AGOSTO, 2001:

1 - EU, FALIDO JORNALISTA, PSEUDO-INTELECTUAL, REACCIONÁRIO, OU PROFETA DE UM MUNDO MELHOR?

2 - HERÓIS ACTUAIS: DOS HACKERS, DELINQUENTES E TERRORISTAS DE ITÁLIA A JESUS CRISTO NO "IMPERIALISMO" AMERICANO

3 - A PENA DE MORTE E OUTROS MORTOS NA SENSIBILIDADE ITALIANA

4 - MORTO DO G8 DE GÉNOVA: DELINQUENTE OU HERÓI?

5 - MANIFESTO PARA UM FUTURO GLOBAL

 

1 - EU, FALIDO JORNALISTA, PSEUDO-INTELECTUAL, REACCIONÁRIO, OU PROFETA DE UM MUNDO MELHOR?

Neste momento parece-me que aquilo que escrevo não interessa a ninguém, todos pensam de forma oposta à minha e aquilo que me parece revolucionário è contestado por multidões nas praças, por artistas e intelectuais que receberam o prémio Nobel. Aquilo que me pareceu a maior loucura colectiva de um povo, com o unânime apoio de TODO o jornalismo, opinião pública e política, A DIVINIZAÇÃO DA TERRORISTA Silvia Baraldini , recebeu as assinaturas de dois prémios Nobel, José Saramago e Dario Fo.

Durante mais de dez anos não li na imprensa italiana uma única opinião contra aquilo que me parecia um absurdo: um empenho jornalístico e político por uma terrorista num país martirizado pelo terrorismo. A minha simpatia por Berlusconi começou quando disse que o tratamento dado a uma terrorista transformando-a em heroína contribuía a estimular o terrorismo. Naquele momento todos os partidos queriam atribuir-se os méritos e queriam aproveitar a sua transferência de uma prisão americana para uma italiana para campanha eleitoral. Itália caiu no ridículo da imprensa internacional e passados três dias do seu regresso, quando os jornalistas italianos leram os comentários da imprensa internacional, começaram as controversas e a dizerem o que eu tinha escrito e pensado dez anos antes.

Os preparativos do G8 a Génova e a atitude da imprensa italiana e da maioria dos políticos sobretudo de esquerda, levaram-me a pensar que se preparava a segunda loucura colectiva: todos contra a globalização, todos contra o G8 de Génova. Até o governo presidido por Berlusconi deu 300.000.000$00 para o acolhimento dos manifestantes contra a globalização. Os mais honestos contribuintes italianos pagaram os 15.000.000.000$00 que custaram a organização do G8 e as medidas de segurança contra os manifestantes, os 300.000.000$00 para dormirem depois de manifestarem e agora pagam os 10.000.000.000$00 de danos da violência dos manifestantes e contra eles: um morto, mais de 600 feridos, 130 carros queimados, dezenas de negócios de inocentes destruídos.

Neste momento parece-me que a loucura colectiva não è só italiana mas quase universal: por todo o mundo se fizeram manifestações com estandartes do morto a Génova como se fosse um santo mártir. Afinal era um delinquente de 23 anos que morreu quando tentava atirar um extintor contra um polícia de 20 anos já ferido e em perigo de linchamento no meio de uma multidão que o agredia. Nos mesmos dias morreu uma criança e vários inocentes vítimas da mafia e criminalidade mas não houve manifestações nem sensibilidade como por um delinquente.

Muitos políticos da esquerda italiana parecem-me ridículos: primeiro prepararam o G8, como com as eleições passou para as mãos de Berlusconi quiseram aproveitá-lo para causar problemas ao Governo e apelaram às manifestações contra o G8 e a globalização, depois atribuíram as culpas do desastre das manifestações ao Governo. Um expoente da esquerda pareceu-me ridículo com a sua lógica: se a polícia antes não era violenta e com Berlusconi no Governo è violenta a culpa è de Berlusconi… Este senhor não deve ter lido nos jornais como no anterior "Global Forum" de Nápoles, (com Governo de esquerda), a polícia foi igualmente acusada de violência contra os manifestantes.

Muitas vezes na minha vida me senti isolado e contra todos. Muitas vezes as minhas ideias que num momento eram repudiadas por todos tornaram-se depois populares. Hoje penso que com as minhas ideias acabarei por influenciar religiões, justiça e filosofias.

