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JUSTIÇA, POLÍTICA, CRIMINALIDADE, FILOSOFIA … IDEIAS PARA UM MUNDO MELHOR , (pela ordem em que foram escritas em Março do ano 2000)

POLÍTICA E JUSTIÇA TEATRAL DE TELEVISÃO OU TELEVISÃO DA POLÍTICA?

COMO OS MAIS HONESTOS CONTRIBUINTES PODERIAM TER O DOBRO DOS BENEFÍCIOS COM METADE DOS IMPOSTOS

No Festival de S. Remo, o acontecimento musical mais popular de Itália, apareceu Jovanotti, um dos cantores mais populares de Itália, a cantar um pedido ao Presidente para perdoar as dívidas de Itália aos países pobres. O Presidente D`Alema recebeu Jovanotti e foi perdoada a dívida a Moçambique que entretanto se tornara popular pelas imagens da calamidade e da miséria.

A oposição atacou o Presidente de se ter servido da televisão, do Festival e de Jovanotti para fazer propaganda política. Parece que o perdão da dívida já estava decidido ou pelo menos na ordem do dia e com toda esta encenação resultou em grande publicidade para o Presidente. Há quem diga que o Festival de S. Remo è uma espécie de mafia entre televisão, políticos e artistas populares. Espero que aqui o termo mafia se use em sentido de jogo de poderes e não criminal.

Independentemente da maior ou menor veracidade do que se diz, a verdade è que me parece a política muito dependente dos factos de crónica televisiva: um casal lutou 6 anos por adoptar legalmente uma criança que tinha adaptado na prática embora ilegal porque as leis não permitem adopções com diferenças de idade superior aos 40 anos, uma decisão do Supremo deu-lhe legalidade e passou ao Parlamento a discussão da alteração do número de anos para poder adoptar crianças. Esta lei, como aliás a maioria das leis, nascem para responder a um problema concreto de um determinado momento esquecendo que as condições se alteram muito rapidamente e surgem novos problemas. Quando o Parlamento chega a aprovar uma alteração a uma lei e a sua aplicação fica regulamentada corre o risco de já estar ultrapassada. Entretanto pode haver milhares de leis ultrapassadas mas que não tiveram a sorte de cair nas graças ou nos sentimentos da opinião pública e não são alteradas.

Um casal obteve de um juiz a autorização de procriar um filho no útero de outra mulher, a chamada "barriga de aluguer". Justificou-se com a Constituição que diz que todo o casal tem direito aos filhos. Isto levantou muita polémica e estão já a preparar leis que regularizem tal actividade. Entretanto um colégio de juizes impugnou a decisão do outro juiz proibindo a concepção. Como se diz a Nápoles, mal nasce a lei nasce a contra-lei, isto è, o aproveitamento da lei para vigarices e comportamentos opostos ao espírito da lei. Neste caso concreto em que a esposa não pode fazer crescer o filho e têm uma amiga disposta a oferecer o corpo gratuitamente e só por amizade e humanismo a opinião pública parece favorável. Menos favorável quando se trata de pagamento.

Este caso vem juntar-se a muitos outros na minha concepção de uma NOVA JUSTIÇA em que o bom senso, humanismo e outros valores superiores se sobreponham a todas as leis. Reconheço os perigos mas para grandes males devem aplicar-se grandes remédios: uma maior liberdade e independência dos juizes deve ser contrabalançada com uma maior responsabilidade. Um juiz do género do "mata-senteças" não só nunca chegaria a Presidente do Supremo Tribunal da Justiça de Itália como permaneceria na escala inferior de "passa - papeis".

A política e a Justiça dependente dos casos de crónica pode ter a vantagem de ir ao encontro do que mais preocupa a maioria. Mas também pode ir ao encontro do que toca a sensibilidade da opinião pública. E pode estar ao serviço de quem tem poder nos meios de informação ou poder de os influenciar. Os dólares da Rússia que passaram através do Partido Comunista Italiano ajudaram a "santificar" a terrorista anti-imperialismo americano, (cf. : http://members.xoom.it/jiimm/aaast.htm). Mas quantas mortes de polícias, juizes, políticos e honestos cidadãos se evitariam se o que se gastou (em meios de informação, diplomacia política internacional, meios humanos e materiais) com a "santa terrorista" se gastasse na luta contra o terrorismo e criminalidade?

Enquanto o Ministro da Justiça se empenhou com todo o seu ministério na transferência triunfal da sua terrorista estava a preparar-se a saída das prisões sem segundo julgamento de dezenas de criminosos com penas de prisão perpétua por centenas de assassinos. A vida de centenas ou milhares de inocentes que morrem vítimas da criminalidade parecem sensibilizar menos certas pessoas do que o estado desconfortável de uma terrorista que quer cumprir a pena na sua terra natal, (Itália), e depois disse que estava melhor na prisão americana. O chamado "ministro da terrorista", o deputado e grande testa do comunismo italiano que estava no aeroporto a recebê-la "com um ramo de flores maior do que ele" e disse que a Justiça Italiana è humanista e não como a americana, os jornalistas que fizeram da terrorista uma "santa – heróica", os mais honestos italianos que votam estes políticos e lêem estes jornais não se sentirão vítimas da estupidez humana?

Só depois da morte de vários polícias e inocentes cidadãos se desencadeia a "guerra" contra os traficantes de cigarros de Puglia. Desde há muito tempo se sabe que chegam à costa italiana barcos carregados de tabaco de contrabando, são carregados em camiões protegidos por vários carros blindados prontos a investir contra qualquer carro de polícia que se aproxime. Causaram dezenas de mortos nos últimos anos. Mas só agora porque em poucos dias causaram a morte a dois polícias e vários inocentes se desencadeou a "Operação Primavera". Com 1900 polícias tirados de outras regiões que podem ficar abandonadas à criminalidade enquanto não fazem notícia, com meios especiais muito sofisticados desde helicópteros com raios infra-vermelhos a carros blindados, anuncia-se a grande resposta do Estado na conquista do terreno à criminalidade. A montanha pare um rato e as objectivas dos meios de informação fazem do rato um elefante: depois de toda a pompa dos meios policiais na região descobrem um depósito de cigarros e um parque subterrâneo numa estrada de campo com muitos carros blindados. Com telecomando levantava-se uma superfície da estrada que permitia aos carros de entrarem no subterrâneo. Se os carros fossem perseguidos pela polícia com alguns minutos de atraso podiam desaparecer no subterrâneo. A polícia continuaria passando por cima sem os ver. Já antes se sabia que as organizações criminosas possuíam centenas destes meios, alguns já tinham sido apreendidos pela polícia e devolvido pela Justiça à italiana com a pressão dos bons advogados da mafia.

Com todo este espectáculo espantam os grandes traficantes e os pequenos vendedores de cigarros de contrabando que precisam de alimentar as famílias passam a roubar e a cometer outros crimes. O ministro da Administração Interna aparece na televisão como comandante supremo desta guerra em que parece vitorioso mas não passa de fantochadas: os meios policiais deixaram outras regiões abandonadas, os criminosos fizeram uma pausa ou mudaram de ocupação mas os mais honestos contribuintes pagaram mais por bem pouco: algum tabaco que será queimado e carros que passarão a ser destruídos para não voltarem à criminalidade.

