AVI: ASSOCIAÇÃO DE VÍTIMAS DE INJUSTIÇAS

HACKERS, ÉTICA E JUSTIÇA

SPAM, ÉTICA GLOBAL, CONSUMISMO...

ÉTICA E FUTURO GLOBAL

 DIÁRIO DE LUTA POR JUSTIÇA E POR UM MUNDO MELHOR

NOVA SIBÉRIA E NOVAS LIÇÕES DA "GRANDE REVOLUÇÃO RUSSA

ANARQUISMO, JUSTIÇA, CERTO "NO GLOBAL" E GLOBALIZAÇÃO

VOLUNTÁRIOS PARA UM MUNDO MELHOR

LÍNGUA GLOBAL ou LINGUAGEM UNIVERSAL

CAMPANHA PARA UMA MELHOR COMUNICAÇÃO, PARA A UNIVERSALIZAÇÃO DA LINGUAGEM, CONTRA RACISMOS, NACIONALISMOS E PATRIOTISMOS LINGUÍSTICOS.

NÃO TRADUZA: "E-MAIL", "PAS-DE-DEUX", "PC", "LONDON", "PARIS", "UK", "USA", "FRANCE", ETC...

Se existisse uma única língua universal teria enormes vantagens. Se é difícil criar uma língua universal, é fácil e de grande vantagem utilizar na língua original ou na mais fácil as novas palavras que surgem, especialmente as relacionadas com as novas tecnologias. Por isso eu proponho uma campanha contra a tradução de novos termos técnicos, promover a universalização de abreviaturas, ("PC", "UK", "USA", "WEB", etc...), uso do nome original sem tradução para nomes de países, cidades, regiões, etc...

Proponho normas universais lógicas que facilitem o caminho para uma linguagem global. Já se usa muito: e-mail, e-commerce, e-procurement mas eu pergunto porque se usará ebook e não e-book, egovernment e não e-government? Não seria melhor estabelecer como norma geral o uso de e- para tudo o que passa a ser utilizado com meios electrónicos ou novas tecnologias?

Como segunda língua parece-me conveniente universalizar o Inglês, Esperanto ou tentar evoluir uma língua universal, talvez um misto de Esperanto, Inglês e outras línguas. O Esperanto parece ser mais fácil de aprender. Mas o Inglês existe já mais divulgado e utilizado. Penso que as vantagens da uniformização global de uma segunda língua, seja ela Esperanto, Inglês ou outra traria tantas vantagens a nível global que seria de desejar colocar de parte preconceitos racistas, nacionalistas ou patrióticos.

O Esperanto surgiu como uma esperança de segunda língua universal, apoiada pela Academia Francesa e pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). Talvez porque o Inglês seja a principal língua da Internet está a tornar-se a segunda língua apesar de prejudicada pelo anti-americanismo de alguns e pelo nacionalismo ou patriotismo de outros.

AGRADEÇO COLABORAÇÕES INTERNACIONAIS DE VOLUNTÁRIOS PARA UM MUNDO MELHOR:

Português

Italiano 

 English

 Français

 Deutsch 

Español

OFERTA DE COLABORAÇÃO ao cuidado de:

DIRECTORES DA INFORMAÇÃO,

EDITORES

PUBLICIDADE SPONSORS E MECENATO

Na França, uma "Comissão Geral de Terminologia e Neologismo" proibiu o uso do termo "e-mail" dos documentos públicos oficiais. Deverá dizer-se "courriel", abreviatura da expressão "courrier electronique". Para mi é um passo contra a evolução e facilidade da comunicação, um prejudicial nacionalismo, (uma espécie de patriotismo linguístico), que prejudica quem aprende francês, os franceses que aprendem outras línguas, as traduções, a comunicação e buscas na Internet, etc.

