias vezes ao dia apareceu numa publicidade a um programa, nas revistas de coração aparece por causa de supostos ou reais filhos e namoradas. O que ele toca transforma-se em ouro por ser polémico e ocupar os meios de informação. Há meses que venho lendo notícias de um teatro em que ele será o regista e defenderá Andreotti acusando a Justiça. Um grande vigarista defende o político amigo dos amigos da mafia numa cultura toda italiana.

 

(Lz = Para livro de ficção: "O ZÉ JUSTO NA REPÚBLICA DAS BANANAS")

COMO SE FAZ UM MINISTRO DA CULTURA (MAFIOSA) E DOS BENS ESCULTURAIS

O Z. perdeu uma oportunidade … sentiu várias referências ao fanático que ele abandonara: "Foram os Jesuítas que atribuíram a Machiavelli a frase: "os fins justificam os meios". De facto Machiavelli põe na boca do Príncipe ideias muito semelhantes às de Cristo quando disse: "Pelos frutos os conhecereis". Por outras palavras è boa a política que dá bons frutos…"

O Z sentiu rumores de polémica e contestação. Temia uma guerra na próxima "ceia dos intelectuais". Tentou abafar uma polémica com outra: convidou o autor excomungado da República das Bananas por causa do livro que nem chegou a publicar: "Como se faz um ministro da cultura …"

LB

ABSOLVIDO O JUIZ DA MAFIA, CONDENADA A "JUSTIÇA" TRADICIONAL DA "PÁTRIA DO DIREITO"

(Para livro em preparação: "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA")

No dia 09-06-2000 foi noticia de primeira página dos meios de informação italianos a absolvição do juiz Carneval famoso por salvar da prisão milhares dos maiores mafiosos de Itália e por ter feito a mais espectacular carreira judiciária de toda a História da "Pátria do Direito", (foi o que em menos tempo subiu a Presidente do Supremo Tribunal), no tempo de Andreotti, quando a mafia mais condicionou a política.

Recordo o que me disse um advogado estrangeiro residente em Itália: "Aqui por uma letra mal escrita pode salvar-se da prisão o maior criminoso. Por uma letra mal escrita adia-se um processo até ser absolvido por decorrência dos tempos …) Pensei que estava a exagerar e a falar de fantajustiça. Poucos dias depois li nos jornais como o juiz Carneval, por faltar um selo, libertou da prisão um grande criminoso, com um passado de condenas por crimes horríveis e que por última tinha sido apanhado com parte do dinheiro pago pelo resgate de um jovem raptado. O jovem raptado esteve mais tempo e em piores condições do que o """suposto"""" raptor esteve na prisão. A fortuna que a família do raptado pagou não foi devolvida.

Nestes dias foram raptadas mais duas pessoas em Itália, centenas nos últimos tempos, dezenas delas mortas depois de as famílias pagarem somas astronómicas. Uma jovem de 15 anos sofreu violência sexual enquanto esteve raptada. Quantos milhares de tragédias humanas se evitariam com uma melhor justiça?

Na opinião de Carnevale esta sentença restitui o prestígio da Corte Suprema, ("Con questa sentenza – dice – è stato restituito il prestigio alla Corte suprema di Cassazione" in Repubblica, p.7). Em minha opinião, se ele não è culpado pelos crimes dos mafiosos que colocou em liberdade, è culpado o sistema judicial político. Andreotti e Carnevale foram absolvidos de forma muito duvidosa. Mas sobre eles ou sobre o sistema judicial e político pesa muito sangue de inocentes e de muitas tragédias que não existiriam com um sistema político e judicial mais eficiente.

Como se disse em RAI3 (10h.), è curioso como todos os jornalistas condenaram Carrnevale e agora só apareceu na imprensa um único comentário do género: "Se não ajustava as sentenças como eram absolvidos os grandes mafiosos e criminosos?"

dp 00-06-13

Nos últimos dias aconteceu um dos factos da crónica italiana que mais me envolveu emocionalmente: O juiz da mafia, o famoso "mata-sentenças" foi absolvido depois de 7 anos de processo. O juiz com pior bom senso de justiça de que eu tenho conhecimento foi absolvido não só pela "Justiça" tradicional como pelos jornais: só uma caricatura parecia dizer: se não era da mafia porque absolvia os mafiosos?