2 - HERÓIS ACTUAIS: DOS HACKERS, DELINQUENTES E TERRORISTAS DE ITÁLIA A JESUS CRISTO NO "IMPERIALISMO" AMERICANO

Um dos livros mais famosos actualmente em Itália, faz-me lembrar os livros religiosos da vida de santos e mártires, mas faz os elogios do mais famoso "hacker", desculpa os seus crimes como se fossem actos heróicos, condena a juiz e a Justiça Americana por mantê-lo em prisão há 4 anos. Eu só lamento que seja mantido em isolamento e não seja obrigado a trabalhar par reparar os danos. Os mais honestos contribuintes americanos pagaram para vários polícias que durante 14 anos se ocuparam da sua detenção. Várias vezes esteve preso e continuou como continuará quando sair da prisão.

O isolamento não è educativo e as prisões tradicionais são uma injustiça e fonte de injustiças: injustiça porque os mais honestos contribuintes continuam a pagar para os anti-sociais, fonte de injustiças porque os preparam a continuar na mesma. Imaginemos uma nova justiça onde os danos da criminalidade eram pagos pelos criminosos e só entravam em plena liberdade depois de reabilitados. Desaparecia pelo menos 90% da criminalidade. Mas com as justiças tradicionais um "hacker" que causa danos astronómicos à sociedade pode entrar em liberdade um dia depois de ser preso, sem indemnizar ninguém, como aconteceu com o filipino autor do vírus "I love You", (cf.: http://members.xoom.it/jiimm/vaci.htm ).

O delinquente que morreu quando atirava com um extintor à polícia no vértice G8 de Génova transformou-se num herói mártir em Itália e em meio mundo.

Che Guevara è talvez o maior herói na Itália da segunda metade do século passado. Sempre me fez confusão como um guerrilheiro que morre e mata inocentes por uma causa falida se transforma em herói. Cuba não estaria hoje melhor se fizesse parte dos USA? Ou se tivesse tido uma política pró USA em vez de pró URSS? México, Bolívia … terão ganho ou perdido com sua oposição ao "imperialismo americano"?

 

O título da capa de "L`ESPRESSO" de 30-08-2001 diz "ITALIANI DA FORMULOA 1 / IN PISTA E IN AUTOSTRADA IL MITO DELLA VELOCITÀ". Em 7 meses, Janeiro-Agosto, morreram 1.713 pessoas no ano 2000 e 1.673 no ano 2001. O mito da Ferrari não será a responsável psicológica de muitas mortes por excesso de velocidade?

Sempre me impressionaram as somas astronómicas que ganham os jogadores de futebol. Por exemplo em CNN.com.br de 17-08-2001 fala-se de 60 milhões de dólares pela transferência de um jogador e Maradona lamenta-se que só uns 10 milhões de dólares desta soma vão ao jogador: ( Maradona aparece com uma camisola com a foto de Che Guevara, um dos principais "heróis" de certa Itália, Cf.: http://cnn.com.br/2001/esportes/futebol/08/17/maradona/index.html ).

De Maradona recordo a notícia muito divulgada em Itália por dever 52.000.000.000 de liras de impostos. Imaginei que o povo italiano não estivesse do lado de um estrangeiro que vem a Itália ganhar fortunas e não paga impostos. A minha primeira surpresa resultou de ver um programa cómico da televisão que punha em ridículo as autoridades italianas por lhe pedirem que pagasse os impostos que deve. A segunda surpresa resultou de ler uma notícia de 115 advogados e notários estarem a trabalhar gratuitamente para o livrarem de pagar aqueles impostos.

"Jesus Cristo é o 'herói' preferido dos norte-americanos" (…) "seguido de Martin Luther King, Colin Powell, John F. Kennedy e Madre Teresa, segundo uma pesquisa do instituto Harris Interactive". (Cf.: http://cnn.com.br/2001/curiosidades/08/15/cristo/index.html ).

 

3 - A PENA DE MORTE E OUTROS MORTOS NA SENSIBILIDADE ITALIANA

Penso que não há outro país mais sensível à pena de morte e mais insensível à morte de inocentes vítimas da mafia, terrorismo e criminalidade. Por exemplo no dia 2001-08-16 a interrupção da sentença de morte na América contra um jovem negro de 17 anos que matou o pai de um juiz para roubar-lhe o carro ocupou os primeiros lugares nos noticiários. Muito depois vem a notícia da prisão dos assassinos de um jovem de 16 anos. Sensibilizaram menos a opinião pública os 16 mortos de acidentes no último fim de semana, vários da criminalidade ou os 150 que morreram em Angola. Isto para falar só dos acontecimentos no mesmo momento. Suponho que uma jovem negra que matou uma idosa para roubar-lhe uma ninharia e foi condenada à morte nos USA , ou a "SANTA TERRORISTA" sensibilizaram mais a opinião pública italiana do que os 85 milhões de mortos que custou a Revolução Russa.