Eu penso que a globalização é o fenómeno social mais importante dos últimos tempos e sobretudo dos futuros. Nessa globalização as diferentes linguagens são um dos principais problemas. Ao contrário do que disseram alguns "no-global", não é verdade que a globalização aumentou sempre a diferença entre pobres e ricos. Essa diferença aconteceu em certos casos e tomando em conta certas datas e certos indicadores. Aconteceu principalmente na relação entre os povos que participaram à globalização QUE ENRIQUECERAM, e os que ficaram excluídos, principalmente os africanos com centenas de dialectos, QUE CONTINUARAM NA POBRESA. A África do Sul, apesar de ser o estado africano mais longe da Europa, é um dos mais semelhantes à Europa e com mais progresso, talvez porque a língua inglesa favoreceu o desenvolvimento da Internet. O Esperanto nasceu precisamente numa região de diversos dialectos que contribuíam para dificultar a comunicação e criar rivalidades entre grupos. Se existisse uma única linguagem universal contribuiria para uma melhor convivência global. É difícil hoje criar uma linguagem universal. Mas se ao menos nos aproximarmos com o uso do máximo de termos universais estamos a contribuir para facilitar a nossa vida e sobretudo a das gerações futuras mais globalizadas.

Dizem que tempo é dinheiro e eu acrescento que é vida. Falo 6 línguas e se devo aprender a traduzir cada palavra em 6 línguas rouba-me tempo que poderia ocupar a aprender outras coisas se me bastasse aprender o termo numa língua. Sobretudo os novos termos técnicos prejudicam explicações de programas e de funcionamento das novas tecnologias. Cada nova palavra obriga-me a pegar no dicionário várias vezes. Se multiplicarmos esse tempo pelos biliões de pessoas que terão de aprender esses termos em várias línguas compreenderemos que não é insignificante. 

Essa "Comissão Geral de Terminologia e Neologismo" ao proibir o uso do termo "e-mail" dos documentos públicos oficiais e inventar esse ridículo "courriel", roubou milhares ou milhões de horas de tempo que poderiam ser utilizadas de forma mais útil e agradável. Prejudicou os franceses que aprendem outras línguas e prejudicou todos os que aprenderem Francês. Sugiro uma campanha para os obrigarem a abolir essa norma. Se fossem obrigados a trabalhar para pagarem os danos que causam às gerações actuais e futuras talvez nem trabalhando toda a vida compensavam o tempo que fazem perder.

Sugiro à ONU a criação de uma "Comissão GLOBAL de Terminologia e Neologismo" que não proíba o uso de nenhum termo em nenhuma língua mas sugira o uso universal de certos termos, nomes e abreviaturas. Sugiro a criação de um dicionário GLOBAL que proponha o termo GLOBAL STANDARD mais conveniente seguido de outros possíveis termos com o mesmo significado. Por exemplo:

"e-mail" (ou "mail" ou "email") = correio electrónico, contacto por Internet, "contact us", "courrier electronique" ...

pc = "personal computer", computador, "ordinateur"...

USA = "United States of America", EUA, ...
UK = United Kington, ...

Muitos nomes de disciplinas ou assuntos que passarão a ser tratados de forma diferente na Internet poderão ser precedidas de e-..., (e-journalism, e-press), ou w-..., (w-journalism para web-journalism, etc.) 

Essa "COMISSÃO GLOBAL" deve ser feita por PESSOAS INTELIGENTES, seccionadas entre conhecedores de várias línguas sem preconceitos nacionalísticos. Deve tender a criar uma linguagem de comunicação global, começando por favorecer o uso mais generalizado de um só termo para nomes próprios ou perfeitamente identificáveis, evitando traduzir os novos e favorecendo o uso de um termo global que substitua os de todas as línguas. Inicialmente cada língua tenderá a adoptar certos termos globais em vez dos nacionais. A longo prazo as diversas línguas tenderão a evoluir para uma linguagem global predominante que poderá ser um misto de Esperanto com novos termos das novas tecnologias na língua do criador ou da língua que for considerada mai fácil.

Como a Revolução Francesa foi influenciada pela enciclopédia criada pelos intelectuais do tempo, linguístas e intelectuais poderão influenciar uma melhor comunicação futura.

 

MEUS COMENTÁRIOS A ALGUNS COMENTÁRIOS EM http://www.azine.org/index.php?centro=corpo_noticias.php&nr=000024233&inicio=0&fim=20 :

"Porque irei eu dizer UK em vez de Reino Unido? Porque irei eu dizer USA em vez de EUA?"

