G8, GLOBALIZAÇÃO E ANTI-GLOBALIZAÇÃO

G8: O MORTO, OS VÂNDALOS, OS PRESIDENTES, O "MINISTRO DA TERRORISTA" … REVOLUÇÃO OU SEGUNDA LOUCURA COLECTIVA NA PÁTRIA BERÇO DO DIREITO E DA MAFIA?

Itália, 2001-07-22.

Dois meses antes do vértice G8 de Génova as vozes da protesta começaram a ocupar as primeiras páginas dos jornais. As vozes de Ciampi e Berlusconi apelando ao diálogo e chamando à atenção que os objectivos dos presidentes no G8 eram os mesmos dos manifestantes foram ofuscadas pelo espectáculo da violência. Em dois meses em Itália não recordo uma voz a favor da globalização. Devo ser o único que escreveu a favor da globalização mas ninguém publicou. Todos parecem de acordo contra a globalização.

No dia 2001-07-20 as televisões italianas transmitiram em continuidade as imagens de vandalismo: dezenas de carros e negócios incendiados, pedradas contra a polícia … e por fim um morto sem nome começa a ocupar os meios de informação. Os presidentes do G8 só apareceram na televisão para lamentar o morto.

No dia 2001-07-21 todos os jornais deram o título de primeira página ao morto. Morreu uma criança numa luta de mafia noutra região de Itália mas esta não ocupa as primeiras páginas. Todos os dias morrem inocentes vítimas da mafia e criminalidade que não dão a volta ao mundo, nem dão notícia. O marginal que morreu quando tentou atirar um extintor contra a polícia será elevado a herói. Imagino que todos os que encontraram os carros e negócios queimados consideram o polícia um herói. Mas para a maioria dos italianos hoje è considerado um criminoso e amanhã …

O TG2, (RAI2, 9h.45), mostrou o ex-ministro da Justiça Diliberto, (chamado "ministro da terrorista" porque a sua principal obra foi o regresso triunfal da terrorista Silvia Baraldine ) a pedir que suspendessem o vértice por causa do morto.

O morto tomou nome e idade: 23 anos. Correram vozes de que era um pedinte e marginal. Particularmente chegaram-me vozes de quem disse que tinha dito X que o conhecia desde estudante como criminal. Nas televisões apareceram as vozes do melhor amigo e do pai. (sindicalista), a dizer que era tudo mentira, que tinha sido preso por droga mas resultara inocente, que era muito boa pessoa, que nunca fizera mal a ninguém…

Como è que uma pessoa que nunca fez mal a ninguém aparece de um momento ao outro a atirar com um extintor à polícia?

Os 8 representantes dos países mais ricos que representam ¾ da produção do Globo reuniram-se para ajudar os mais pobres e decidirem formas de desenvolvimento e luta à pobreza e doença de que pode resultar a salvação para milhões de pessoas. Mas para o mundo "civilizado" uma morte de um marginal quando tenta agredir a polícia faz mais notícia do que milhões de mortes. Uma revista italiana fala de 2 milhões de mortos nos últimos anos no Sudão.

Se estes 8 representantes dos ricos não se reunissem não seria pior para os pobres? As suas decisões serão influenciadas para bem ou para mal com estas manifestações?

Recordo quando Mário Soares foi assinar a "descolonização exemplar" pressionado pelos slogans das manifestações populares: "Regresso imediato dos soldados". Com eles regressaram muitos retornados que deixaram familiares enterrados e tudo o que tinham. Depois foram os soldados cubanos, russos e da Alemanha comunista a saquejar o que o que os portugueses deixaram. Não seria melhor uma descolonização progressiva como fez a França e Inglaterra em vez da "revolucionária" com a pressão das multidões?

Uma moçambicana não queria acreditar no que via nas vésperas do G8 a Génova: não compreendia que Génova se protegesse da violência e vandalismo com barreiras e tanto aparato policial. Depois os genovezes queixaram-se de não terem sido protegidos: viam os vândalos deitar fogo aos seus carros e destruir os seus negócios sem poderem fazer nada. Vi as imagens de vandalismo na televisão ao lado de uma senhora de Génova que deitava as mãos à cabeça exclamando: "O que estão a fazer à minha querida Génova!".

Gastou-se uma fortuna, outra se gastará durante anos para reparar os danos de dois dias. Os mais honestos contribuintes de Itália pagarão uma parte dos danos. Quantas vidas humanas se salvariam se aquilo que se gastou com a violência e vandalismo fosse alimentar os que morrem de fome?