Indignado com este facto escrevi um artigo no meu fraco italiano e enviei-o para vários jornais. Só recebi um E-mail pedindo-me de não mandar-lhe mais "spaning"e outro que concordava, (cf. i-iim).

Mas que tenho eu a ver com a absolvição do juiz da mafia? Por causa de existirem juizes deste género e uma "Justiça" tradicional deste género, estão ladrões, vigaristas e criminosos a gozar o que eu ganhei honestamente e economizei com tanto sacrifício. E como eu, tantos outros dos mais honestos cidadãos passam a vida a trabalhar para alguns criminosos viverem no luxo. Os crimes, ladroagem e vigarices não só arruinam economicamente mas arruinam psicologicamente. O ódio consome e absorve as energias do amor. Quem odeia torna-se antipático e desagradável mesmo para as pessoas com que convive. Mas sem ódio não se faziam revoluções e sem revoluções talvez ainda vivêssemos na escravatura. Sem revolução continuamos noutra forma de escravatura: os mais honestos trabalham e levam uma vida de escravos para os menos honestos e criminosos viverem no luxo.

Liam

"ADVOGADO MORTE" DO TEXAS È NOTÍCIA EM ITÁLIA

No dia 12 e 13-06-2000 os jornais e telejornais italianos deram grande relevo a um caso insignificante para corresponderem a um tema muito querido de muitos italianos: a pena de morte nos USA. Um juiz negro afro-americano, Ronald Mock, apresentado como bêbado, ineficiente e cínico è considerado responsável da condena à morte dos seus clientes batendo o record de 6 executados em 20 anos.

Pergunto: porque razão alguns casos são notícia em certos locais? Só a Nápoles foram assassinadas 14 pessoas em poucos dias que deram menos que falar do que os 6 em 20 anos no Texas. Embora o Texas esteja longe dos italianos, o tema è muito querido: como quem diz: "os americanos são uns selvagens que ainda condenam à morte e nós somos bons que não condenamos os criminosos, e quando os condenamos têm melhores condições do que muitos dos que os alimentam".

Este caso foi revelado pelo "New York Times" talvez porque o Governador do Texas Bush está a concorrer a Presidente dos USA.

A pena de morte predomina na China, (1077 condenados em 1999), Irão, Arábia Saudita, Congo e USA (87 em 1999).

PENA DE MORTE VISTA DE ITÁLIA

O noticiário TG1 da manhã de 2000-06-23 em Itália começou com um negro condenado à morte nos USA, dando a ideia de que era inocente, acusado com base numa única testemunha muito duvidosa e que, como outros condenados à morte nos USA, devem a sua sorte ao facto de serem pobres e não se poderem permitir bons advogados. A maioria são negros. Há apenas um italo-americano nos chamados "corredores da morte" e um italo-americano ofereceu 50 mil dólares se aparecessem testemunhas que permitissem abrir o processo para o salvarem.

Consta-me que 6% dos condenados à morte nos USA foram depois considerados inocentes. Se è verdade è uma vergonha.

Curioso como nos últimos dias morreram 14 italianos só a Nápoles nas guerras de mafias e nenhum, nem todos juntos, moveram tanto a opinião pública italiana como um negro que è condenado à morte nos USA. O orgulho humanitário italiano sobe às nuvens por lutar contra a pena de morte nos USA mesmo que em Itália morram muitos mais por causa do "humanismo" e ineficiência do sistema judicial.

As vítimas das guerras de mafia e a existência deste poder dentro do Estado è uma vergonha pior do que a pena de morte nos USA. Mas como fere o orgulho italiano è melhor fazer de conta que não existe ou è algo normal.

Como na Alemanha de Hitler 90% o votaram e entraram nas suas guerras, nos USA vota-se quem defende a pena de morte, em Itália è popular ser muito humanitário com os criminosos, lutar contra a pena de morte nos USA e deixar a mafia tranquila com as suas actividades e seus ajustes de contas.