Os mais honestos contribuintes pagam todo este teatro para as televisões transmitirem e os italianos darem votos aos que aparecem na televisão com estas iniciativas espectaculares. Mas não se darão conta que se os 1900 polícias se deslocam para uma região deixam outras sem protecção? E se a operação è anunciada com tanta pompa nos meios de informação só serve para os criminosos passarem umas férias enquanto a trovoada dura e se persiste mudam de ocupação? Toda a gente vê os vendedores ilegais nas esquinas de qualquer pequena cidade. Bastariam "converterem" e "legalizarem" secretamente meia dúzia desses pobres vendedores, darem-lhe algum do tabaco que apreendem e destruem em troca de colaboradores com a Justiça e de ajudarem a prender os vendedores. Estes seriam convidados a "converter-se" e colaborar ou pagar as consequências de todo este tráfico ilícito enquanto existir: os bens dos que não colaborassem seriam apreendidos e os que não tivessem bens seriam condenados a trabalhos forçados até pagarem elevadas multas ou colaborarem. Estou plenamente convencido de que com uma equipa de 19 homens com razoável inteligência, honestidade coragem e bom senso, apoiados por novas leis e novas estruturas de colaboração entre juizes e polícias, fariam mais do que aqueles 1900 homens com tantos sofisticados meios.

Passou quase despercebida dos meios de informação uma outra operação conduzida secretamente com mais inteligência, menos meios, menos teatro e muito mais resultado: a guarda de finança de Milão conduziu uma operação internacional que levou à apreensão de cigarros e meios no valor de 30 biliões de liras e à captura de vários criminosos.

Entretanto mais um chefe da mafia com três condenações à prisão perpétua, fugiu da prisão por um engano qualquer. Voltou a ser preso e voltou a ser posto em liberdade Os maiores mafiosos ou fogem das prisões ou continuam a gerir os seus negócios de dentro. Com estratagemas diferentes, com meios diversos, com leis ou sem leis os criminosos entram e saem das prisões, reciclam actividades e raramente se convertem.

Só em Génova há 36.000 processos que serão arquivados porque se não havia tempo de os julgar com as velhas normas muito menos com o chamado "justo processo". Pergunto a mi próprio se os responsáveis não se sentirão fantoches de uma fantochada a que chamam "Justiça".

Uma senhora esteve 8 meses nas mãos de uma banda de raptores. Consta que a família pagou 5 biliões de liras pelo resgate. Como è proibido pagar ela diz que não pagou nada. Estão 12 da banda presos mas faltam os principais. Se fossem condenados a devolver o que roubaram mais os danos causados ou a passarem a vida na prisão com trabalhos forçados estes raptos tenderiam a desaparecer. Mas com esta Justiça e juizes como o "mata-sentenças que deu liberdade a um raptor por faltar um selo a criminalidade tenderá a crescer. A senhora pede uma indemnização moral simbólica de um milhão de liras pelos 8 meses que esteve presa. Mas para pedir isso tem que se constituir parte civil e pagar muito mais a um advogado, andar caminho dos tribunais e recordar aquilo que quer esquecer. A "Justiça", em vez de fazer justiça no sentido real do termo, comete a injustiça de castigar ainda mais as vítimas com tanta burocracia e estupidez. Os criminosos que a raptaram não serão castigados por dizerem mentiras. Ela, se pagou, sentir-se-á obrigada a mentir para se salvar dos castigos da Justiça, mas fica sujeita a ser castigada por testemunhar falso. Se pagou para salvar a vida como parece evidente terá que dizer aos juizes que não pagou nada. Os juizes, se tiverem um mínimo de inteligência, humanismo e bom senso, talvez descubram que ela mente, finjam aceitar a mentira como verdade para não cometerem mais injustiças. Mas pergunto a mi próprio se não se sentirão fantoches de uma fantochada a que chamam "Justiça".

Recordo um grupo de juizes italianos que escreveu um manifesto contra o juiz "mata-sentenças" quando no auge do poder politico-mafioso de Andreotti deu liberdade a um raptor por faltar um selo e deu liberdade a milhares de mafiosos de alto nível, alguns condenados à prisão perpétua por vários homicídios. Diziam mais ou menos que era a moralidade e a credibilidade da Justiça que entrava em questão. Talvez um dia surjam personalidades com bom senso para verem as consequências das injustiças e fantochadas tradicionais e como tudo se pode fazer melhor.

Com esta impunidade, com riscos mínimos e a perspectiva de lucros fabulosos è natural que muitos dos mais inteligentes se tornem criminosos. Rios de dinheiro que poderiam ser orientados para o bem social são orientados para a criminalidade. Alguns políticos ganham com isso. Em vez de uma política efectiva contra a criminalidade fazem teatro de exposição de meios para os contribuintes verem para onde vão os seus impostos.

Com uma NOVA POLÍTICA e uma NOVA JUSTIÇA os menos honestos seriam educados, os criminosos convertidos ou mantidos em centros de trabalho e reeducação e os mais honestos cidadãos poderiam ter o dobro da segurança e dos benefícios com metade dos impostos.

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GRANDES ÊXITOS: COMO QUANDO E PORQUÊ?

Uma canção que se tornou um grande êxito de Mina e eu considero uma das melhores canções do mundo: "Grande Grande Grande" foi recusada várias vezes por ela e por vários artistas famosos. Só depois de muita insistência dos autores ao longo de 5 anos foi gravada e se tornou um grande êxito de um dia para outro.

"Lambada" uma música que se tornou das mais populares em todo o mundo no final do século XX, esteve cerca de dez anos sem ter êxito levantando depois uma grande polémica com os direitos de autor entre quem a compôs e divulgou.

Paco Bandeira, segundo contou Raul Solnado, quando se apresentou a um teste par televisão, um consagrado maestro disse dele que não prestava. Pouco depois era dos mais populares de Portugal.

O "Diário de Ane Franc" inicialmente não conseguiu editor. O pai decidiu pagar do seu bolso a primeira edição e depois tornou-se um dos maiores êxitos editoriais do século passado.

O "Memorial do Convento" foi recusado por 4 editores. Depois tornou-se um dos livros mais vendidos de Portugal, traduzido em várias línguas e o seu autor José Saramago foi prémio Nobel da Literatura e dos mais prestigiados de fim do século.

Van Gogh morreu pobre embora depois os seus quadros fossem vendidos por fortunas enormes.

Einstein só conseguiu duas assinaturas para o seu manifesto contra a guerra que depois viria a ser considerada a maior calamidade do século. (Ou a maior calamidade do século foi a Revolução Russa que matou mais pessoas, 85 milhões segundo alguns historiadores, por objectivos mais duvidosos?).