Num "forum" na Internet sobre dezenas de temas o que tem de longe mais intervenções è o da pena de morte. Talvez porque foi posto num momento controverso: um branco extremista de direita foi condenado à morte nos USA por um acto de terrorismo que matou 168 inocentes. Num momento em que rebentaram várias bombas em Itália e se misturam ideias controversas o tema torna-se discutível.

Só num jornal secundário: "Il Mattino", 2001-08-17, p.16, só no final de um artigo sobre os direitos humanos associado à suspensão da pena de morte de Napoleon nos U.S.A, só em poucas linhas, vi uma referência a manifestações a Roma, Paris, Berlim, Bruxelas, Genebra, Aia, Oslo, Estocolmo, Copenhaga e Otava no aniversário do massacro de 30.000 prisioneiros políticos no Irão. Numa ditadura os prisioneiros políticos são heróis. Situam-se precisamente no pólo oposto da minha escala de valores dos criminosos que matam inocentes para roubar-lhe o carro ou a carteira. Recordo várias primeiras páginas da imprensa italiana muito sensibilizada e em grandes protestos contra a pena de morte aplicada a alguns assassinos. Porque razão a sensibilidade italiana se mostra mais tocada com um criminoso do que com 30.000 heróis? Ou para a sensibilidade italiana è mais herói quem mata para roubar ou quem morre ao atirar um extintor contra a polícia do que as vítimas por lutarem contra uma ditadura?

Um título de "Famiglia Cristiana" N.35/2001-09-02, p. 18 diz: "RUANDA, GLI STATI UNITI ACCUSATI DI OMERTÀ": USA PODIA TER EVITADO A MORTE DE 800.000 PESSOAS EM 1994. Tinham morrido soldados americanos na intervenção na Somália e favoreceram o retiro das forças de paz da ONU. Parece-me curioso como em Itália só agora se fala tanto destes 800.000 mortos no Ruanda e como se atribui aos USA um papel de responsabilidade por não ter evitado um genocídio em África. A popularidade de Che Guevara em Itália é um contra-senso: o herói do contra-imperialismo americano e a crítica de não ser suficiente imperialista de impedir um genocídio.

ITÁLIA, 2001-08-11

4 - MORTO DO G8 DE GÉNOVA: DELINQUENTE OU HERÓI?

A primeira impressão que tive sobre o morto de Génova foi a de um marginal e pequeno delinquente. (Cf.: http://members.xoom.it/jiimm/g8.htm : O MORTO, OS VÂNDALOS, OS PRESIDENTES, A TERRORISTA). Os vários movimentos de contestação do G8 fizeram dele um herói. Nas televisões ouvi várias vezes as opiniões do pai e de amigos contestando que fosse um marginal. O pai admitiu que se sustentava com alguns trabalhos em negro como muitos da sua idade. Da imprensa só em letras pequenas apareceram escassas referências aos problemas legais com a polícia. Na Internet, em "ValeOggi 26-08-2001" li: …"Carlo Giuliani, ex tossicodipendente con qualche precedente per porto di coltello, resistenza e oltraggio."

Nos meios de informação italianos e internacionais apareceram milhões de testemunhos que o homenagearam como um herói. Durante quase um mês senti-me o único que contestava o que me parece uma loucura colectiva: transformam um delinquente em herói mundial. Como fizeram com a terrorista Silvia Baraldini , (http://www.members.xoom.it/jiimm/aaast.htm ), com Che Guevara, Napoleão, Hitler, Lenin, Stalin … todos estes que eu considero assassinos por causas falidas.

No CNN.com.br li uma notícia só com os dados que favoreciam o que eles chamam "ativista", com dados a favor dos manifestantes e contra a polícia italiana. Como penso que o Brasil è com Itália dos países de maior corrupção e criminalidade, faz melhor notícia o que è contra a polícia e a favor de criminosos.