Se tivesse aprendido a abreviatura "UK" como em muitos países se emprega "USA" para EUA o custo em tempo seria igual, as possibilidades de procurar documentos na Internet através dos "search engine", (motores de busca), seria muito facilitado e até seria menor o tempo a escrever. Por outro lado se em todo o mundo se usasse UK para Reino Unido facilitaria as traduções internacionais, a compreensão entre os povos e dávamos um passo para nos aproximarmos de uma linguagem universal que em minha opinião traria enormes vantagens.
"Porque irei eu dizer PC em vez de Computador?
Escrever duas letras demora menos do que dez. Facilitaria traduções, compreensão entre os povos e procuras na Internet.

"Porque irei eu dizer web em vez de rede?"

O termo "rede" pode significar outras coisas. Facilitaria traduções, compreensão entre os povos e procuras na Internet.

Penso que o ideal seria se houvesse uma linguagem universal e um único tipo de caracteres. Não podendo atingir esse ideal a curto prazo pelo menos será melhor tudo o que nos aproximar dele.
O desenvolvimento dos meios de comunicação, especialmente o aparecimento da televisão, quase fez desaparecer muitos dialectos. Eu penso que as vantagens foram muito superiores às desvantagens, especialmente na facilidade das comunicações. Vivo numa região onde só os velhos falam um dialecto entre eles. Todos aprenderam a língua nacional da televisão. Penso que a perda desses dialectos e a sua substituição pela língua nacional mais uma universal traz mais vantagens do que desvantagens.

Por outro lado poderíamos tender a globalizar certos termos que exprimem sentimentos típicos de uma cultura e para os quais não existem termos noutras. Parece que a palavra "saudade" tem dificuldade a ser traduzida em certas línguas.

A palavra "perestroika" quase entrou na linguagem comum de meio mundo. É um enriquecimento linguístico como o de muitos termos novos que em minha opinião não deviam ser traduzidos nem escritos de outra forma.

A adopção de termos estrangeiros para línguas nacionais enriquece. Para alguns "a erradicação de uma língua em detrimento de outra é um acto contracultura ..." Mas eu penso que as facilidades de comunicação podem produzir um enriquecimento cultural muito mais importante do que esse chamado "acto contracultura".

A globalização destrui e constrói, empobrece e enriquece. Devemos contribuir para construi o melhor: comunicação e compreensão entre os povos e destruir o pior: barreiras da comunicação.

"Claro que a terminologia e-mail é abolida nos "documentos públicos oficiais". Devia ser assim em todo o mundo"(???).

Para mi o uso de diferentes linguagens de classes religiosas, judiciais, ou burocracias das tradicionais repartições públicas deve tender a desaparecer, como desapareceu o latim das missas católicas. Essas linguagens contribuem para estabelecer classes sociais distintas com base no saber de termos ou linguagens que dificultam a facilidade de comunicar entre as diferentes pessoas. Essas "pessoas que não sabem inglês, e que ... não sabem o que significa "mail" terão a mesma dificuldade a aprender "mail", "e-mail", "courriel", "correio electrónico" ou qualquer outra palavra. Mas se em todo o mundo se usar "mail" ou "e-mail" serão biliões de pessoas que perderão menos milhares ou milhões de horas em aprenderem e traduzirem essa palavra em 6.000 línguas faladas actualmente. "Se eu disser "e-mail" à minha avó, ou a outras pessoas minhas conhecidas, podem ficar a olhar para mi, sem perceber... Mas se disser "correio electrónico" ela percebe". Só percebe porque aprendeu. Aprender a palavra "e-mail" não me parece mais difícil do que aprender "correio electrónico".

"Nessa globalização as diferentes linguagens são um dos principais problemas... É o mesmo problema que tiveram os egípcios quando chegaram ao extremo oriente, os celtas quando chegaram à Península Ibérica, os romanos quando chegaram ao Egipto, os europeus com os povos indígenas americanos e africanos, os russos com os franceses, etc... O problema não é recente" e foi entrave ao longo da história do planeta tendo sido em parte superado com a difusão da língua dos vencedores: o "Latim" tornou-se quase "universal" no Império Romano e facilitou a união e comunicação.
"E porque tem que ser uma língua imposta a outros? Porque não uma que todos concordem?"