Eu continuo a sonhar que um dia os meus escritos acabarão por ser reconhecidos como um dos motores da evolução para um mundo melhor. Será só sonho?

 dl-00-03-03 (dl = "Diário de luta por justiça e por um mundo melhor")

MAIS UM RAPTO, MAIS FANTASIAS, REVOLTA E LUTA POR UM MUNDO MELHOR

Mais um industrial raptado. Não o conheço, não sei quase nada dele nem da família mas sofro com o drama que estão passando e sinto uma profunda revolta contra os responsáveis por esta Justiça, por esta política, por tanta fantochada. Cada rapto faz-me pensar no sofrimento dos milhares de familiares das centenas de pessoas raptadas em Itália nos últimos anos, das dezenas que morreram mesmo depois de as famílias terem pago fortunas, no juiz "mata-sentenças" que deu liberdade a um raptor por faltar um selo, no "grande advogado" que defendia os raptores por serem apenas eficientes homens de negócios…

Se um dia o raptassem e o obrigassem a pagar as consequências das suas vigarices talvez considerasse criminosos os raptores. Mas os outros que raptavam crianças para exigirem dos pais somas enormes não eram criminosos, eram apenas homens de negócios, na sua opinião.

Esta "Justiça", ou melhor, falta de justiça, convida ao crime. O facto de saber que um "grande advogado" está a gozar milhares de contos perante a impotência da Justiça, ou pior, com uma justiça que me faz gastar dinheiro para produzir sentenças fantoches, ou pior ainda, com uma justiça que nem faz nem deixa fazer justiça, convida-me a lutar por uma "NOVA JUSTIÇA". Se não conseguir revolucionar as injustiças e fantochadas da "Justiça" tradicional de forma a obter justiça em vida, deixarei um testamento em favor dos que continuarem a minha missão e mesmo depois da minha morte a luta por justiça continue. Considero a Justiça tradicional responsável por muitos dos chamados crimes de vingança. Talvez muitos acabem por ser considerados actos de heroísmo quando são feitos para fazer justiça que de outra maneira não poderia ser feita. Mas esta è uma filosofia perigosa. O "grande advogado" considerava justo tudo o que revertesse em seu favor ou da sua querida esposa. Os crimes que cometeu talvez sejam por ele considerados actos de heroísmo enquanto não forem condenados pelas leis da Justiça tradicional no meio da qual foi um génio. Mas para mi será um herói maior do Napoleão, Estaline, CheGuevara ou Hitler quem revolucionar as injustiças e fantochadas dos tradicionais sistemas policiais e judiciais. Parece-me evidente que hoje há outros meios de com menos vítimas inocentes fazer maiores revoluções. Essa revolução passará por novos heróis com coragem de lutarem por justiça e por um mundo melhor mesmo quando correm perigos, arriscam a carreira, a profissão e a vida. O mérito de Che Guevara esteve em renunciar a um posto de ministro para ir para o mato deixando família e arriscando a vida. Contesto o mérito de matar inocentes por um ideal duvidoso. Sou pelo princípio de Maquiavel até certo ponto: alguns fins justificam alguns meios. Naturalmente sou pela pena de morte quando a morte de um criminoso salva a vida a dezenas de inocentes. Mas essa evidência nem sempre è objectiva. È objectiva por vezes à posterior: se a Justiça italiana tivesse condenado à morte alguns criminosos dos que foram postos em liberdade teriam salvado a vida de muitos mais honestos cidadãos. È objectivo que se os presos só fossem postos em liberdade depois de educados e convertidos a criminalidade em Itália em determinado momento seria de apenas 20% visto que 80% dos crimes eram cometidos por condenados anteriormente. Mas Itália está na primeira linha na luta contra a pena de morte na América esquecendo as vítimas inocentes da criminalidade em Itália.

Como diz a Sagrada Escritura: "Quem com ferro mata com ferro morrerá". Esta atitude pode tornar-se perigosa se cada um passar a matar para conseguir o que considera justo. Mas há limites de tolerância e de evidência. Presentemente eu estou disposto a lutar por uma "NOVA JUSTIÇA" por meios mais ou menos legais. Não posso deixar de considerar injusto a um sistema judicial tradicional que castiga as vítimas dos criminosos com custosos processos e depois não faz justiça. Não posso deixar de considerar fantoche a um sistema judicial que não faz justiça quando è evidente que poderia faze-la. Se o "grande advogado" cometer mais crimes por não ter sido castigado pelo que fez considerarei a "Justiça" tradicional responsável. Se eu for assassinado pelo "grande advogado" e a "Justiça" tradicional não fizer justiça espero que ao menos a opinião pública acabe por fazer justiça aos responsáveis pela continuidade das injustiças e fantochadas tradicionais.

Espero que os meus textos acabem por ser lidos por pessoas honestas, com ideais de justiça e coragem para lutar contra tanta estupidez institucionalizada.

Senti uma grande emoção e revolta ao ver na televisão uma jovem banhada em lágrimas a dizer que o seu pai não era um criminoso e não merecia ir para a prisão. Entre lágrimas e comoção contou que o pai vivia obcecado e transtornado depois que um ladrão lhe arruinou a vida e foi posto em liberdade. Tinha uma ourivesaria onde trabalhava. O ladrão negociara anteriormente em ouro, conhecia-o, preparou-lhe uma armadilha com dois cúmplices e roubou-lhe uma fortuna de 700.000.000 de liras, (70.000.000$00), em ouro e jóias, deixara-o cheio de dívidas após uma vida de trabalho e viu-se obrigado a fechar a ourivesaria. Aos 55 anos sentiu-se arruinado economicamente e depois psicologicamente. O principal ladrão foi preso pela polícia e posto em liberdade pela Justiça tradicional após terminar o tempo de prisão preventiva sem devolver o que tinha roubado. Ver o homem que lhe arruinara a vida em liberdade sem devolver o que lhe tinha roubado era para ele uma obsessão. Pegou na pistola e matou-o numa praça pública.

Este e outros assassinos que a Justiça tradicional condena são para mi menos criminosos do que esta Justiça que dá liberdade aos autênticos criminosos e mete na prisão quem faz justiça por suas próprias mãos já que não vê outra forma de obter justiça. Este e outros assassinos que a Justiça tradicional condena por fazerem justiça talvez sejam menos criminosos e mais heróis do que Che Guevara, Napoleão, Estaline e tantos outros …

Che Guevara matou muitos inocentes cujo único crime era cumprirem o seu dever. Para quê? Para que alguns povos continuassem com uma civilização inferior? Não estariam melhor Cuba e Bolívia sob o imperialismo americano do que sob o imperialismo soviético ou abandonados às selvagens lutas de criminosos, mafias e clans da droga?

Napoleão semeou meio mundo de jovens cadáveres desde Lisboa a Moscovo para deixar a França maior mas deixou-a mais pequena. Nunca percebi como a História considera heróis os que mataram inocentes para roubarem. Não percebo a tolerância com a Justiça tradicional que não faz nem deixa fazer justiça. Dá maiores castigos aos honestos cidadãos que não tolerando as injustiças e a impunidade fazem justiça por suas próprias mãos do que aos autênticos criminosos. Um autêntico criminoso réu confesso de dezenas de homicídios foi posto em liberdade.

Estaline mandou matar milhões de pessoas cujo único crime era o de pensarem diferente e se oporem a uma revolução cujos resultados sempre foram duvidosos.