Um jornal trazia a foto de Silvia Baraldine anunciando que terá uma secção numa publicação. Uma terrorista condenada na América a 43 anos de prisão por fazer parte de um grupo que num assalto a um porta-valores matou 3 pessoas tornou-se uma heroína em Itália. Até dois prémios Nobel, José Saramago e Dario Fo, assinaram uma petição ao Presidente italiano Ciampi para conceder-lhe a amnistia. Foi para casa com um tácito silêncio da imprensa italiana porque naqueles dias a opinião pública estava muito sensibilizada por bombas e ataques terrorísticos. Fazem dos terroristas heróis e jornalistas e depois querem que não haja terrorismo e actos de vandalismo?

A RAI deu continuamente a palavra ao "ministro da terrorista" e ao seu sucessor ex-ministro da Justiça Piero Fassino que apelaram à manifestação contra o G8. Os mais honestos contribuintes são os principais a pagar. E isso poderá chamar-se o que quiserem mas não "justiça". Os dois ex-ministros da Justiça são dos principais responsáveis.

Itália, 2001-07-20:

      Pelo interesse que sempre tive pelos temas do G8 de Génova, pela formação que tive em "Ciências Humanas e Sociais", (licenciatura na Universidade Nova de Lisboa) e pelos importantes e controversos comportamentos que está a despertar, teria muito gosto em desenvolver para qualquer meio de informação, publicação ou editora o fenómeno da globalização.

TEMAS EM ESTUDO:

G8 E GLOBALIZAÇÃO, DO MEU PONTO DE VISTA

    Os meios de informação italianos deram grande importância ao espectáculo da contestação da globalização, pouco às ideias dos representantes dos 8 representantes e quase nenhuma aos aspectos positivos da globalização.

    Eu penso que há muitos aspectos positivos da globalização que é necessário desenvolver, coordenar, inventar formas de adaptação. Lutar cegamente contra a globalização como fazem alguns é como lutar contra a corrente de um rio em vez de a canalizar.

REVOLUCIONÁRIOS OU REACCIONÁRIOS?

Os que protestam contra a globalização são revolucionários ou reaccionários?

Em Itália o maior mito ou herói dos que contestam o G8 de Génova è Che Guevara. Mas foi um herói ou um estúpido falido que morreu, matou e causou a morte de inocentes por uma causa falida como mostrou a História?

Piero Fassino, ex-ministro da Justiça, número 2 do centro esquerda de Itália, e com ele vários dos principais políticos do governo de esquerda que preparou o G8, aparecem na televisão italiana a apoiar a contestação. Contestam o que eles próprios prepararam?

Todos dizem estar contra o terrorismo. Mas a esquerda italiana fez da terrorista Silvia Baraldine uma heroína e gastou com ela uma fortuna. Nenhuma das vítimas do terrorismo teve indemnização que se aproximasse do que o Estada ou o povo italiano gastou para o regresso triunfal da sua querida terrorista. O ex-ministro da Justiça ficou conhecido como ministro da terrorista pois ele próprio afirmou o grande empenho do seu ministério pela terrorista que depois de 3 meses numa prisão italiana disse que estava melhor na América.

A esquerda italiana, muitas vezes associada ao terrorismo, sempre na primeira linha contra o "imperialismo americano" não será uma "reaccionária" ao progresso industrial italiano que muito colabora com América? A História não está provando que as relações com America deram melhores resultados do que com a ex-URSS? Quem como eu viveu nas duas Alemanhas, (capitalista e comunista), antes da separação pode comparar as diferenças.

 GLOBAIS ANTI-GLOBALIZAÇÃO

Nove de cada dez jovens anti-globalização usa Internet e escuta música descarregada da Internet sem pagar nada para os autores. Uma grande parte calça e veste produtos de "marca" mesmo que falsificada.

TODOS DE ACORDO E TODOS CONTRA

Todos estão de acordo no essencial do encontro G8: combater a pobreza no mundo, defender a saúde e o meio ambiente, resolver os conflitos internacionais e evitar as guerras.

Mas parece que quase todo o mundo contesta que se reunam os representantes dos 7 países mais industrializados e Rússia para discutir esses problemas.

A questão fundamental está na confiança ou não nos representantes eleitos "democraticamente", na sua legitimidade e nas suas intenções.

