CAJB

CARTA ABERTA AO JUIZ QUE JULGARÁ O CASO DA BICICLETA ROUBADA E AOS RESPONSÁVEIS DOS TRADICIONAIS SISTEMAS POLICIAIS E JUDICIAIS.

ASSUNTO: APÊLO AO BOM SENSO DE JUSTIÇA.

     Por me ter queixado de um ladrão me ter roubado uma bicicleta já fui "roubado" pelo tradicional sistema policial e judicial no equivalente a várias bicicletas. Os mais honestos contribuintes ainda perderam mais que eu e pagarão o equivalente a dezenas ou centenas de bicicletas. Não será isso uma maior injustiça do que a que fez o ladrão?

    Imagino que o ladrão foi o menos castigado: não devolveu a bicicleta e talvez nem  tenha comparecido a julgamento. Os mais honestos contribuintes pagam para os polícias se deslocarem a minha casa, para as diferentes despezas do processo, provavelmente para o advogado de defeza e na pior das hipóteses o ladrão passa uns tempos numa das tradicionais escolas de crime a que chamam prizões e quando sai em vez de roubar uma bicicleta rouba um carro como acontece muitas vezes.

    Vários polícias deslocaram-se dezenas de vezes a minha casa, eu desloquei-me quatro vezes a diferentes polícias e tudo isto poderia ser substituído por um simples telefonema e apenas duas palavras da minha parte: Bastava que me telefonassem, me perguntassem se era eu e se confirmava a queixa. Com duas palavras: "sou" e "confirmo" não substituiriam todas as deslocações e burocracias?

    Sendo evidente que passados vários anos o ladrão já não tem a bicicleta e que os tradicionais sistemas não obrigam os ladrões a trabalhar para indemnizar as vítimas, parece-me ridículo que me proponham a nomeação de um advogado que me custaria o equivalente a várias bicicletas.

    Para cúmulo das minhas desgraças fui chamado a testemunhar numa data em que me encontrarei em Itália. E ameaçam-me de multa se não comparecer. Eu nem sequer vi o ladrão a roubar-me a bicicleta. Várias pessoas disseram-me que viram e uma até me acompanhou à esquadra pois viu e conhece o ladrão. Aliás depois notei que ele era bem conhecido na zona por ser ladrão. Algumas pessoas apontaram-me um jovem dizendo que ele também tinha ajudado. Abordei-o e disse-me que o tinha ajudado a rebentar o cadeado porque lhe tinha dito que esquecera o código ou perdera a chave. Não sei mais nada, já disse isto várias vezes e escrevi-o em carta enviada. Querem que faça uma viagem desde Itália para voltar a dizer o mesmo? Será justo castigar-me desta maneira? Não seria menos injusto para comigo e para com os mais honestos contribuintes se em vez de tantas deslocações minhas e da polícia para tantas burocracias pegassem no telefone e me perguntassem se tenho mais informações a acrescentar à queixa que fiz? Não seria mais lógico que dissesse mais verdades ao telefone com um juiz ou polícia do que frente a um possível criminoso sujeitando-me assim a represálias? Os tradicionais sistemas policiais e judiciais não poderiam ser mais eficientes e mais justos, ou menos injustos, se acompanhassem os progressos tecnológicos, nomeadamente o uso do telefone, para não falar da internet?

   

PIRES PORTUGAL ( piresportugal@hotmail.com ).

(P.S. : Esta carta insere-se numa campanha para um mundo melhor que passará por uma revolução radical dos tradicionais sistemas policiais e judiciais).

Para saber mais:

JIIMM: JORNAL INTERNET DE IDEIAS PARA UM MUNDO MELHOR: http://members.xoom.it/jiimm :

LB= "BÍBLIA DA NOVA JUSTIÇA".

DF= "DIÁRIO FILOSÓFICO", (pensamentos, ideias, reflecções).

DL= "DIÁRIO DE LUTA POR JUSTIÇA E POR UM MUNDO MELHOR".

LZ= "O ZÉ JUSTO NO PAÍS DAS BANANAS". (Livro de ficção inspirado em factos reais da sociedade actual).

A99= VIAGEM A PORTUGAL ...

AA= INDECE GERAL.