Em Itália quase todos os dias se assiste ao martírio de inocentes vítimas da mafia e criminalidade. Quantas vítimas inocentes se salvariam com uma justiça mais eficiente contra a mafia e criminalidade?

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APRESENTAÇÃO DE JIIMM: JORNALISMO PARA JORNALISTAS, RESPONSÁVEIS PELA JUSTIÇA, POLÍTICOS, FILÓSOFOS … ELITES E CONTRA-ELITES

È notícia quando pode ter interesse para melhorar comportamentos humanos em qualquer parte do mundo de hoje e do futuro. Por exemplo, li na "Famiglia Cristiana" que o município de Milão gastaria 30 biliões de liras para limpar os "grafits" da cidade. Esta soma astronómica por alturas do enterro de Craxi e da "Tangentopolis" levantou-me dúvidas. Não haverá corrupção pelo meio? E mesmo que não haja não estará a gastar-se uma soma exagerada dos impostos dos contribuintes talvez para fazer-lhes mais mal do que bem? Os "grafits" que hoje alguns combatem mais do que a criminalidade não serão amanhã considerados uma forma de arte mais útil à sociedade do que muitas obras dos museus? Se os "grafits" estimulam a criatividade como defendem alguns psicólogos não seria melhor e mais bonita uma cidade com as paredes cheias de "grafits" do que sem cor ou com cores iguais e homogéneas? Até que ponto será justo que os políticos gastem tanto dinheiro dos contribuintes para destruir o que uns consideram arte e tanto para outras artes? Será justo destruir o que uns consideram arte e impor os gostos artísticos de uma elite?

Quando escrevo uma "carta aberta ao presidente da Câmara de Milão" e lhe pergunto se em vez de gastar 30 biliões de liras para "limpar" os "grafits" da cidade não seria melhor gastar um bilião em prémios aos melhores "grafistas" e 29 biliões para limpeza moral da cidade, estou a despertar jornalistas, políticos, responsáveis pela Justiça para uma reflexão sobre como são gastos os impostos dos contribuintes. E talvez esteja a pôr uma questão filosófica mais importante do que muitas dos manuais de leitura obrigatória das escolas: Será justo que os mais pobres paguem a "cultura", a "arte" e o divertimento dos mais ricos? Convido os jornalistas de todo o mundo a investigarem que "cultura" que "arte" e que divertimentos são patrocinados pelos impostos dos mais honestos contribuintes. Convido-os a desmascararem se houver corrupção ou incompetência.

Recordo que quando os juizes da "Tangentopolis" começaram a investigar a corrupção política de algumas obras públicas de Milão o preço passou para metade. È crença generalizada de que se passa algo idêntico em quase todas as grandes cidades de Itália. E noutras partes do mundo? Quanto dinheiro da Comunidade Europeia não vai para a mafia de Itália e para vigaristas de toda a Europa? Qual è a resposta da tradicional "Justiça"? Quais as consequências? Quantos impostos se poderiam evitar aos contribuintes, ou quantos benefícios se poderiam proporcionar com uma melhor Justiça?

Convido os responsáveis pela Justiça de todo o mundo, especialmente os mais inteligentes, honestos e com bom senso de justiça, a lerem a "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA". Se não modificarem muito do tradicional sistema policial e judicial alguns correm o risco de serem considerados pela opinião pública como fantoches de uma fantochada a que chamam "Justiça".

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CARTA ABERTA AO DIRECTOR DO "MUNDO PORTUGUÊS"

ASSUNTO: A ALEGADA FALÊNCIA FRAUDULENTA DA CEF E O JORNALISMO PARA UM MUNDO MELHOR

Parabéns pelo tratamento jornalístico da alegada falência fraudulenta da Caixa Económica do Funchal, (CEF), e por se propor ser a voz das vítimas.

Como mostro no meu livro "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA", (disponível gratuitamente na Internet: http://members.xoom.it/jiimm/lb.htm ), em geral a Justiça tradicional falha quando entram em jogo os interesses de poderosos. Registam-se excepções quando a opinião pública e os meios de informação estimulam a eficiência da Justiça. Este caso è propício à falência da Justiça tradicional porque entram em jogo os interesses de poderosos, sobretudo políticos, e as vítimas são pobres e arruinadas do ponto de vista económico, psicológico e moral.

Milhares de emigrantes que economizaram algum dinheiro com muito trabalho e muitos sacrifícios para poderem passar os últimos anos da vida com certa tranquilidade económica encontraram-se nos últimos anos de vida a viver em carros, barracas e miséria enquanto os milionários construíam as suas vivendas de luxo com seu dinheiro.

Aquele que perdeu a cabeça e deu um tiro no director do banco onde depositou o dinheiro talvez não seja tão criminoso como aqueles que lhe roubaram o suor de muitos anos de trabalho e sacrifícios. Só cometeu aquele crime por não acreditar na Justiça tradicional e não ver outro meio de fazer justiça. Uma Justiça rápida e eficiente evitaria este e muitos outros crimes.

Os emigrantes, na medida em que vivem em diferentes culturas e por vezes voltam à sua terra com uma cultura já diferente da que deixaram, estão muito sujeitos a ser vítimas de vigaristas, sobretudo daqueles que conhecem as leis e sabem como fazer vigarices permanecendo protegidos pelas leis.

Depois de viver muitos anos no estrangeiro, encontrei Portugal muito diferente de quando aí vivia. Aquilo que me parecia escandaloso passou a ser banal: um advogado vigarizou-me em Itália e em Paris em milhares de contos. Como è um "GRANDE ADVOGADO" sabia que as vigarices só podem ser julgadas onde se cometem. Vigarizando-me em Itália em diversas cidades eu teria de fazer diversos processos em diversas cidades que me custariam mais do que tinha a receber. Só fiz processo numa cidade com enormes dificuldades: a família mais amiga que tinha em Itália e que era testemunha das ameaças mafiosas de morte que acompanharam as vigarices chorou por ter de prestar declarações e arranjou atestados médicos para não comparecer ao julgamento por medo das represálias mafiosas. Mesmo assim o "GRANDE ADVOGADO" foi condenado a 9 meses de prisão e ao pagamento de parte das vigarices. Conhecendo bem as leis da Justiça tradicional bastou transferir-se para Portugal para não pagar as dívidas nem ir para a prisão.

Das vigarices em Paris, com a Justiça tradicional, gastaria mais do que poderia receber, se recebesse.

A Justiça tradicional, permitindo que um "GRANDE ADVOGADO" ganhe mais com vigarices do que com um trabalho honesto, estimula vigarices e criminalidade.

Muitos portugueses foram trabalhar para Alemanha como escravos, viveram na miséria e depois não receberam. Alguns vigaristas, conhecedores do funcionamento da Justiça tradicional, criaram empresas fictícias ou deram falências e ficaram a nadar em rios de dinheiro com o trabalho dos outros.

Espero que a denúncia através dos meios de informação estimule os responsáveis pela Justiça a criar uma nova Justiça mais justa e eficiente para que estes casos não continuem a repetir-se indefinidamente.