A NOTICIA DO CNN DO BRASIL COM ALGUNS COMENTÁRIOS:

TITULO: "Italianos homenageiam ativista morto pela polícia na Cúpula do G-8"

O título è um exemplo de deformação da informação ao serviço de uma ideologia: o morto tinha pouco de "ativista": informações divulgadas falam de ex-toxicodependente, falou-se num passado de pedinte mas o pai corrigiu que ele sempre viveu de trabalhos que fazia "em negro como tantos da sua idade". Ou considera-se ativista pelos antecedentes penais contra a polícia?

"Milhares de

pessoas compareceram nesta

quarta-feira ao funeral do manifestante

italiano Carlo Giuliani, de 23 anos,

morto a tiros pela polícia da cidade de

Gênova durante protestos realizados

na semana passada, paralelamente à

reunião de cúpula do Grupo dos Oito

(G-8).

Giuliani é, supostamente, o primeiro ativista morto por forças de segurança

em uma série de protestos contra a globalização, que coincidiram com

conferências internacionais, ao longo dos últimos dois anos.

"Carlo me ensinou que não se deve julgar uma pessoa pela camiseta

amarrotada, a calça rasgada, os 'piercings' ou o cabelo grande, porque, sob

isso tudo, pode haver uma cabeça que pensa, uma pessoa sedenta por

justiça", disse o pai do ativista, Giuliano, um ex-sindicalista."

Falta a mínima referência às condições ambientais, físicas e psicológicas do polícia que lhe disparou. Vejamos outra versão: um jovem policia de 20 anos com dois colegas encontram-se num jipe circundados por uma multidão que os agride com pedras, tábuas, etc. O polícia recebeu com uma pedra na cabeça, tem a cara ensanguentada, está prestes a perder os sentidos, encontra-se em estado de pânico. À frente da multidão que os agride está um jovem prestes a atirar-lhe com um extintor. Puxa da pistola e dispara-lhe à testa.

"Amigos leram poesias perto do túmulo. Cerca de mil pessoas participaram

da cerimônia fúnebre, incluindo políticos italianos de esquerda.

O enterro foi realizado um dia depois de milhares de pessoas, muitas

gritando "assassinos, assassinos", marcharem pelas principais cidades da

Itália em protesto contra a violência policial durante a cúpula de Gênova.

As passeatas antiglobalização em Roma, Gênova, Florença, Bolonha,

Palermo e outras cidades transcorreram pacificamente, apesar de alguns

manifestantes atirarem ovos contra distritos policiais de Taranto, e sacos

com tinta vermelha nas delegacias de Nápoles.

Nos protestos contra o G-8, cerca de 230 pessoas ficaram feridas, algumas

gravemente, durante a sexta-feira e o sábado da semana passada, quando a

polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os

manifestantes. "

" (Com informações da Reuters)"

Constou-me que os feridos não foram cerca de 230 mas mais de 600 pessoas, entre eles muitos polícias.

A notícia sobre o assunto que me pareceu mais objectiva e sensata foi publicada no "Expresso" de Portugal.

Só um mês depois li na imprensa italiana a primeira opinião coincidente com o que pensei desde o primeiro momento: o ex-Presidente italiano Cossiga defendeu o polícia que por legítima defesa evitou o linchamento próprio e dos colegas contra as agressões de "vulgares terroristas":

"L' ipotesi di reato formulata a carico del giovane carabiniere aveva

provocato la reazione di Francesco Cossiga che ha giudicato "un atto

giuridicamente inconcepibile e un comportamento irresponsabile"

quello della procura genovese nell' aver incriminato il carabiniere che,

ha detto Cossiga, "con un atto di legittima difesa propria e dei suoi

colleghi, ha evitato il proprio e altrui linciaggio da parte di volgari

terroristi che nulla hanno a che fare con i valori nobili della protesta

contro il G8"."

Poucas foram as vozes públicas contra ele e de defesa do polícia que lhe disparou. Só no dia 2001-08-17 na revista "Panorama" vi publicada a primeira fotografia do polícia Mario Plancanica que no dia 20 do mês passado matou o que lhe atirava com um extintor. Durante quase um mês as fotos do morto transformado em santo mártir percorreram o mundo com manifestações frente às embaixadas italianas, em estádios, etc. O polícia que o matou foi pintado como um monstro. A foto mostra o polícia a chorar com a cara toda ensanguentada a chegar ao pronto socorro. Recebeu uma pedrada na cabeça, estava prestes a perder os sentidos aterrorizado no meio de uma multidão que o agredia e quando viu o delinquente a deitar-lhe o extintor disparou-lhe. Pergunto a mi próprio se haverá alguém sem vocação para mártir que não fizesse o mesmo.

