DFMM
MUNDO MELHOR
Cheguei do Japão com a sensação de um país superior em organização, tecnologia,
humanismo, honestidade e justiça. Tinha um contrato de 8 semanas, trabalhei 3 dias, o
local fechou mas pagaram-me tudo. Não vi discuções, faltas de gentileza ou algo que me
chocasse. Talvez também porque não tinha acesso a qualquer meio de informação que me
desse notícia dos escândalos locais.
Em Itália devoro informações como se tivesse fome de indignação: guerra, escândalos,
injustiças...
Num único jornal: Corriere della Sera, 4-6-99, anuncia-se a paz no Kosovo mas os
bombardeamentos continuam os ódios manifestam-se, a solução não parece fácil; um novo
escândalo de luvas com a Ferrovia dello Stato, (caminhos de ferro italianos) envolve ex-presidente,
empresários e altos políticos; a directora de um banco desaparece com 60 biliões de
clientes que lhe entregaram dinheiro em privado e sem provas para ela gerir e fazer
render. Este vem só na página 19 como um pequeno escândalo a que os leitores já estão
habituados.
Recordo que no Japão os caminhos de ferro são privados, dão muito lucro e funcionam
bem. Em Itália são um poço para onde correm rios de dinheiro dos contribuintes e
funcionam mal. Os escândalos são frequentes: recordo os chamados "lençois de
ouro" em que um ex-empregado se tornou milionário com um contrato de fornecimento de
lençois que lhe deu para fazer a fabrica. Vendia por dez vezes o preço de custo, muito
superior ao preço de mercado internacional.
Em Itália, quase sempre quando entram grandes somas de dinheiro, entra mafia e
corrupção política. Os mais honestos contribuintes são autênticos escravos que pagam
muitos impostos para bens sociais escaços por causa da falta de honestidade de alguns.
Para um mundo melhor é necessária uma revolução policial e judicial que conduzirá a
uma revolução moral. O processo iniciado com Antonio di Pietro deve avançar e
generalizar-se a toda a Europa e depois a todo o mundo. Os menos honestos devem pagar as
consequências dos seus actos. Quem colabora para um mundo mais honesto e melhor deve ser
premiado e quem colabora para um mundo pior deve pagar as consequências. Denunciar a
corrupção e injustiças deve ser um dever cívico e moral, estimulado com prémios a
quem colabora e castigos a quem se cala ou encobre.
Muitos dos maiores escândalos e das maiores corrupções não existiriam se houvesse um
eficiente sistema policial e judicial em colaboração com os mais honestos cidadãos.
Na sociedade italiana muitas das maiores fortunas estão nas mãos de mafiosos, corruptos
e menos honestos, açambarcadas de forma criminosa ou pouco honesta. Alimentam um
exército de pequenos criminosos que tornam difícil a eficiência de quem trabalha. Essas
fortunas devem ser devolvidas à sociedade, aos mais honestos cidadãos, a quem trabalha
para um mundo melhor.
Os processos judiciais do actual sistema arrastam-se por anos indefenidos, só uns 20%
cumprem as penas e mesmo estas são uma segunda injustiça social na medida em que os mais
honestos contribuintes pagam as prizões dos menos honestos e geralmente deixam impunidos
os mais poderosos.
PIRES PORTUGAL ( piresportugal@hotmail.com ).
Para saber mais:JIIMM: JORNAL INTERNET DE IDEIAS PARA UM MUNDO MELHOR: http://members.xoom.it/jiimm :
LB= BIBLIA DA NOVA JUSTIÇA.
DF= "DIÁRIO FILOSÓFICO", (pensamentos, ideias, reflecções).
AA.