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PAPELADAS, LEIS E FALÊNCIA DA JUSTIÇA TRADICIONAL NA "PÁTRIA DO DIREITO"

Em poucos dias cruzam-se notícias que me fazem duvidar da inteligência e bom senso dos responsáveis pela Justiça tradicional:

Lutas entre bandas mafiosas para controlar os contratos de obras públicas causaram a morte não só a vários mafiosos mas também alguns inocentes que estavam por acaso onde as balas passaram.

Dezenas de criminosos condenados à prisão perpétua em primeiro grau entraram em liberdade por passar o limite de tempo de apelo …

Só em Génova, 26.000 processos serão arquivados por falta de tempo de os tocar …

Um famoso processo de acusa de reciclagem de dinheiro da mafia por parte da Fininveste foi arquivado sem passar a julgamento após dois anos de investigação com 100.000 folhas … Se a Fininveste está inocente poderia exigir uma indemnização astronómica pelos danos de imagem. Se está inocente não percebo como perdem tanto tempo e produzem tanta papelada com um caso duvidoso enquanto deixam sair das prisões autênticos criminosos réus confessos de dezenas de homicídios.

Um inocente está há muitos anos na prisão e continuará apesar de os réus do crime de que era acusado se confessarem culpados e declararem a sua inocência.

Cada um destes casos me faz pensar que numa "NOVA JUSTIÇA" com outros métodos até um analfabeto com um mínimo de inteligência e bom senso faria melhor.

Errar è humano. Admitir que se pode errar e corrigir o melhor e mais depressa possível os erros ou enganos seria lógico e normal. Mas o sistema judicial tradicional cai muitas vezes no ridículo com a sua presunção de infalibilidade e burocracias para corrigir os enganos.

As queixas para nada, ou pior ainda, só para serem arquivadas, conduzem à impunidade da pequena criminalidade que depois passa a crimes maiores. Os comportamentos premiados tendem a repetir-se.

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TRIBUNAL DO BOM SENSO

Num grupo de amigos apresentei algumas ideias para programas de televisão. Foram todas consideradas absurdas especialmente aquela que eu considero melhor e em que ponho mais esperanças de vir a ser um grande êxito e fazer uma grande revolução: "Tribunal do Bom Senso".

Estou convencido de que um tal programa como eu o idealizo cairia como uma bomba na "Pátria do Direito" e acabaria por contribuir para uma revolução moral e judicial. Vou continuar a trabalhar mais nesta ideia e a estruturá-la melhor. Veremos se nasce, cresce ou morre.

Uma notícia sobre o CENTRO DE ARBITRAGEM DE CONFLITOS DE CONSUMO DE LISBOA, (CACCL), e do seu trabalho durante 10 anos fez-me ferver de exaltação e revolta: exaltação por ver como uma associação de direito privado dá uma grande lição de justiça célere eficaz e gratuita ao injusto e estúpido sistema judicial tradicional; revolta por ver como o tradicional sistema judicial não deixa fazer uma tal justiça quando se trata de espertos vigaristas ou grandes advogados.

Recorri duas vezes. Fui gentilmente recebido em nítido contraste com a minha experiência com alguns serviços públicos e senti a vontade de me ajudarem. Uma vez porque um senhor me tinha vendido uma fotocopiadora com garantia, deu falência e criou outra empresa, ofereceu-me os serviços de assistência exclusiva da marca, mas a reparação teria de ser bem paga embora estivesse dentro do prazo de garantia. A empresa que dava garantia tinha falido e em seu lugar tinha sido criada outra com as mesmas pessoas mas sem responsabilidades perante os anteriores contratos. Outra porque um senhor compôs um telhado com garantia de cinco anos e deixou-o a meter água. O Centro de Arbitragem só poderia fazer alguma coisa se eu enviasse uma carta registada e ele a recebesse. Mas como ele era um esperto vigarista e a Justiça tradicional … bastou-lhe não levantar a carta para não poder fazer nada a não ser com os tribunais tradicionais. De facto numa reunião dos 4 proprietários da casa só eu era de opinião que deveríamos ir para tribunal. Todos estavam de acordo que com os tradicionais tribunais andávamos 5 a 10 anos a caminho dos julgamentos para recebermos menos do que gastávamos.

Se não fossem as limitações da Justiça tradicional o CACCL poderia ser um exemplo do que uma "nova Justiça" poderia fazer não só a nível de consumo mas também de outras injustiças quotidianas. O efeito pedagógico de uma justiça célere eficaz e gratuita teria enorme influência para um mundo melhor.

Cap1

CARTAS ABERTAS AO PARLAMENTO EUROPEU

Nº1: ASSUNTO: JUSTIÇA SEM FRONTEIRAS

 

Um grande advogado está há dez anos a gozar em Portugal milhares de contos que me levou com vigarices e extorsão com ameaças mafiosas em várias cidades de Itália e em Paris. Sendo um grande advogado e conhecendo bem as leis internacionais sabia que cada crime e cada vigarice na Justiça tradicional só pode ser julgado uma vez e só o tribunal do local onde o crime è cometido è competente. Com a Justiça tradicional para fazer processos nas várias cidades gastaria imenso dinheiro e teria enormes gastos para nada. De facto gastei muito para um processo só numa cidade em que ele foi condenado a 9 meses de prisão e ao pagamento de uma parte das vigarices. Mas bastou transferir-se para Portugal para nem ir para a prisão nem pagar nada do que deve: sendo um grande advogado sabe que as leis de Portugal não cumprem nem deixam cumprir as penas aos portugueses condenados no estrangeiro.

Peço ao Parlamento Europeu que crie condições de anular o efeito das leis de qualquer país ao menos da Comunidade Europeia quando impedem verdadeira justiça aos ladrões, vigaristas e criminosos.

Peço ao Parlamento Europeu que se criem condições para as vítimas de injustiças de qualquer país da Comunidade Europeia poderem obter justiça sem as burocracias ineficientes e os custos astronómicos dos tradicionais tribunais de alguns países.

Itália, Março-2000

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RIDÍCULO DA JUSTIÇA TRADICIONAL

No programa "Forum" da TV4 de 07.03.2000 apareceu uma reportagem sobre um julgamento que colocou a Justiça tradicional em extremo ridículo: uma senhora de mais de 70 anos inválida a 100%, paralisada numa cadeira de rodas, foi condenada por agressão física a um chamado público oficial. A juiz do programa manifestou a sua incompreensão em relação ao juiz que a condenou apesar de 3 testemunhas contra a palavra do acusador. Aconselhou o ministério público, (que em geral defende a acusa mas que neste caso propôs a absolvição), a impugnar a condenação. A velhinha na cadeira de rodas tinha aspecto de pessoa boa, nunca tinha sido condenada, metia dó ao senti-la contar que não podia ter feito aquilo de que era acusada. Queixava-se das dificuldades económicas acrescidas com a despesa do tribunal, advogado e indemnização. O advogado iria recorrer da sentença mas provavelmente a pobre velhinha não poderia pagar.