Uma caricatura de um jornal representava um que perguntava:

    O outro respondia:

Nos USA uma média de 66% è favorável à pena de morte e no Texas, (onde Bush è presidente), a percentagem favorável è de 76%.

Uns turistas italianos contaram-me como em certas cidades americanas è perigosíssimo sair de noite, usar o metropolitano, etc.

 Df00-06-15

IDEIAS PARA UMA NOVA FILOSOFIA DO JORNALISMO, DA CULTURA E DA SOCIEDADE

Os jornais italianos parecem-me quase todos em ondas de opinião idêntica que para mi são inexplicáveis. Por exemplo nestes últimos dias morreram 14 pessoas nas guerras de mafia a Nápoles que deram muito menos que falar do que a morte de duas crianças nascidas pegadas ou um advogado do Texas que em 20 anos deixou condenar à morte 6 dos seus clientes. As gémeas nascidas unidas, filhas de um pobre casal do Peru, trazidas para Itália para serem operadas com pouca esperança de salvação, sensibilizaram a generosidade italiana ao ponto de caírem no ridículo: o Director de Gente, (15-06-2000), usa o seu editorial para criticar uma companhia aérea estrangeira por não avisarem os pais de um atraso na chegada do caixão. Noutra revista um artigo de opinião critica o Ministro da Saúde por não estar disponível telefonicamente quando o médico operador lhe quis falar.

Quantas dezenas ou centenas de crianças se salvariam com o que foi gasto com um caso perdido segundo grandes probabilidades? Porquê tanta generosidade e tanta importância dada a certos caso e tão pouca a outros? Fiz esta observação perante pessoas muito normais italianas que me olharam como se eu fosse um ser estranho desprovido de sentimentos. E quando falei das crianças que todos os dias morrem à fome disseram-me que era culpa dos pais que não deviam fazer tantos filhos.

Impressionou-me um pai que repetiu num telejornal, (tg5, 2000-06-15, 20h): "lutarei até à morte pela morte de minha filha". Não è nenhum criminoso. A sua filha ficou inconsciente e em estado vegetal num acidente há 8 anos quando tinha 29 anos. Não há esperança de poder curá-la mas cumprindo à letra o famoso juramento de um famoso de outros tempos, os médicos devem fazer tudo para conservá-la em vida. Há 8 anos que vive inconscientemente numa máquina que a alimenta e rodeada de altas aparelhagens de controlo. Quantas dezenas centenas ou talvez milhares de vidas humanas saudáveis se salvariam com o que se gasta para manter numa espécie de vida artificial um ser sem esperança? Por amor de sua filha o pai pediu que terminassem com aquele horror. Só a Roma e só este ano morreram 8 pessoas ao frio nas ruas. Todos os dias morrem crianças à fome em países onde bastaria uma insignificância dos ricos para a sua sobrevivência. Não seria melhor salvarem umas dezenas ou centenas dos que morrem ao frio nas ruas de Roma do que manter 8 anos aquele horror de vida artificial ou trazerem do Peru as gémeas sem esperança de vida? O bom senso não deveria estar acima de todos os juramentos e leis?

Nem sempre morrem 14 criminosos em poucos dias nas guerras de mafias só numa cidade mas è um tipo de notícia a que os italianos estão habituados. Mas penso que mereciam mais lugar nos órgãos de informação do que o advogado do Texas que deixou condenar 6 à morte em 20 anos.

Cada sociedade tem o jornalismo que corresponde à sua cultura. Eu posso fazer uma crítica psico-sociológica mas não posso pretender ser o moralista de uma cultura diferente da minha. È como ir dizer aos muçulmanos que não devem ter várias mulheres. O dinheiro da mafia e corrupção corre nas veias da economia, da política, dos meios de comunicação social e da cultura. A cultura mafiosa está arraigada no inconsciente colectivo: conscientemente criticam a mafia mas inconscientemente preparam-lhe a sobrevivência e prosperidade. Nas televisões e jornais tem espaço privilegiado um grande vigarista, grande defensor do símbolo da corrupção italiana e defensor do grande político que deveu grande parte da sua carreira política às ajudas da mafia e defendeu os amigos da mafia. Na televisão faz propaganda para ser ministro da Cultura. Como ministro da cultura mafiosa è perfeito.

