LZCG
O ZÉ JUSTO QUER APRENDER COM CHE GUEVARA
O mito de Che Guevara era para o Zé Justo um daqueles irracionalismos que só se
compreende porque "o coração tem razões que a própria razão desconhece".
Foi um falido que morreu jovem em luta por uma causa falida: contra a opressão do
imperialismo americano. Afinal o povo cubano que ele ajudou a libertar do imperialismo
americano para se sujeitar à ditadura de Fidel Castro não parece ter tido melhor sorte
do que os que continuaram a sofrer a dita "opressão do imperialismo americano".
Em Cuba não parece viver-se melhor do que em outras ilhas das Caraíbes e não parece que
Cuba tenha benificiado com a sua revolução.
Che Guevara deixou a sua família e o posto de ministro em Cuba para ir para a Bolívia a
viver no meio do mato e a lutar como guerrilheiro contra um exército. Causou a morte a
vários soldados, aos seus companheiros e ele próprio acabou por morrer sem ver nenhum
dos seus objectivos concretizados. Mas tal como o Cristo que morre na cruz e depois vê
ressuscitar a sua mensagem, também o Che se transforma num mito revolucionário.
Enquanto lia o diário de Che Guevara na Bolívia com o longo e irracionaal discurso, digo
prefácio, do seu companheiro Fidel Castro os noticiários televisivos mostravam as bombas
americanas da Nato a cair sobre a Jusgoslávia para obrigar Milosevic a desistir da
limpeza étnica do Kosovo. Enfim, um horror para impedir outro horror.
Dois emigrantes Kosovares que viviam tranquilamente um na Alemanha e outro em Itália
voltaram ao Kosovo e alistaram-se voluntàriamente no exército para lutarem contra os
serbos. Estes tinham matado as suas famílias e agora a sede de vingança impelia-os a
lutrem e a deixarem a tranquilidade em que viviam para arriscarem as suas vidas. Um falou
do prazer que tinha sentido ao matar 5 soldados serbos. Afinal não eram muito diferentes
de Che Guevara. Mesmo o regozijo do kosovar por ter matado 5 soldados inimigos não era
muito diferente do de Che Guevara quando nos seus comunicados informava das mortes
causadas aos soldados da Bolívia.
Todas as guerras americanas e da Nato dos últimos tempos se apresentam com os mesmos
ideais de justiça e altruismo que levaram Che Guevara ao sacrifício na Bolívia: Na
guerra do Golfo porque um país forte tomou um mais fraco; na Somália defenderam as
ajudas humanitárias para chegarem aos mais necessitatos com a operação "Restaurar
a Esperança; no Kosovo porque se estava a oprimir e eliminar uma minoria étnica.
No fundo acaba por reinar sempre a justiça do mais forte.
Entretanto o Zé Justo imaginava um tribunal internacional do bom senso que decidisse
estas questões sem recorrer a guerrilheiros, bombardeiros, mísseis, morte e
destruição. Um tribunal internacional do bom senso deveria ter meios e poder para impor
o bom senso de justiça sem recorrer à guerra. Em vez de bommbas e projécteis que matam,
o Zé Justo enviaria "cartas abertas" e "e-mails" na esperança de
melhorar o mundo.
Cristo pregou o perdão das ofensas. Nietzsch considerou o perdão uma cobardia dos
fracos. A Igreja Católica defendeu a paz quando não se tratava de cruzadas contra os
infiéis mas recetemente tomou uma posição ambígua: "SE QUERES A PAZ LUTA PELA
JUSTIÇA". Essas palavras pareceram ao Zé Justo mais divinas do que muitas da
Bíblia. Se houvesse uma justiça que castigasse os assassinos da família do kosovar
talvez ele não pegasse em armas e não matasse 5 soldados serbos. Se houvesse uma
justiça que funcionasse minimamente não haveria tantas vítimas das guerras, das mafias
e da criminalidade.
(Extracto de: "O ZÉ JUSTO NO PAÍS DAS BANANAS", livro de ficção em
preparação inspirado em factos reais da sociedade actual).
PIRES PORTUGAL ( piresportugal@hotmail.com ).
Para saber mais:JIIMM: JORNAL INTERNET DE IDEIAS PARA UM MUNDO MELHOR: http://members.xoom.it/jiimm :
LZ= "O ZÉ JUSTO NO PAÍS DAS BANANAS".
LB= "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA".
DF= "DIÁRIO FILOSÓFICO", (pensamentos, ideias, reflecções).
DL= "DIÁRIO DE LUTA POR JUSTIÇA E POR UM MUNDO MELHOR".
DP= "DIÁRIO PESSOAL", (emoções, sentimentos e reflecções pessoais).
AA= INDECE GERAL.