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OS 2 MANDAMENTOS PRINCIPAIS DA NOVA JUSTIÇA E NORMAS GERAIS PARA FUTUROS TRIBUNAIS DE BOM SENSO

1 – As leis têm a sua razão e devem observar-se em geral. Mas o bom senso de justiça quando è evidente poderá estar acima de qualquer lei. Os juizes devem ter maiores poderes mas também maiores responsabilidades. Poderão adquirir maior poder e regalias na medida em que o seu bom senso se mostrar justo e eficiente mas serão responsabilizados pelos seus actos.

2 - Os menos honestos devem indemnizar na medido do possível os mais honestos por todos os danos causado. Isto aplica-se com maior rigor aos ladrões, vigaristas e criminosos. Mas só serão condenados à prisão se não houver condições de fazer justiça, castigar e reeducar com meios menos estúpidos e estupidificantes do que as tradicionais prisões. Por fazer justiça intende-se na Nova Justiça: indemnizar as vítimas e pagar as consequências dos próprios actos. Os dados estatísticos serão tidos em conta para calcular prováveis danos sociais que deverão ser pagos pelos menos honestos para compensar as vítimas inocentes.

Dp00-03-09

CONDENADO OU PROFETA DE UM MUNDO MELHOR?

São 6 horas da manhã e passei quase toda a noite a escrever e trabalhar no JIIMM. O futuro dirá se vale a pena escrever. Continuo a pensar que estou a preparar a maior revolução do milénio: contribuir para um mundo mais convivencial, honesto e eficiente.

As maiores revoluções fizeram-se com muito sangue de inocentes. Espero contribuir para uma evolução em vez de revolução sangrenta.

Talvez deva seguir o conselho de um amigo de escrever como "hoby", só por divertimento e trabalhar "naquilo em que sou bom". À meia noite e meia fui acordado por um telefonema de Viena confirmando-me a minha participação num acontecimento internacional que me pode dar muito prestígio. Mas não sei porquê passei a noite a trabalhar no JIIMM em vez de pensar no que devo fazer em Viena.

Com o JIIMM já tenho lenha para me queimar: se me aplicassem as leis tradicionais como as tenho visto aplicar já teria prisão para toda a vida por ofensa ao bom nome da "Justiça" tradicional. Talvez tenha tido a sorte de só ter sido consultado por alguns amigos … e talvez os meus textos só sejam divulgados depois da minha morte. Talvez um dia me considerem um profeta de um mundo melhor.

Estou prestes para me casar e devo sentir-me responsável perante a minha futura esposa. Talvez deva seguir o seu conselho de não escrever coisas perigosas ou escrevê-las em forma de ficção no livro "O ZÉ JUSTO NA REPÚBLICA DAS BANANAS", (lz).

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OS 2 MANDAMENTOS DA NOVA JUSTIÇA DA NOVA REPÚBLICA DAS BANANAS

1 – A inteligência das galinhas será aplicada à polícia e tribunais para acabar com as injustiças e fantochadas da dita "justiça" tradicional. Os juizes sem juízo descerão a ajudantes de polícias e os polícias mesmo analfabetos com elevado nível de honestidade, inteligência, eficiência e bom senso poderão subir a Presidentes do Supremo Tribunal do Bom Senso.

2 – Fazer justiça justa será a principal missão do novo sistema policial e judicial. Por justiça justa entende-se que os menos honestos e mais contrários ao bem social devem indemnizar as vítimas e a sociedade pelos danos causados.

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CARTAS ABERTAS A ALGUNS RESPONSÁVEIS DE CERTA "JUSTIÇA" TRADICIONAL

N.º 1, ASSUNNTO: OS CRIMES DE QUE CERTA JUSTIÇA È RESPONSÁVEL

Senti uma profunda comoção ao ver num telejornal de Itália as lágrimas de uma filha a dizer que o seu pai não era um criminoso e que depois de ficar arruinado economicamente por um ladrão ficou psicologicamente transtornado ao cruzar-se com ele pela estrada em liberdade. Num desses encontros ficou tão transtornado que foi a casa, pegou na pistola e matou-o. Não suportava cruzar-se com ele na rua sem o poder obrigar a devolver-lhe o que lhe roubara. Tinha uma ourivesaria onde trabalhava. O ladrão negociara anteriormente em ouro, conhecia-o, preparou-lhe uma armadilha com dois cúmplices e roubou-lhe uma fortuna de 700.000.000 de liras, (70.000.000$00), em ouro e jóias. Deixou-o cheio de dívidas após uma vida de trabalho e viu-se obrigado a fechar a ourivesaria. Aos 55 anos sentiu-se arruinado economicamente e depois psicologicamente. O principal ladrão foi preso pela polícia e posto em liberdade pela Justiça tradicional após terminar o tempo de prisão preventiva sem devolver o que tinha roubado. Ver o homem que lhe arruinara a vida em liberdade sem devolver o que lhe tinha roubado era para ele uma obsessão.

Este e outros assassinos que a Justiça tradicional condena são para mi menos criminosos do que os responsáveis por certa "Justiça" tradicional que dá liberdade aos autênticos criminosos e mete na prisão quem faz justiça por suas próprias mãos já que não vê outra forma de obter justiça. Este e outros assassinos que a "Justiça" tradicional condena por fazerem justiça talvez sejam ao menos moralmente menos responsáveis do que quem tem o dever de fazer justiça e permite aos ladrões a viver no luxo com a desgraça de quem trabalha honestamente.

Em minha opinião, os responsáveis por certa "Justiça" tradicional que não faz nem deixa fazer justiça são mais criminosos do que este desgraçado que no cúmulo do desespero perante a impossibilidade de obter verdadeira justiça, preferiu sacrificar a sua liberdade a deixar um criminoso impunido. Para certa "Justiça" tradicional è um criminoso. Com as leis da "pátria do direito" talvez fique na prisão mais tempo do que um autêntico criminoso que matou um polícia para não pagar uma multa ou o réu confesso de 69 homicídios que pode contratar bons advogados que encontram buracos da tradicional "Justiça". Para mi este homem que não conheço è um mártir das consequências de certa "Justiça" tradicional. O ladrão negociara em ouro mas viu que com a "Justiça" tradicional podia ganhar com um único roubo mais do que trabalhando toda a vida. Viu que com a "Justiça" tradicional, mesmo na pior das hipóteses, mesmo sendo preso como realmente aconteceu, passaria uns meses na prisão e poderia depois usufruir os 70.000.000$00 do roubo sem ser obrigado a devolver nada. Esta "Justiça" è responsável por este e muitos outros crimes que se cometem pela certeza que os criminosos têm de não haver verdadeira justiça. Por verdadeira justiça entendo que obrigasse a devolver o que roubou, ou o obrigasse a colaborar para recuperar o roubo, ou o mantivesse na prisão e o obrigasse a trabalhar até que pagasse a ruína que causou. Mas a Justiça tradicional da "pátria do direito" só o condenou a uma leve estadia na prisão à custa dos mais honestos contribuintes podendo depois gozar o fruto de uma vida de trabalho de um honesto cidadão.