Com a Internet, a União Europeia, os grandes tratados internacionais, etc., tende a universalizar-se o jornalismo, a economia e a cultura. Este aspirante a ministro da cultura mafiosa italiana defende valores regionais próprios de cada cultura. Tem muita razão com certos valores que não afectem a convivência universal. Mas basta haver um país que protege os vigaristas e criminosos para que certos danos regionais se tornem universais. Um simples vírus mandado com um computador pode causar danos semelhantes aos de uma epidemia. Se num país os empregos nos correios são dados por corrupção política e se transformam em covis de ladrões perde-se a confiança nas encomendas postais e no comércio via Internet. Se juntarmos os danos causados pelas mais sofisticadas vigarices com pagamentos via Internet concluímos que um bem precioso só funciona em parte por culpa de alguns.

Penso que se devem criar normas universais de bom senso de justiça e convivência que se sobreponham a todas as leis regionais quando estão em causa valores superiores. Para já lanço a primeira norma universal: os menos honestos, ladrões, vigaristas e criminosos devem indemnizar as vítimas. Ou talvez, por outras palavras: responsabilizar os responsáveis pelos danos causados. Mas qualquer lei ou norma corre o risco de ser aproveitada por grandes vigaristas, criminosos, mafiosos ou juizes do género de Carnevale. È curioso como não só Al Capone como muitos dos maiores mafiosos da América apenas foram condenados por fraudes fiscais. As leis são continuamente ultrapassadas ou aproveitadas para se escapar aos objectivos para que foram criadas.

Talvez, mais do que normas e leis, seja importante colocar as pessoas justas nos postos justos e responsabilizar os responsáveis. Penso que um tribunal internacional de bom senso poderia evitar muitas guerras e catástrofes humanas evitáveis. Penso que o mundo caminharia para melhor se em cada esquadra de polícia funcionasse com métodos lógicos, eficientes e racionais um juiz de bom senso com razoável honestidade e inteligência que julgasse imediatamente muitos conflitos que por sua vez originam pequenas tragédias mas que somadas constituem catástrofes a nível mundial. A impunidade e prémio dos pequenos crimes educa e prepara para a grande criminalidade.

Df2000-06-16

OPINIÕES, IDEAIS, PRINCÍPIOS E BOM SENSO

O caso da jovem mantida há 8 anos em estado vegetal, inconsciente e alimentada artificialmente, com o pai a pedir a sua morte, os políticos a exprimir-se ambiguamente e religiosos a lutar pela vida tem dado muito que falar em Itália.

Num telejornal, depois do ministro da Saúde exprimir a sua opinião condescendente com a morte, apareceu um religioso muito escandalizado por um ministro da Saúde não defender a vida e fazendo uma fogosa apologia da vida. Mas quantas vidas se poderiam salvar com o que se está a gastar com uma espécie de vida? Ou a espécie de vida de uma branca è mais importante do que a vida de muitas crianças negras que morrem de fome?

Toscani, o famoso fotógrafo dos escândalos da publicidade Benetton, depois de "excomungado" por fotografar para publicidade um padre a beijar uma freira na boca, aprece na revista católica "Famiglia Cristiana" "santificado" como um mártir que perdeu o emprego na Benetton por ter idealizado uma campanha publicitária mais ao serviço dos seus ideais do que dos interesses da Beneton: as famílias das vítimas dos condenados à morte nos USA protestaram, a filial americana não gostou, o patrão italiano pediu desculpa e terminou o contrato com Toscani depois de muitos êxitos resultantes dos escândalos.

Toscani diz que recebe muitas felicitações de jovens americanos e que a sua campanha publicitária está a ter resultados no sentido de acabarem com a vergonha das condenações à morte.

Em poucos dias morreram em Itália 14 pessoas só a Nápoles no guerra entre mafias. Quantas vítimas da criminalidade sofrem mais e morrem sem impressionarem a opinião pública como os condenados à morte nos USA? Quanta crueldade da criminalidade, quanto terror e quantas vítimas nos outros países das américas em que a Justiça è menos cruel e menos eficiente? Quantas vítimas inocentes se salvariam com uma luta mais eficiente contra mafias e criminalidade?