Itália, 2001-08-22.

P.S. 2001-09-16:

Só na revista "Gente" de 2001-09-02 li na imprensa italiana alguns dados favoráveis ao polícia e contrários ao morto: "dopo il liceo aveva scelto una vita contro le regole" ,(p. 20), ... un ribelle, un vagabondo … Un tetto ce l`aveva, anche se ogni tanto dormiva all`aperto … De che campava? Qualcosa gli dava il padre, qualcosa un amico, qualcose metteve insieme, facendo picoli lavori, saltuari … ( - disse a namorada. P.24).

Por outro lado só agora li na imprensa italiana que o polícia que lhe disparou acabara de sair de um perigo de vida e estava metido noutro: "si trovava in via Torino a bordo di un blindato, che viene assaltato dai contestatori, e dado alle fiame. (P.26). I carabinieristanno per essere linciati, Mario e gli alti si salvano solo perché arriva in soccorso una pattuglia di colleghi … "Ci hanno tirato un estintore, e io l` ho ributtato fuori … Ho avuto paura … Eravamo accerchiatti, isolati, e quelli ci stavano tirando fuori …", - racconta Mario, (p.28).

Nos últimos tempos, especialmente nos dois meses que precederam o vértice G8 de Génova, parecia opinião quase generalizada, em Itália, da opinião pública, meios de informação e políticos contra a globalização. Ser anti-global tornou-se moda, muitos políticos se serviram do G8 para fazer política e até o Governo de Berlusconi deu 300.000.000$00 dos mais honestos contribuintes para os manifestantes que foram a Génova causar 1.000.000.000$00 de danos que serão pagos pelos mais honestos contribuintes e por vítimas inocentes.

Os movimentos anti-globalização começaram por chamar à atenção de muitas injustiças da globalização. Mas parece-me que em Itália se transformaram numa loucura colectiva: globalizados e manipulados numa luta cega contra a globalização que se transformou em fonte de injustiças e obstáculo aos objectivos que propõem.

No dia 2001-08-17 um padre famoso anti-global num encontro de anti-globalização disse que alguns tradicionais se mostravam intransigentes com o progresso como os fundamentalistas. Fiquei sem saber como se podem considerar progressistas os que lutam contra a globalização e considerar fundamentalistas os que não têm as suas ideias e não foram a Génova incendiar carros, partir montras e destruir selvajamente uma cidade.

5 - MANIFESTO PARA UM FUTURO GLOBAL

Nos últimos tempos, especialmente nos dois meses que precederam o vértice G8 de Génova, parecia opinião quase generalizada, em Itália, da opinião pública, meios de informação e políticos contra a globalização. Ser anti-global tornou-se moda, muitos políticos se serviram do G8 para fazer política e até o Governo de Berlusconi deu 300.000.000$00 dos mais honestos contribuintes para os manifestantes que foram a Génova causar 10.000.000.000$00 de danos que serão pagos pelos mais honestos contribuintes e por vítimas inocentes.

Isto parece-me uma loucura colectiva semelhante ao nazismo, quando 95% da população alemã votou Hitler, milhões de alemães assinaram a sua declaração de guerra e só 2 assinaram o manifesto de Einstein que se lhe opunha. Recordo Wilhelm Reich e o seu livro "PSICOLOGIA DAS MASSAS DO FASCISMO". As multidões cometem loucuras que poucos indivíduos isoladamente seriam capazes de cometer. Ou, como disse alguém: "AS MULTIDÕES TÊM UMA INTELIGÊNCIA INFERIOR À MÉDIA DOS SEUS COMPONENTES". Manipular a opinião pública, comprar ou corromper os meios de informação tornou-se um meio de prostituir as democracias. Mas como nas perseguições ao Cristianismo floresceram os santos e mártires, também em cada momento surgem movimentos espontâneos de luta para contrabalançar as injustiças.

Os movimentos anti-globalização começaram por chamar à atenção de muitas injustiças da globalização. Mas parece-me que em Itália se transformaram numa loucura colectiva: globalizados e manipulados numa luta cega contra a globalização que se transformou em fonte de injustiças e obstáculo aos objectivos que propõem.

No dia 2001-08-17 um padre famoso anti-global num encontro de anti-globalização disse que alguns tradicionais se mostravam intransigentes com o progresso como os fundamentalistas. Fiquei sem saber como se podem considerar progressistas os que lutam contra a globalização e considerar fundamentalistas os que não têm as suas ideias e não foram a Génova incendiar carros, partir montras e destruir selvajamente uma cidade.