Este ladrão faz-me lembrar um "GRANDE ADVOGADO" de Portugal que depois de dez anos de carreira como advogado viu como com a "Justiça" tradicional podia ganhar mais com vigarices e criminalidade do que com um honesto trabalho. Certa "Justiça" tradicional não faz justiça quando os ladrões, vigaristas e criminosos conhecem bem as leis e as suas garantias. Está há dez anos a gozar milhares de contos que me levou com vigarices e ameaças de morte quer directas quer através de pessoas que eram minhas amigas e se viram psicologicamente forçadas a colaborar com as suas vigarices. Arruinou a minha vida como aquele ladrão arruinou o ourives. Compreendo o seu comportamento e mais do que um crime considero-o um instinto social: Como as abelhas que dão a vida para salvarem um enxame parece-me que este homem sacrificou a liberdade para salvar um valor cultural: Não è justo que se permita a uns parasitas criminosos de viverem no luxo com a desgraça de quem trabalha honestamente. Se a "Justiça" tradicional só funciona às vezes a justa vingança surge como uma lição social.

O "GRANDE ADVOGADO" não só me arruinou a vida como me ameaçou de morte. Já fiz um testamento para que se eu não obtiver verdadeira justiça em vida, e se a "Justiça" tradicional não fizer justiça, a luta continue e ao menos a opinião pública condene as injustiças e fantochadas daquilo que chamam "Justiça". 

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ÓDIO, REMORSOS E LAMENTOS. DO HEROÍSMO DO ÓDIO À MESQUINHEZ DO PERDÃO.

No programa "Cominciamo Bene" da RAI3 de 15.03, cujo tema era o remorso ou lamento por algo que se fez ou deixou de fazer, após um padre falar do seu trabalho com criminosos e de como são capazes de actos humanos ou trair a confiança quando menos se espera, apareceu um telefonema em directo de alguém que lamentava não ter matado uma pessoa. Recordou o ourives que matou o ladrão que lhe arruinou a vida. Subentendeu-se das suas palavras que o ourives era um herói e a Justiça que não condenou o ladrão mas condenou o ourives por matar o ladrão era … Contou como um ladrão também lhe arruinou a vida, do que passou a caminho dos tribunais e de como o ladrão vivia na prisão em melhores condições do que quem estava fora da prisão. Concluía lamentando-se de não ter matado esse ladrão que lhe arruinou a vida.

Um psicólogo do estúdio respondeu-lhe: A vida è demasiado preciosa para ser estragada com o ódio. Aquela pessoa que continuava a odiar um ladrão que lhe arruinou a vida continuava a estragar a sua vida com ódio. Possivelmente sofria ele e fazia sofrer os familiares e pessoas com quem convive. O ódio absorve energias afectivas, faz estar mal ao próprio e faz estar mal aos outros. Em vez de se consumir com o ódio a um ladrão que arruinou a vida deve pensar aos milhões de boas pessoas que contribuem para o mundo em que vive.

A plateia aplaudiu-o. Ficou no ar a condenação do ódio e a apologia do perdão. Como Cristo defendeu e a Igreja Católica continua a apregoar. Mas eu senti instintivamente uma certa simpatia pelo que lamentava não ter matado o ladrão e antipatia a certos aplausos de certo perdão. De facto aquilo que mais lamento na minha vida foi de ter sido demasiado bom para quem não merecia. Fiz pelo "GRANDE ADVOGADO" aquilo que até os pais se recusaram a fazer-lhe, alojei-o e alimentei-o gratuitamente a ele e à esposa durante vários meses, tentei por vários meios ajudá-lo a reconstruir a sua vida, arruinei as minhas relações de amizade e mesmo familiares por causa dele e depois de me arruinar economicamente arruinou-me psicologicamente. Se eu tivesse perdoado e esquecido sem deixar sintomas teria certamente sido melhor para mi. Mas eu entrei num grande estado depressivo que resultava de um conflito interno não resolvido. Usando a linguagem de Freud, a tentativa de esquecimento talvez provocasse um recalcamento e uma agressividade que se poderia revelar em autodestruição pela depressão ou qualquer outro sintoma. Se eu perdoasse e esquecesse, contribuiria para que ele e outros, em vez de trabalharem honestamente, aprendam leis para saberem vigarizar com a impotência da "Justiça" tradicional. Eu continuo a pensar que o perdão sem arrependimento è muitas vezes pior do ponto de vista social do que a vingança. O ourives que matou o ladrão depois de o sistema judicial tradicional não lhe fazer justiça è um herói e um mártir por um mundo melhor. Este sistema judicial tradicional que permite aos criminosos viver no luxo com a ruína de um honesto trabalhador è mais criminoso do que todos os "justiceiros" que cometem "crimes" para vingar as injustiças impunidas.

Itália, com todas as suas campanhas contra a pena de morte, com seu sistema judicial de "garantias dos direitos dos cidadãos", com seu sistema prisional "dos mais avançados do mundo" tornou-se um paraíso para os criminosos que, mesmo na quase pior das hipóteses, (a pior è morrerem nas mãos de algum justiceiro), podem ter melhores condições do que muitos dos mais honestos cidadãos que com seus impostos os alimentam, melhores hospitais, televisão com parabólica e tempo disponível sem precisarem de trabalhar.

Tudo isto contribui para que haja em Itália milhares de inteligentes cidadãos a viver no luxo à custa da criminalidade, isto è, roubando o fruto do trabalho dos mais honestos e causando-lhes autênticas catástrofes económicas e psicológicas, com muitas vidas humanas de inocentes. Isto conduz a mais "violações dos direitos humanos" por parte dos criminosos que muitas severas prisões.

Df00-03-17

PENA DE MORTE E OPINIÃO PÚBLICA EM ITÁLIA

Itália tem tradição de estar na primeira linha contra a pena de morte, sobretudo contra a pena de morte na América. Curiosamente, como mostram os cadernos sobre o "Século XX em primeira página" publicados pelo "Corriere della Sera", os grandes nomes do jornalismo italiano consideraram um herói ao homem que no século passado ordenou mais mortes na Rússia: Estaline. O "humanismo" de alguns italianos para justificarem a defesa de algumas dezenas de condenados à morte nos Estados Unidos da América contrasta com a falta de humanismo e mesmo a "santificação", mistificação ou "idolatração" do homem que causou mais mortes num século pelo ideal mais duvidoso. Nos últimos dias ouvi na televisão duas pessoas a defender a morte aos criminosos. Em ambos os casos eram pessoas revoltadas contra a Justiça por ser clemente com os criminosos e não os obrigar a indemnizar as vítimas. Um tinha sido arruinado por um ladrão, gastou tempo e dinheiro a caminho dos tribunais e depois lamentava-se de não ter feito como o ourives que matou o ladrão posto em liberdade sem lhe pagar nada da ruína que lhe causara. Outro foi o único sobrevivente do atentado que matou o juiz anti-mafia Falcone com a escolta. Anunciou-se que o principal responsável entraria no programa de colaborador da Justiça, "pentito" (arrependido), passando a receber mais dinheiro do Estado para ele e família do que os polícias, com certas garantias que escandalizaram a opinião pública. O sobrevivente do atentado disse que fazia aquele trabalho de arriscar a vida pelo respeito e mérito de Falcone, não pelo Estado que se comporta assim com os criminosos. Parece-me que foi o primeiro que senti numa televisão italiana a defender a pena de morte sem ser imediatamente contestado pelo apresentador ou alguém da transmissão.