É evidente que não se podem satisfazer a todos nem existe uma língua com a qual todos concordem. Nas democracias dá-se preferência a satisfazer as maiorias ou o que tem mais lógica. Eu propus como segunda língua o Inglês por ser a mais usada na Internet ou o Esperanto por ser mais fácil. Mas o essencial da minha proposta está no uso universal dos novos termos, na língua em que surgirem pela primeira vez ou que for mais fácil ou com mais vantagens para as maiorias. Atendendo a que o Inglês é mais usado na investigação é lógico que surjam mais termos ingleses. Mas poderão inspirar-se em línguas clássicas como o Latim ou Grego.

"Para isso é que existe uma profissão chamada "tradutores". Para traduzirem, e leres na tua língua natal."

Só os milionários se podem permitir de pagar a tradutores que lhes traduzam tudo o que querem ler.
"Imagina que todos escreviam UK. Procuravas informações sobre o reino unido e o google, ou o yahoo ... dava-te milhões de páginas..."

Bastaria colocar primeiro outra palavra mais específica na língua desejada.

"Porque não o espanhol que é mais falado que o inglês?"

Porque é menos usado na Internet e internacionalmente.

COMENTÁRIOS AO TEXTO DE David Ferguson (Grã-Bretanha), jornalista e director do Centro de Comunicação em Bruxelas, traduzido por João Manoel Aguilera Junior, do texto escrito originalmente em Esperanto em: http://brasil.indymedia.org/pt/blue/2003/08/260867.shtml

"Sem raciocinar, as elites brasileiras adoptam o inglês em diversos sectores, e silenciosamente ou em voz alta acusam os defensores de outras línguas de serem nacionalistas."

Talvez essas "elites" tenham chegado ao ponto de serem consideradas "elites" por se identificarem com as "elites" mundiais, com civilizações em que a filosofia pragmática deu melhores resultados.

Concordo plenamente com:

..."Quando se fala sobre idiomas, prefere-se ao que parece, uma linguagem militar de "batalha para defender o português" ou de "contra-ataque do português". Entretanto, nunca foi tão necessária uma política linguística com base na igualdade de todas as línguas e seus falantes. Nunca foi tão necessária a concreta acção de cidadãos e políticos pelo mundo por um sentimento de solidariedade linguística."

...

"Cada povo, cada etnia, poderia preservar sua riqueza linguística se parte da opressão "imperial" não fosse a imposição da língua dos dominadores. Sou esperantista porque acredito que se deva opor à invasão anglófona e anglicista um idioma neutro e de fácil aprendizado que seja a única segunda língua necessária para a comunicação internacional".

Essa "riqueza linguística" ou preconceitos contra "os dominadores" pode contribuir para a pobreza económica e cultural. Na minha primeira viagem à Alemanha, trabalhei nas férias de estudante numa fábrica americana e ganhava por hora 7 DM que equivalia a mais do que muitos ganhavam em Portugal por dia. A questão que me pus foi esta: como se explica que a Alemanha destruída depois da Segunda Guerra Mundial se tornou muito mais rica do que Portugal? Não terá sido por influência desses dominadores"?

"Por ocasião do congresso, o presidente da Associação Mundial de Esperanto, Renato Korseti, professor de linguística da Universidade de Roma, alertou sobre os custos sociais e económicos para o Brasil e para a América Latina referentes à desigualdade linguística. ... Os brasileiros, entretanto, não começaram a calcular os custos sociais e económicos causados pela desigualdade linguística nos mais variados campos como, por exemplo, nos meios de comunicação, na exploração científica, na educação e no comércio."

...