Há mais de dez anos que leio nos jornais italianos os nomes das 5 famílias mafiosas que dominam na América, as hierarquias com respectivos nomes, cadeias de restaurantes que lhes pertencem, etc. (Cf.: por exemplo "La Stanpa" 15-06-2000, p. 5). Recordo o ridículo em que me pareceu cair o sistema policial e judicial americano quando a imprensa de todo o mundo falava de John Gotti como o capo dos capos das mafias americanas e foi absolvido em dois processos. Só foi preso por um facto muito anómalo: traição do seu braço direito. Segundo a imprensa continua a comandar da prisão por meio do seu filho.

Condeno a pena de morte sobretudo quando não há certeza ou se trata de um facto isolado. Aprovo a pena de morte quando a morte de um criminoso salvar vidas de inocentes. Estou convencido que a morte de algumas dezenas salvaria a vida a centenas ou milhares. Mas toda a pena de morte deveria ser condicional: dar ao criminosos a possibilidade de se arrepender, reparar ao menos em parte o mal feito e colaborar contra a criminalidade.

Imagino uma "NOVA JUSTIÇA" onde todas estas fantochadas dos julgamentos mafiosos desaparecessem. Chamo fantochadas porque os tribunais me parecem realmente teatros e fantochadas quando se trata de mafia. Aplicando as leis tradicionais, com as garantias tradicionais, num meio em que as testemunhas sabem que podem ser assassinadas com a maior das facilidades e que os culpados não serão condenados, só raramente os mafiosos são condenados. Imaginemos que até um polícia podia criar leis condicionais para cada caso. Por leis condicionais entendo a condenação de actos futuros com pré-aviso. Por exemplo um polícia que prende um suposto grande criminoso e lhe diz: ou colaboras e dizes toda a verdade ou condeno-te à morte. Em poucos minutos aquele polícia podia conhecer mais sobre a criminalidade do que anos de investigação com dezenas de investigadores. Prosseguindo com idênticos métodos em poucos dias podiam matar-se dezenas de mafiosos mas acabar com as mafias, canalizar as suas fortunas para um mundo melhor, transformar a economia criminosa em economia útil à sociedade e salvar a vida de milhares de inocentes. Seria uma revolução com algum sangue, mas sem o sangue de inocente. Os criminosos que se arrependessem e colaborassem poderiam passar de uma prisão dourada à inserção social.

Quando vejo os polícias dos filmes prenderem os criminosos e dizer-lhe que têm o direito de não falar … penso … Quantos direitos dos mais honestos cidadãos são violados para não violarem os sagrados direitos dos criminosos? Porque haverá uma Amnisty International para defender os direitos dos presos e não encontro colaboração para uma ASSOCIAÇÃO DE VÍTIMAS DE INJUSTIÇAS, (AVI), que defenda os direitos das vítimas dos ladrões, vigaristas e criminosos que não vão para a prisão? Há sem dúvida mais sofrimento, mais horrores, mais mortes das vítimas de criminosos do que das severidades judiciais. Uma melhor justiça evitaria sem dúvida muito sofrimento, muitos horrores e muitas vidas de inocentes.

A mafia mata pelos seus princípios: durante anos matou em média um juiz por ano em Itália para avisar os outros a terem cuidado, matou políticos, jornalistas, intelectuais para fazer carreira aos que lhe eram favoráveis, mata empresários porque devem pagar para a mafia, mata adversários para estabelecer quem manda. Os 14 mortos assassinados em poucos dias a Nápoles passam despercebidos porque fazem parte da normal cultura mafiosa italiana. Os 6 mortos em 20 anos no Texas por suposta incompetência de um advogado ou erros da Justiça americana contrastam com os princípios culturais italianos: a mafia pode matar para manter a sua cultura mafiosa; a justiça não pode matar para lutar contra a criminalidade.

Eu penso que o bom senso deve estar acima de todas as leis, princípios e culturas tradicionais. As leis, princípios e culturas têm a sua razão de ser, mas há momentos em que se alteram as condições e perdem a razão de ser. O bom senso e a prioridade ao mais importante em cada situação concreta pode estar acima dos mais sagrados princípios, nomeadamente para criar novos princípios mais adaptados às novas condições.