O uso dos "pentitos", dando-lhes um paraíso em vez da prisão no caso de colaborarem com a justiça, permitiu alguns golpes importantes na mafia. Mas a mafia vingou-se: a um mataram 20 pessoas entre amigos e familiares como represália. Outros "pentitos" foram instruídos pela mafia para destruir concorrentes. Muitos usaram dessas vantagens de liberdade e protecção para reorganizarem a estrutura mafiosa e matarem adversários. Alguns despistaram investigações de acordo com certos interesses mafiosos. No final o Estado Italiano gastou uma fortuna enorme para resultados que poderiam ser muito superiores numa NOVA JUSTIÇA. Está certo o princípio de premiar quem colabora. Mas esse prémio torna-se injusto ao dar aos responsáveis de dezenas de homicídios condições melhores do que a dos polícias que todos os dias arriscam a vida na luta contra a criminalidade. Não compreendam como não reconhecem a injustiça e estupidez da Justiça tradicional de não castigar os criminosos por dizerem mentiras e castigarem os honestos cidadãos que dizem mentiras porque arriscam a vida se disserem a verdade. Qualquer italiano sabe que arrisca a vida e a dos familiares se testemunhar contra os grandes mafiosos que mesmo presos continuam a comandar e a ditar quem deve morrer, onde se devem colocar bombas e causar atentados. Só num processo foram assassinadas 8 testemunhas, algumas nas vésperas de julgamentos em que deveriam testemunhar contra mafiosos.

Imagino que numa NOVA JUSTIÇA, com outros métodos, com outra filosofia da Justiça, com outros meios, o exército de criminosos seria convertido a uma actividade social, os recursos económicos actualmente orientados para a criminalidade seriam orientados para melhorar a sociedade e os mais honestos contribuintes veriam multiplicados os benefícios com muito menos impostos.

Os maiores criminosos seriam imediatamente condenados a dizer a verdade e viver nas condições mínimas dos contribuintes que com seus impostos os sustentam: se há muitos honestos contribuintes que trabalham 16 horas por dia porque não devem condenar os criminosos a trabalhar o mesmo? As condições poderiam melhorar se colaborassem e ajudassem na captura de outros criminosos. Se mentissem e despistassem pagariam as consequências com agravamento das condições. Os que não se arrependessem, não se convertessem e não colaborassem correriam o risco de morrer nas prisões a trabalhar para pagarem as consequências dos seus actos. Em Itália, onde muitos honestos cidadãos morrem por deficiências nos hospitais, uma prisão tem um dos melhores hospitais da Europa. O Estado italiano gasta em média muito mais com a saúde de um prisioneiro do que com a saúde de um dos mais honestos contribuintes.

Isto contribui para que a actividade criminosa atraia muitos dos mais inteligentes e eficientes transformando-se numa verdadeira indústria. As consequências sociais são tais que em minha opinião justificam incluso a pena de morte. Naturalmente que sou pela pena de morte se a morte de um criminoso salva a vida de um inocente. E não tenho a mínima dúvida que a pena de morte de alguns criminosos salvaria a vida de dezenas, centenas ou mesmo milhares de inocentes cidadãos. Imaginem que os políticos italianos decidiam de declarar autêntica guerra à mafia e actividades criminosas. O exército seria chamado a intervir e colaborar com a polícia e Justiça. Os maiores mafiosos seriam isolados para se impedir que continuassem a gerir actividades criminosas de dentro da prisão, seriam obrigados a trabalhar 16 horas por dia, e seriam interrogados nas seguintes condições: ou diziam a verdade ou seriam torturados e continuariam naquelas condições podendo mesmo ser condenados à morte. Em caso de doença só os que colaborassem e dissessem a verdade teriam direito a cuidados médicos. Estou convencido que o sofrimento e mesmo a morte de alguns criminosos salvaria de muito mais sofrimento e muitas mais vidas de honestos cidadãos.

 

df00-03-26

INJUSTIÇA E ESTUPIDEZ DA LEGALIDADE

    Continuam com a destruição de mais de 600 casas clandestinas construídas em Itália nos últimos trinta anos: palácios de vários andares, luxuosas vivendas de mafiosos, casas pobres de gente pobre construídas com enormes sacrifícios ao longo de muitos anos. Pela primeira vez o exército foi chamado a intervir para proteger os que destruiam as casas. As pessoas defendiam as suas casas como quem defende algo inerente à própria vida.

    Morreram várias pessoas ao frio por não terem casa. Não seria mais justo aplicar multas elevadas ou mesmo uma renda ou um imposto aos que possuem casas construidas ilegalmente e com esse dinheiro construir casas para os pobres que todos os anos morrem ao frio? Não seria mais justo sequestrar as vivendas dos mafiosos e com o resultado da venda indemnizar as vítimas da mafia? Ou usar essas vivendas para qualquer actividade social em vez de as destruir? Não será uma injustiça contra os mais honestos contribuintes que devem pagar quem destrói as casas, quem protege os que destróiem e provavelmente as novas casas para os que ficam sem tecto? 

   

PIRES PORTUGAL (E-mail: piresportugal@hotmail.com).

Para saber mais:

a2000-02 = TEXTOS DE FEVEREIRO 2000 NA ORDEM EM QUE FORAM ESCRITOS

a2000 = TEXTOS  ESCRITOS EM JANEIRO  DO ANO 2000

A99 = VIAGEM A PORTUGAL... (1999, 11-12)

CA= "CARTAS ABERTAS", ( geralmente dirigidas a personalidades ou instituições sem carácter pessoal mas em função do que representam).

DA = DIÁRIOS, APRESENTAÇÃO:

DF= "DIÁRIO FILOSÓFICO", (pensamentos, ideias, reflexões).

DL= "DIÁRIO DE LUTA POR JUSTIÇA E POR UM MUNDO MELHOR".

DP= "DIÁRIO PESSOAL", (emoções, sentimentos e reflexões pessoais).

LB= "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA".

LG= "O GRANDE ADVOGADO E A IMPOTÊNCIA DA JUSTIÇA" (livro de 80 páginas brevemente aqui na Internet).

LI = "ITÁLIA E SEUS QUERIDOS CRIMINOSOS".

LJ= "JORNALISMO PARA AMADORES E PROFISSIONAIS".

LP="PUBLICIDADE: DEUSA E DEMÓNIO DA SOCIEDADE DE CONSUMO".

LZ= "O ZÉ JUSTO NA REPÚBLICA DAS BANANAS". (Livro de ficção inspirado em factos reais da sociedade actual).

PAVIE= PROJECTO: ASSOCIAÇÃO DE VÍTIMAS DE INJUSTIÇAS, (AVI), ESTATUTOS.

PJE= "PROJECTO JUSTIÇA OU ESCÂNDALO".

PJSF= PROJECTO: JUSTIÇA SEM FRONTEIRAS.

AA = ÍNDICE GERAL