Se os representantes dos mais ricos se reúnem para ajudar os mais pobres deveriam receber um banho de gente a aplaudi-los semelhante às visitas do papa. Mas parece precisamente o contrário: peregrinos de todo o mundo dirigem-se a Roma para protestar. São falidos que invejam os ricos e os seus representantes? Um jornalismo mais científico do que sensacionalista deve procurar resposta a estas questões:

  1. As "democracias" funcionam? Os eleitos são os melhores representantes das maiorias? Ou representam multinacionais que compram e corrompem os meios de informação para enganarem os eleitores?
  2. Os ricos procuram ajudar os pobres ou vender-lhe armas e medicamentos? Será verdade que 94% das ajudas aos pobres ficam nos países ricos ou vão para os ricos dos países pobres? Na República da Moldávia, um dos mais miseráveis países da ex-URSS, "A FILHA DO EX-MINISTRO DA SAÚDE PARASCA ABRIU 20 FARMÁCIAS PRIVADAS ONDE VENDE NORMALMENTE MEDICAMENTOS DAS AJUDAS HUMANITÁRIAS INTERNACIONAIS…" – Alberto Bobbio in "RITORNO AL MEDIOEVO" (REGRESSO À IDADE MÉDIA), em "Famiglia Cristiana" 2001-06-10, p.64. O "Al Capone" lá do sítio tem a tomba mais luxuosa do país, no oposto da simplicidade da de Craxi na Tunísia. Quanto dinheiro das ajudas humanitárias de Itália e da Europa não terá ido para a riqueza da filha do ex-ministro da Saúde e para a tomba do "Al Capone"?
  3. O Presidente do Senegal disse que o seu País e toda a África não estão contra as multinacionais. Ao contrário, serão bem-vindas. Uma das principais multinacionais italianas, gasta uma exorbitância, (60% se não me engano), em publicidade para persuadir um consumo que muitas vezes faz mal: muitos italianos sofrem de obesidade e segundo alguns médicos o principal responsável está nas "merendas" entre refeições, (que são típicas daquela multinacional). Um alimento que poderia salvar a vida aos esfomeados contribui para a morte prematura de muitos que comem demasiado. Porque não se investe em África e nos países pobres? Porque razão as ajudas humanitárias para África terminam muitas vezes em armamentos e contribuem para aumentar a miséria?

Penso que a melhor ajuda que se pode dar aos países pobres não está na luta contra a globalização mas sim na globalização dos bens, do progresso, da educação, da cultura e dos melhores sistemas políticos no que têm de melhor, respeitando cada cultura no que têm de genuíno e não prejudicial a uma justa convivência universal.

2001-07-23:

G8 E GLOBALIZAÇÃO

Os meios de informação italianos deram grande importância ao espectáculo da contestação da globalização, pouco às ideias dos 8 representantes e quase nenhuma aos aspectos positivos da globalização.

Se exceptuar qualquer frase de Berlusconi a admitir que a globalização é um facto inelutável e o Papa a dizer que é necessário globalizar a solidariedade, não recordo ter ouvido ou lido qualquer defeza da globalização. Nos últimos meses em Itália parecia que todos estavam de acordo em manifestar-se a Génova contra a globalização. Só diferiam se lutar mais ou menos violentamente.

Senti-me como um estranho que pensa diferente da maioria ou da quase totalidade do meio em que vivo: A GLOBALIZAÇÃO, MUNDIALIZAÇÃO OU UNIVERSALISMO SÃO UMA EVOLUÇÃO MAIS POSITIVA DO QUE NEGATIVA. SÃO CONSEQUÊNCIA LÓGICA DA EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO E DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO. A VIOLENTA E ESTÚPIDA CONTESTAÇÃO RADICAL DA GLOBALIZAÇÃO DEVE DAR ORIGEM A UM INTELIGENTE GOVERNO DA SUA EVOLUÇÃO.