Df2000-06-22

FALIDO QUE INVEJA OS VENCEDORES OU REVOLUCIONÁRIO DOS POBRES?

È o mais famoso "playboy" de Itália dos últimos anos. Dele se conta esta anedota: perguntaram às italianas se dormiriam com … 50% responderam que sim. As restantes 50% responderam: "outra vez?" Está em 6º lugar entre os mais ricos de Itália. Apareceu nas primeiras páginas dos jornais pela condenação de vigarices ao Estado com raras presenças no trabalho e centenas de duvidosos atestados médicos. Pouco depois era notícia por ser o político mais pretendido por mais partidos políticos. Nas votações para o Parlamento Europeu teve mais votos em algumas regiões do que o meu ídolo e que em tempos foi o homem mais popular de Itália: Antonio Di Pietro. Tem um programa diário na televisão e aparece em vários programas como convidado. Os seus vários livros vendem-se bem.

Tudo ao contrário de mi que neste momento tenho 90 visitas ao meu jornal contando com cerca de metade que serão minhas. Vi alguns dos seus programas não porque goste, (precisamente ao contrário), mas para tentar compreender uma certa cultura. Em vários programas atacou Antonio Di Pietro como sendo pior do que a mafia. Sendo Antonio Di Pietro o pior inimigo de Berlusconi, quanto mais o atacar mais se tornará simpático para uma grande parte dos meios de informação que estão nas suas mãos. Num programa passou o tempo a fazer apologia dum escritor que no programa seguinte leria umas páginas, noutro leu essas páginas e depois passou outro programa a fazer uma requintada publicidade ao seu livro sobre os seus programas…

Uma cultura de uma elite açambarca os meios de aculturação e de influência das maiorias. A televisão serve para derrotar com o ridículo os inimigos do chefe, dar-lhe votos, tirar os votos aos inimigos, vender os seus livros … canalizar o dinheiro dos impostos para os seus interesses e destruir os interesses dos outros. Quanto dinheiro dos contribuintes vai para este senhor e sua cultura? Quanto vai contra os que têm outra cultura? Só Milão gasta 30 biliões de liras para "limpar" a cidade daquilo que alguns consideram arte: "graffits". E se estes "graffits" representassem uma cultura mais actual e com uma função mais importante do que essa arte dessas elites? De factos há psicólogos que defendem que os "graffits" estimulam essa imaginação que tanta falta faz sobretudo nas burocracias da função pública.

ADVOGADOS, GREVES E INJUSTIÇAS DA "JUSTIÇA" TRADICIONAL

O juiz de "Forum", (2000-06-22), queixou-se mais ou menos nestes termos: "os advogados adquiriram direito à greve, fizeram greve para … depois fizeram greve para … depois para … (nomeou várias greves que eu já esqueci), uns criminosos foram postos em liberdade e alguns processos arrastam-se por mais de trinta anos …"

Isto que agora ouvi de um respeitável juiz já eu tinha notado empiricamente. Os grandes advogados fazem fortunas com os grandes criminosos. Quanto maior for a injustiça e criminalidade mais e melhor trabalho terão. O povo paga com seus impostos estudos ilustríssimos de universidades sapientíssimas para surgir um exército de guerreiros da injustiça: a ilustre sabedoria das universidades ocupa-se especialmente de defender os direitos dos maiores ladrões, vigaristas e criminosos: são eles que dão emprego e fortunas aos grandes advogados. Fiéis aos seus estimados clientes fazem greves para defenderem os seus direitos e boicotarem o funcionamento da dita "Justiça". Temos assim na "PÁTRIA DO DIREITO" grandes criminosos com direito a serem tratados nos melhores hospitais enquanto outros morrem por falta de cuidados médicos; os criminosos têm água quente e outros morrem ao frio nas ruas por não terem sequer um tecto. Este ano só a Roma morreram 8. Aqueles grandes mafiosos que se deslocam em aviões privados alimentam com as suas migalhas exércitos de bons advogados que por dever profissional orientam a política e o sistema judicial para a ineficiência.

Para saber mais:

LB= "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA".