Neste momento penso que um dia os que hoje lutam cegamente contra a globalização e estiveram em Génova a partir montras, incendiar carros e destruir negócios serão um dia considerados tão ridículos como os que no início do século passado incendiavam os tractores para protestarem contra a industrialização. A globalização è um facto com grandes mudanças que como qualquer alteração traz vantagens e desvantagens. È necessário adaptar-se com o diálogo como fizeram os 8 representantes dos povos que os elegeram.

As manifestações violentas dificultam estes e outros encontros, impedem que os problemas sejam enfrentados com diálogo e razão em vez da violência. Um encontro da FAO que estava programado para Roma corre o risco de ser adiado de um ou dois anos. E muitos outros encontros deixarão de se fazer. Quer dizer que a violência vai substituir o diálogo.

Estranhei muito que quase não se fale em Portugal do tema mais falado em Itália nos últimos 3 meses. Por um lado penso que pode ser um mau sinal na medida em que pode ser um sintoma de que Portugal não está evoluído ao ponto de ser sensibilizado para problemas actuais e do futuro. Por outro lado penso que pode ser ainda pior como o assunto foi posto em Itália e mesmo a nível mundial de tal forma que em vez de ajudar a resolver os problemas resultantes da globalização ainda os dificulta: em vez de se fazerem encontros para resolver racionalmente os problemas, alguns manifestantes violentos e selvagens dificultam os trabalhos. Eu penso que como diz o Papa devemos "GLOBALIZAR A SOLIDARIEDADE" e progressivamente globalizar a JUSTIÇA, as DEMOCRACIAS e o PROGRESSO dentro de certos limites... atenuar as desigualdades sobretudo as injustas desigualdades, enfrentar os problemas globais com acordos globais, resolver os conflitos com o diálogo e juizes internacionais em vez das guerras tradicionais.

Itália, 2001-08-29

Escrevi recentemente sobre:

G8 E GLOBALIZAÇÃO : http://members.xoom.it/jiimm/a2001-07.htm http://members.xoom.it/jiimm/g8.htm .

GLOBALIZAÇÃO E JUSTIÇA: http://members.xoom.it/jiimm/gj.htm .

GLOBALIZAÇÃO E VIOLÊNCIA: http://members.xoom.it/jiimm/gv.htm .

"GLOBAL FORUM", ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, MANIFESTAÇÕES ... : http://members.xoom.it/jiimm/0106g.htm .

IDEIAS PARA UM FUTURO "GLOBAL OU UNIVERSAL FORUM": http://members.xoom.it/jiimm/0106i.htm

PREPARATIVOS DO G8 DE GÉNOVA (2001.07.20-22): http://members.xoom.it/jiimm/0106p.htm .

" TERRORISMO, CRIMINALIDADE, G8 E GLOBALIZAÇÃO : http://members.xoom.it/jiimm/0106t.htm

VÍRUS, VOLUNTÁRIOS ANTI CRIMINALIDADE INFORMÁTICA ... NOVOS CRIMES E IDEIAS PARA UMA NOVA JUSTIÇA EM TEMPOS DE INTERNET : http://members.xoom.it/jiimm/vaci.htm .

CARTAS ABERTAS AOS RESPONSÁVEIS PELA JUSTIÇA EM PORTUGAL - ASSUNTO: JUSTIÇA E VIOLÊNCIA: http://members.xoom.it/jiimm/carjp9.htm .

 Podem comentar alguns dos meus escritos no FORUM D` "O TROMBONE" www.geocities.com/sssantiagooo/index.html

AO CUIDADO DOS ÓRGÃOS DE INFORMAÇÃO

Gostaria de representar um órgão de informação nos próximos encontros da NATO a Nápoles, (27-27.09.2001) e da FAO (5-9.11.2001 a Roma ?).

Gostaria de ser colaborador de imprensa em "part-time", "free-lancer", proporcionando aos meios de informação tradicionais exclusivos ou antecipações do que coloco todos os meses no meu "JIIMM: JORNAL INTERNET DE IDEIAS PARA UM MUNDO MELHOR" : http://members.xoom.it/jiimm .

PIRES PORTUGAL (E-mail: piresportugal@hotmail.com).

    JIIMM: JORNAL INTERNET DE IDEIAS PARA UM MUNDO MELHOR: http://members.xoom.it/jiimm (1ª página).