2001-07-24:

GLOBALIZAÇÃO, RAIVA E VERGONHA

CARTA ABERTA AO SR. António Cunha E AOS REVOLUCIONÁRIOS OU REACCIONÁRIOS DA GLOBALIZAÇÃO

 

(Ideias inspiradas no encontro G8 de Génova e na carta do Sr. António Cunha publicada a 12.07.2001 na "Grande Reportagem" com o título: "Barcelona 2001- A Vergonha")

Com o desenvolvimento das comunicações, transportes e formas de produção surgiu a globalização: destruiu-se o muro que separava os comunistas dos capitalistas e os problemas que antes eram só locais passaram a ser globais: a pobreza, a saúde, o meio ambiente deixaram de ser um problema de cada nação ou de cada continente para se tornar uma preocupação global. Se os mais ricos se reúnem para discutir esses problemas, perdoar dívidas, oferecer 1.300.000 U.S.$ para a saúde em África, os pobres e os que sentem boa vontade em ajudar os menos fortunados deveriam deixar trabalhar os legítimos representantes dos povos, aplaudir o que vai ao encontro das suas ideias e criticar, como fez o Sr. António Cunha, aquilo com que não concorda.

Ao contrário da "global" opinião pública actual que parece unânime na luta contra a globalização, eu penso que são mais os aspectos positivos do que negativos. Penso que se devem corrigir os aspectos negativos e governar a globalização para que o excesso prejudicial dos ricos transborde para os pobres em vez de ser estupidamente destruído por políticos, (Cf.: GLOBALIZAÇÃO, POLÍTICOS E POLÍTICAS: http://members.xoom.it/jiimm/gp.htm ), por juizes, (Cf.: GLOBALIZAÇÃO E JUSTIÇA: http://members.xoom.it/jiimm/gj.htm ) e por manifestantes violentos, (Cf.: GLOBALIZAÇÃO E VIOLÊNCIA: http://members.xoom.it/jiimm/gv.htm ).

Gostaria de perguntar ao Sr. Cunha se participou às "mobilizações contra a globalização

capitalista" por prazer pessoal, por gosto ou pelo sentimento altruísta de contribuir para um mundo melhor. No caso de ser altruísta gostaria de lhe perguntar se conhece outro sistema político que tenha funcionado melhor do capitalismo. Eu vivi nas duas Alemanhas, capitalista e comunista, Checoslováquia e Hungria. Pouco antes da Hungria se tornar comunista contavam-se duas anedotas que reflectem o sentimento popular de quem è forçado a ser comunista e começa a ver os resultados do capitalismo. Diziam as anedotas:

  1. O condutor do presidente americano ao chegar a um cruzamento pergunta:
  • Viramos à direita ou esquerda?
  • À direita, evidentemente.

Em circunstância idêntica o presidente russo respondeu:

  • À esquerda, evidentemente.

Em circunstância idêntica o presidente húngaro respondeu:

  • Faz sinal à esquerda e vira à direita.
  •  
  • 2 ª Anedota:
  • Sabes porque o capitalismo está à beira do abismo?
  • Está a ver o abismo em que caiu o comunismo.

Muitas vezes procurei trabalho em países comunistas para os conhecer por dentro. Penso que hoje ambos os sistemas assimilaram vícios e virtudes de ambas as partes. Mas não duvido que em geral o capitalismo deu melhores resultados.

Faço minhas as suas palavras mas em sentido oposto: "Nenhum ministro, nenhum director de jornal, nenhum polícia, poderá apagar da minha memória as imagens de

crueldade gratuita …" Mas enquanto o Sr. Cunha se refere à crueldade dos polícias eu refiro-me à crueldade e violência que vi nas televisões italianas dos manifestantes de Génova contra a polícia e contra tudo. Vi uma multidão que cercou um carro da polícia arremeçando-lhe tábuas, pedras e um extintor. Um disparo matou o jovem e impediu que o extintor atingisse o polícia. Não se pode saber o que sucederia se o polícia não fosse armado como queriam os manifestantes. Das imagens eu estou convencido que o jovem não morria mas morriam aqueles 3 polícias e talvez muitos outros.

A organização do G8 custou uns 100 milhões de dólares, (segundo TV da Rússia, ou 150.000.000.000 liras, segundo um sito da Internet), na maioria foram gastos com a segurança porque se esperavam as manifestações. Os danos foram enormes: 30 milhões de dólares americanos segunda a TV da Rússia e 100.000.000.000 segundo TV de Itália. Quase todos esses danos serão pagos pelos mais honestos contribuintes. Onde está a violência gratuita? Quantas vidas humanas se salvariam se esses meios fossem orientados para os que morrem de fome, para os doentes de África, para a investigação no sentido de melhorar o meio ambiente? Ou pensa que as multidões manipuladas por fáceis slogans são mais aptas a gerirem os impostos e a resolverem os problemas da Humanidade?

