ARQUIVOS

ESCREVI

1999-2002 

2000-07 : JUSTIÇA E OPINIÃO PÚBLICA NA GUERRA ENTRE ESTADO E CRIMINALIDADE

2000-06 : CARTA ABERTA AO JUIZ QUE JULGARÁ O ADVOGADO QUE DESCEU ABAIXO DE CÃO.

2000-05 :          O SEXO DOS ANJOS NA FILOSOFIA TRADICIONAL … E OUTRAS IDEIAS …(Maio 2000)

2000-04 : CRIMINALIDADE, JUSTIÇA, POLÍTICA …

2000-03 : JUSTIÇA, POLÍTICA, JORNALISMO E FILOSOFIA DA SOCIEDADE

2000-02 :

a2000 :   TEXTOS  ESCRITOS EM JANEIRO  DO ANO 2000

VIAGEM A PORTUGAL... (1999, 11-12).

 Cape = CARTAS ABERTAS AO PARLAMENTO EUROPEU

 

JIIMM: JORNAL INTERNET DE IDEIAS PARA UM MUNDO MELHORhttp://members.xoom.it/jiimm

PIRES PORTUGAL  piresportugal@hotmail.com

02-09-2000

JORNALISMO, POLÍTICA E CULTURA ITALIANA 

Num jornal, (La Stampa, 02.09.2000), vinha a foto do anterior ministro da Justiça de Itália, Deliberto, (também chamado "ministro da terrorista" pelo seu empenho na transferência da Baraldini de uma prisão americana para uma italiana), com a sua resposta à pergunta de um jornalista sobre as qualidades do novo candidato a Presidente: "o novo candidato deve ter as qualidades para derrotar Berlusconi". Parece que a política se transformou numa guerra de poderes e os mais aguerridos são mais importantes do que os mais competentes. Parece que os políticos se interessam mais por derrotar os adversários do que pelo bem do país. Numa Itália de cultura muito mafiosa e criminal, um ministro de Justiça que pareceu mais preocupado com a transferência de uma terrorista de uma prisão americana para uma italiana do que com a luta ao terrorismo, continua a ser tomado em grande consideração e a ter fotos nos jornais por dizer banalidades deste género. Baraldini, a terrorista transformada em heroína anti-americana, anti-capitalismo, pró-comunista, quis ser utilizada como meio de dar votos à esquerda. Mas Berlusconi mostrou que tem muito mais bom senso de eficiência do que certos políticos. A "santa terrorista", (Baraldini), que devia ser uma vitória da esquerda acabou por ser em parte o seu caixão: muita gente está farta destes políticos que em vez de combaterem a criminalidade, mafia e terrorismo gastam o seu tempo e fortunas dos contribuintes com estas fantochadas enquanto milhões de queixas são arquivadas e grandes criminosos saem das prisões sem julgamento.

No dia 02-09-2000 os telejornais italianos começaram a bombardear: "faltam 12 dias para o italo-americano condenado à morte nos USA … declara-se inocente e vítima de um complot … desapareceu dos arquivos do tribunal o material que poderia provar a sua inocência … as provas foram encontradas mas …" Os meios de informação italianos fazem crer que muito provavelmente está inocente. Um condenado à morte nos USA que eventualmente será executado dentro de 12 dias ocupa muito mais os órgãos de informação do que os que morrem todos os dias em Itália: mais um ourives foi encontrado morto vítima de ladrões mas quase não dá notícia porque è mais um de tantos que são vítimas da grande e pequena criminalidade.

No dia 5 continuaram a aparecer em vários telejornais as imagens do italo-americano condenado à morte nos USA com acusa de ter matado a namorada e que segundo os meios de informação em Itália parece estar inocente. O "síndaco", (Presidente da Câmara) de Palermo Leoluca Orlando ofereceu-lhe a honra de cidadão honorário da cidade. Não seria melhor ocupar-se de salvar a vida das inocentes vítimas da mafia? Mas numa cultura mafiosa lutar contra a mafia è perigoso, tira votos e popularidade ao passo que levantar a bandeira contra a pena de morte è popular e dá direito a entrevistas na televisão, nome nos jornais e a benção do poder do crime.

Alguém ofereceu 50.000 dólares a quem encontrasse provas da sua inocência. Porque será que ninguém se lembra de oferecer essa soma a quem contribuir para meter na prisão os responsáveis por dezenas ou centenas de mortes de inocentes? Imaginemos que as leis de expropriação dos bens dos grandes criminosos se cumpriam realmente. Imaginemos que se davam ao menos dez por cento aos colaboradores com a Justiça que ajudassem a prender os grandes criminosos. Imaginemos que aos grandes criminosos se dizia logo no momento da prisão: "Podes jurar dizer a verdade. Se o fizeres e disseres só a verdade não poderás ser condenado à prisão perpétua. Se não jurares dizer a verdade, se não colaborares, se disseres mentiras serás condenado à pior das prisões para toda a vida e poderás mesmo ser condenado à morte". Quantas dezenas, centenas ou milhares de inocentes se salvariam com a morte de uns poucos criminosos inconvertíveis?

O "Corriere Della Sera", ( 00-09-05), publicou num título que faltam 9 dias para a execução do famoso italo-americano Rocco. Mais referências às provas perdidas e encontradas e aos que não interrompem as férias para fazerem análises que o possam salvar. Não encontrei a notícia do ourives encontrado morto num banho de sangue ou do assassino condenado à prisão perpétua que nas saídas prémio depois de 23 anos de prisão matava prostitutas. Não salvarão mais vidas de inocentes os americanos com a sua pena de morte do que os italianos com o seu paraíso para os criminosos?

Parecem-me duas loucuras:

  • a americana que condena à morte um indivíduo acusado de um crime que parece não ter cometido sem investigar realmente todas as possibilidades de descobrir a verdade;
  • a europeia que se empenha mais em salvar alguns poucos condenados à morte nos USA do que a salvar milhares de vítimas inocentes da criminalidade.

Os meios de informação e os políticos parecem-me cair no ridículo: A morte de um condenado nos USA faz mais notícia de que milhares de vítimas das mafia que talvez se evitassem com a condenação à morte de alguns poucos criminosos; os políticos, não sei se por princípios morais ou por caça ao voto, parecem mais empenhados com a salvação de um condenado do que com a salvação de milhares de inocentes e a transformação da actividade criminal e anti-social em actividade produtiva e ao serviço do bem estar geral. O Presidente Italiano Amato encontra-se nos USA e dos meios de informação parece que o seu principal objectivo è salvar Rocco da pena de morte. Vários deputados da esquerda e direita deslocaram-se aos USA para salvarem Rocco. À custa de quem? Os familiares das vítimas da criminalidade ficarão contentes de pagarem impostos para os seus políticos irem à América salvar condenados?

 

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