"Na Índia, colónia britânica durante séculos, a desigualdade linguística ainda esmaga as mais de 1.600 línguas nacionais. Depois de mais de 50 anos da independência, o inglês permanece como a língua do poder, mas falada por menos de 2% da população. Depois do inglês, é o idioma hindu, que conjuntamente comprimem outros 18 idiomas "grandes", 400 outros "catalogados" e um impreciso número de outros idiomas.
...Ao mesmo tempo, e também principalmente devido à desigualdade linguística, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo gastam cerca de 50 bilhões de dólares para aprenderem a língua mais poderosa do mundo, o inglês.
... O Brasil ainda paga às universidades de fala inglesa. Dos 550.000 estudantes estrangeiros durante o último ano lectivo das universidades de fala inglesa, 64.000 eram da América Latina. Entre eles quase 9.000 brasileiros. Logicamente os brasileiros são ambiciosos e alvejam o mercado de trabalho nos Estados Unidos. Logicamente o sistema de educação brasileiro prepara um pequeno exército dos mais talentosos estudantes para os Estados Unidos. Para provar aos futuros patrões um conhecimento quase que "de nascença" do inglês e o domínio de "modernos" métodos de trabalho, um ambicioso brasileiro precisa de um diploma de uma universidade de fala inglesa.

A adopção do inglês, como língua de ensino na América Latina absolutamente não "reequilibra" a desigualdade entre sistemas educativos de países de fala inglesa e a América Latina. É tão mercantil o sistema comercial norte-americano no Brasil que os pais e estudantes preferem universidades e países "verdadeiros" de fala inglesa. Mesmo que se a América Latina ou o Brasil tenham boas universidades, elas perdem continuamente mais de 70.000 estudantes para os países de fala inglesa. Estudantes estrangeiros são grande fonte de riqueza. Cada um anualmente paga cerca de 25.000 dólares para moradia, mensalidades e despesas escolares em países como os Estados Unidos, Inglaterra e Austrália. Assim, eles ao mesmo tempo sugam talentosos estudantes e recursos do sistema de educação do Brasil.

Tão lucrativa é a "indústria da educação" em fala inglesa, que a Nova Zelândia, por exemplo, introduziu um imposto específico que incide sobre os cursos. Graças a esta indústria, os Estados-Unidos arrecadou cerca de 12,3 bilhões de dólares. Trata-se de uma evasão de riquezas dos países de língua não inglesa e por isto que norte-americanos e ingleses, pelo fato de não conhecerem outras línguas, muito raramente estudam no exterior. Também o grave é a perda de talentos, como mostra o estudo da OECD; "The Mobility of Highly-skilled Workers", publicado em janeiro de 2002. Os mais talentosos estudantes estrangeiros na Austrália, Estados Unidos e Inglaterra recebem propostas de trabalho e assim, são perdidos, frequentemente durante décadas sem ajudar na evolução social e económica de seus países de origem. Esta
perda de talentos mundiais, que o Brasil também sofre é consequência directa da dominância do idioma inglês.

Apesar destes imensos investimentos pessoais dos brasileiros no idioma inglês, organizações e empresas internacionais discriminam aqueles que não falam o inglês perfeitamente ou "de nascença". Para as organizações internacionais nas quais o Brasil também é membro, não mais se reclama devido aos constantes anúncios de empregos para falantes "de nascença" do inglês. Não se trata de exigir um "conhecimento excelente" ou "perfeito domínio" de uma língua, mas de sua origem social ou nacional: mesmo que você fale excelentemente, perfeitamente e quase sem erros o inglês, você não seria aceito nestes empregos. Durante os últimos anos, a Associação Mundial de Esperanto seleccionou mais de 500 ofertas de empregos destinadas apenas para falantes "de nascença" do idioma inglês.

A discriminação linguística feita por firmas e organizações - e também pela Organização Internacional do Trabalho, pelo Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU , pela Organização Mundial do Turismo, pela Organização Mundial da Saúde e por outras organizações das Nações Unidas, indicam uma das mais graves violações às outras línguas; esta desvalorização social e económica pelo mundo em virtude da desigualdade linguística. Até mesmo uma empresa no Brasil começa a preferir apenas aquelas pessoas que falam bem o inglês, os candidatos que estudaram em escolas e universidades de fala inglesa e que por isto, quase que perfeitamente dominam o inglês. Pelo mundo, o custo da desigualdade linguística é visível em muitos outros campos. Faltam estatísticas sobre muitos países. Infelizmente, a maior parte dos governos e também os governos do Brasil, preferem pagar bilhões para ensinar o inglês para as crianças e para os funcionários públicos a colher seriamente estatísticas sobre a
desigualdade linguística nas mais diversas indústrias e especialidades.