"A inteligência das massas è inferior à média dos seus componentes". Os eleitos dos povos mais ricos são os melhores representantes desses povos. Os contestadores nem todos são os menos inteligentes e desadaptados da evolução global. Muitos são idealistas com respeitáveis sentimentos altruístas. Mas ninguém melhor do que os representantes eleitos está em melhores condições de decidir o tipo de ajuda aos pobres. Ao contrário da maioria que hoje se manifesta contra a globalização eu penso que deve ser governada com inteligência e valores filosóficos, éticos, morais e humanitários "globais" ou universais. Por outras palavras o patriotismo deve dar lugar ao universalismo, as culturas que favorecem uma melhor convivência global devem tender a globalizar-se e outras devem ser combatidas. O mundo deve unir-se no combate à cultura mafiosa de certas regiões, à ladroagem, corrupção e fanatismos violentos.

O Sr. Cunha diz que "tinham sido destruídas cerca de 20 montras e cabines telefónicas"… viu "os estragos, (…) muitas montras partidas, todas de multinacionais com um

curriculum pouco invejável, ou bancos, (…) e muitas pilhagens anticapitalistas". E pergunta: "De onde nos vem tanta raiva?" (…) "Tratou-se de uma violência unilateral,

perpetrada por um corpo de polícia absolutamente desumano e em

número mais do que suficiente para evitar a destruição de qualquer

uma das montras quebradas. (…) A sensação que fica é

que a polícia sabe que pode contar com a ajuda dos media naquilo

que se tornou a grande batalha do poder capitalista: a conquista da

opinião pública para a criminalização dos movimentos sociais

contestatários à ordem que estabelece. (…) Nas primeiras

páginas dos jornais do dia seguinte falar-se-ia de "confrontos", os

editoriais colocariam mais uma pitada de cor no rótulo de

"manifestantes violentos". (…) Saímos com uma sensação de vazio. Tinha-se

conseguido, mais uma vez, colocar numa mesma praça milhares de

pessoas com perspectivas muito diferentes sobre o mundo que

querem, mas, mais uma vez, tudo se tinha passado de forma morna,

quase como uma manifestação da CGTP, sem pontos altos, sem

grande aspecto de luta. (…) Alguém gritava, ao apontar para um grupo de pessoas:

"Polícia! Polícia!". De repente, começaram a tirar ferros e paus de

dentro das calças e a correr. (…) juntamo-nos às duas centenas de pessoas que dançavam e gritavam contra a repressão policial. As cargas policiais começaram, mais uma

vez sem que tenha havido nenhuma provocação por parte dos

manifestantes. Tratava-se, aparentemente, de cargas de "precaução",

naquela de "vejam bem com quem se metem, antes de tentar reentrar

na Praça", oficialmente pública.(…) Em segundos, as bastonadas sucediam-se,

uma das quais com tal força que se ouviu a, pelo menos, 20 metros.

No cimo das escadas da parte de baixo da praça, um grupo de

polícias à paisana, com pinta de terroristas urbanos, olhava, triunfante.

(…) O Tribunal popular para julgar os crimes do Banco Mundial e das

instituições do capitalismo global, marcado para as 18h00, não se

realizou. A sala de audiências estava ocupada. A polícia tinha

marcado o ritmo. A polícia tinha ganho. (…) Ilegalizem-me já! Prendam-me!

Matem-me! Mas não me obriguem a viver num mundo destes sem que

possa reagir".

Se os factos se passaram a Barcelona como o Sr. Cunha os relata tem muita razão de se indignar mas não tem razão de fazer pagar as consequências aos mais honestos contribuintes ou a desgraçados inocentes. Até as galinhas com a sua pouca inteligência e grande instinto de conservação se organizam segundo uma ordem de dependência dos mais aptos à sobrevivência. Os 200.000 manifestantes que destruíram Génova não são mais competentes do que os legítimos representantes de quem produz mais e melhor para ajudar os mais pobres. Os problemas resolvem-se com negociações dos mais inteligentes e mais aptos a representar as maiorias e não com a agressividade dos falidos a partir montras e queimar carros e negócios.

 

PIRES PORTUGAL (E-mail: piresportugal@hotmail.com).

Escrevi sobre:

GLOBALIZAÇÃO: DAS JUSTAS LUTAS DOS "NO-GLOBAL" AOS REACCIONÁRIOS OBJECTIVOS COM ESTÚPIDOS MÉTODOS. IDEIAS PARA UM FUTURO GLOBAL:JUSTIÇA, JORNALISMO, POLÍTICA E CULTURA.