DF= "DIÁRIO FILOSÓFICO", (pensamentos, ideias, reflecções).

DL= "DIÁRIO DE LUTA POR JUSTIÇA E POR UM MUNDO MELHOR".

LZ= "O ZÉ JUSTO NO PAÍS DAS BANANAS". (Livro de ficção inspirado em factos reais da sociedade actual).

AA= ÍNDICE GERAL.

i-vim (i- = em itliano)

VOLUNTARI PER UNA ITALIA MEGLIORE

Leone de Grassi, (ninode@libero.it), raconta in "Famiglia Cristiana, 30-04-2000, p. 155: "Reggio Calabria è la cita con più alto numero di latitanti (circa 300) … sono state censite 86 cosche, per un totale di 3600 affiliati … dopo l`ergastolo in primo grado, la Corte d`assise d`apello di Reggio Calabria ha assolto tutti i nove imputati dell`omicidio del magistrato di cassazione Antonio Scopellitri, ucciso nel 1991 a Campo Calabro, il quale deveva sostenere la pubblica acusa nel maxiprocesso alla mafia istruito da Giovanni Falcone … Perché scandalizzarci tanto se poi per cavilli burocratici e cronica lentezza della giustizia se mettono in libertà degli assassini?"

Questo me recorda altri processi alla mafia del tempo del giudice Carnevale … il "ministro della terrorista" che se è impegnato tanto con una terrorista e poco delle vitime della criminalità lasciando unscir en libertà tanti assassini condanatti al ergastolo …

Penso che la giustizia è il peggio de Italia, la più responsabbile dei mali evitabile e quela che può fare de più per una Italia megliore. Pero la colpa en genere non è degli giudice ma degli strure e delle politiche. Molte giudice sono stati degli eroi e martire. Molti sono degli squiavi di laboro.

Propongo colaborazzione con critiche e idei per una Italia megliore.

ASSOLTO IL GIUDICE DELLA MAFIA: CONDAMNATA LA GIUSTIZIA, LA POLITICA E IL GIORNALISMO ITALIANO

Assolto il giudice dei "processi aggiustati" per che "il fatto non sussiste". E i fatti? Sono tutti inventati dei giornalisti? Quelle criminal di lunga carriere penal trovatto con soldi dell riscatto di uno rapito posto in libertà da Carnevale per la mancanza di uno francobolo è una invenzione dei giornalisti? I 43 boss libertati di Carnevale non sono fatti vergoniosi? Se non è colpa sua è colpa della giustizia italiana? O colpa dei politici? O dei giornalisti che inventano notizie? Tutti i criminali i mafiosi condamnati per altri tribunali e libertati da Carnevale sono invenzione dei giornalisti? E si non dove è il senso critico dei giornaliste italiani che il 9 Giugno 2000 hanno repetutto che la sua vitoria era la vitoria della Cassazione? Per me i fatti mostrano bene la sconfita della giustizia e dello Stato contra la mafia e la criminalità. Se non è colpa di Carnevale è colpa della Giustizia e della politica. Il fatto di assoziazione mafiosa non sussiste? E i fatti: perchè sale a Presidente di Cassazione il giudice con pegio buon senso di giustizia e più favorabile alla mafia? Colpa della Giustizia? Della politica? Invenzione dei giornalisti?

Se quelle criminale trovato con i soldi dell giovanne sequestrato non fosse posto in libertà da Carnevale per mancanza di um francobolo serebero tanti rapite dopo? I mafiosi e criminale in libertà per obra i grazia di Carnevale sono invenzione dei giornaliste? Si no bisogna trovare i responsabile per evitare di contnuare a fare lo stesso.

 LETTERE I PIÚ ONESTI DELL` ITALIA

Italia ha "il servizio postale peggiore del mondo" – conferma Diego Piacentini, vice president e general manager international di Amazon.com, (Sette, 15-06-2000, p.108).

Perché?

Ladri, incompetenza e corruzione?

Per una Italia megliore bisogna una posta megliore.

Invito i più onesti a denunciare i ladri e incompetente o a trovare una soluzione per questa vergonza dell` Italia.

PIRES PORTUGAL (E-mail: piresportugal@hotmail.com).