Peguem o caso da indústria do cinema e da televisão. No último ano, os 20 filmes mais vistos nos cinemas do mundo foram norte-americanos ou produzidos em conjunto com norte-americanos. Em escala europeia, os ainda linguisticamente orgulhosos países de fala não inglesa da União Europeia compraram 10 bilhões de euros mais de filmes, seriados de televisão, vídeos e outros produtos de áudio e vídeo em inglês do que eles venderam para a Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Inglaterra e Estados Unidos. Nos países da União Europeia de fala não inglesa, mais de 75% das emissões televisivas e filmes são produzidos em países de fala inglesa. O inglês, então, efectivamente exterminou a indústria cinematográfica comercial em muitos países. Vocês poderão rir, pois já se acostumaram com a falta da indústria cinematográfica nacional. Saibam que há apenas 30 anos, no meu país, a Itália, a gente se orgulhava da então florescente indústria cinematográfica italiana. No último ano, apenas cinco dos 20 filmes mais vistos na Itália não eram norte-americanos.

Através dos meios de comunicação, o inglês tanto pressiona que agora é possível notar uma rápida mudança até nas mais usadas palavras de nossas línguas. Na França se fala em "e-mails", "weekend", e não "courriel" ou "fin de semaine". Na Alemanha os jovens são "cool" e certamente não "lässing". No
Brasil os clientes do banco usam o "cash dispenser" e não o caixa electrónico.

Esta dominação cultural - e não se trata de "enriquecimento recíproco" - se evidencia no fato de que hoje, o inglês cada vez menos incorpora palavra de outras "línguas grandes" como o espanhol, o alemão ou o francês. O crescente uso de palavras inglesas em outras línguas não incomoda apenas linguistas puristas. Isto é uma indicação confiável do grau de desigualdade linguística nos mais variados sectores. Devido à pressão do inglês, por exemplo, o ensino em inglês substitui ensinos nos idiomas nacionais em universidades pelo mundo. A Malásia e Indonésia, depois de promoverem e zelarem pelos seus idiomas nacionais durante anos, não mais ensinarão disciplinas científicas em idiomas nacionais, mas apenas em
inglês.

Ademais de tais evidentes custos do idioma inglês, falar sobre igualdade linguística é um tema difícil. Os políticos publicamente "lutam" apenas em prol da própria língua e muito frequentemente contra outras "pequenas" línguas. Sem raciocinar, as elites brasileiras adoptam o inglês em diversos sectores, e silenciosamente ou em voz alta acusam os defensores de outras línguas de serem nacionalistas."

Por tudo isso penso que a longo prazo haveria enormes vantagens se caminhássemos para uma língua universal.

"Entretanto, apenas o respeito à diversidade e igualdade linguística garantirá o futuro de nossas 6.000 línguas e a igualdade de tais falantes. Sem tal respeito às línguas, verdadeiro e diário - e não com os discursos eloquentes - os cidadãos do mundo enfrentarão séculos de discriminação linguística. Tenhamos a coragem de dizer que as pessoas têm direitos iguais, e suas línguas também têm valores iguais. Afirmemos que a desigualdade linguística é não apenas artificial como também uma justificativa da desigualdade."

Este discurso parece-me tão ridículo como os que dizem que todos os seres viventes têm os mesmos direitos: Vamos dizer ao leão que não mate o carneiro? Ou andar a 10Km à hora na auto-estrada para não matar os mosquitos? Para mi a desaparição dessas 6.000 línguas substituídas por uma única traria muito mais vantagens culturais e económicas.

"As línguas indígenas no Brasil estão desaparecendo devido á pressão do português".

Se essas línguas e o português tivessem desaparecido 50 anos atrás e hoje todos falássemos a mesma língua eu penso que seria muito melhor.

MAIS em INGLÊS, FRANCÊS E ITALIANO

PODE LER MAIS COMENTÁRIOS E INSERIR O SEU:

http://brasil.indymedia.org/pt/blue/2003/08/260867.shtml

http://www.azine.org/index.php?centro=corpo_noticias.php&nr=000024232