"GLOBAL FORUM", ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, MANIFESTAÇÕES ... VIOLÊNCIA...

http://members.xoom.it/jiimm/a2001-03.htm , Março, 2001:

PELA GLOBALIZAÇÃO: DO CARTÃO COMUM DO CIDADÃO AO CARTÃO UNIVERSAL

PREPARATIVOS DO G8 DE GÉNOVA (2001.07.20-22)

" TERRORISMO, CRIMINALIDADE, G8 E GLOBALIZAÇÃO.

IDEIAS PARA UM FUTURO "GLOBAL OU UNIVERSAL FORUM" .

AGOSTO, 2001:

5 - MANIFESTO PARA UM FUTURO GLOBAL

VIRUS, GLOBALIZAÇÃO E JUSTIÇA:

http://members.xoom.it/jiimm/vaci.htm:

                  VOLUNTÁRIOS ANTI-CRIMINALIDADE INFORMÁTICA;

                CARTAS ABERTAS AO PARLAMENTO EUROPEU:

Nº 3 ASSUNTO: NOVA JUSTIÇA E "TRIBUNAL INTERNACIONAL DE BOM  SENSO" CONTRA NOVOS CRIMES INFORMÁTICOS

                NOVOS CRIMES E IDEIAS PARA UMA NOVA JUSTIÇA EM TEMPOS DE INTERNET

                 CARTA ABERTA AO MINISTRO DA JUSTIÇA  (...) JUSTIÇA SEM FRONTEIRAS CONTRA OS CRIMES SEM FRONTEIRAS.

http://members.xoom.it/jiimm/a2001-03.htm :

                JUSTIÇA SEM FRONTEIRAS;

AGOSTO, 2001:

2 - HERÓIS ACTUAIS: DOS HACKERS, DELINQUENTES E TERRORISTAS DE ITÁLIA A JESUS CRISTO NO "IMPERIALISMO" AMERICANO

5 - MANIFESTO PARA UM FUTURO GLOBAL

SETEMBRO 2001:

7 - CRIMES, POLÍTICAS E OPINIÕES EM TEMPOS DE INTERNET E GLOBALIZAÇÃO

G8, (CF.: ÚLTIMOS TEXTOS PELA ORDEM EM QUE FORAM ESCRITOS: http://members.xoom.it/jiimm/aaaaa.htm .)

G8 e GLOBALIZAÇÃO: http://members.xoom.it/jiimm/g8.htm

GLOBALIZAÇÃO E JUSTIÇA: http://members.xoom.it/jiimm/gj.htm .

GLOBALIZAÇÃO E VIOLÊNCIA: http://members.xoom.it/jiimm/gv.htm .

GLOBAL FORUM", ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, MANIFESTAÇÕES ... VIOLÊNCIA...

IDEIAS PARA UM FUTURO "GLOBAL OU UNIVERSAL FORUM" .

PELA GLOBALIZAÇÃO: DO CARTÃO COMUM DO CIDADÃO AO CARTÃO UNIVERSAL.

PREPARATIVOS DO G8 DE GÉNOVA (2001.07.20-22).

" TERRORISMO, CRIMINALIDADE, G8 E GLOBALIZAÇÃO.

ITÁLIA, ABRIL, 2001: TERRORISMO, BOMBAS E E-MAILS,   E-MAILS, ÉTICA E JUSTIÇA EM TEMPOS DE INTERNET.

ITÁLIA, MARÇO 2001: O "E-MAIL" E O FUTURO DA DEMOCRACIA E DA JUSTIÇA.

VÍRUS, VOLUNTÁRIOS ANTI CRIMINALIDADE INFORMÁTICA ... NOVOS CRIMES E IDEIAS PARA UMA NOVA JUSTIÇA EM TEMPOS DE INTERNET : http://members.xoom.it/jiimm/vaci.htm

JIIMM 2002: NOVIDADES E CONTINUIDADE COM EMOÇÃO, RAZÃO E FANTASIA

ABREVIATURAS E ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE ALGUNS TEMAS MAIS DESENVOLVIDOS.

    JIIMM: JORNAL INTERNET DE IDEIAS PARA UM MUNDO MELHOR: http://members.xoom.it/jiimm (1ª página).