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   Da Arte de Cozinhar     -   Pular introdução e ira para as receitas

Preparar comida para mim é especial. Nos trabalhos artísticos acho difícil evitar uma boa dose de vaidade. Quando mostro um desenho, uma foto, um texto, um programa, é como se fosse um pedaço de mim sendo exibido para avaliação; há sempre aquele cheiro de “viu, eu não sou um cara legal”?

Já cozinhar é como dar pedaços de mim para os outros.

Não há absolutamente nenhum sentimento de orgulho próprio. Todo o trabalho é oferecido em dedicação total, feminina mesmo, para quem estou cozinhando para. É por isso que acho tão sem graça cozinhar para mim mesmo, e só consigo se encarar como treinamento.

Uma vez sonhei ser uma figueira gigante na floresta, cuidando de meus frutos o ano inteiro para depois oferecê-los como alimento e sustentar animais e plantas. Isso é a arte de cozinhar.

 

Muito já se debateu sobre qual seria a mais importante das artes. E já se ouviu todo o tipo de resposta:

*para os que amam a música, não há outra atividade mais harmoniosa;

*os poetas não hesitam em colocar sua musa nas máximas alturas do Olimpo;

*os pintores mal reconhecem as outras artes como merecedoras deste nome;

*os escultores dizem que os pintores são apenas uns pretensiosos bidimensionais;

*os atores gargalham e bradam que nenhuma arte supera a arte dramática;

*os arquitetos professam que nenhuma arte faz obras mais úteis que a sua;

*os cineastas afirmam que a sua é a melhor por conter todas as outras;

*e os bailarinos riem e dão saltinhos presunçosos quando perguntados sobre esta questão.

Mas nenhum deles deve ser levado totalmente a sério. Advogam em causa própria, tentando erguer a importância de suas artes à custa de sofismas. Porém, não se deve criticá-los muito duramente. São apenas filhos vomitando elogios às próprias mães, o que raramente é justo mas sempre é compreensível. Para fugir destas parcialidades, precisamos examinar a questão com isenção e criticidade, fazendo um justo arrazoamento para saber qual das artes merece o lugar mais alto no panteão.

Talvez, antes disso, devamos definir o que seja a arte. Recorramos ao velho Aurélio, que diz ser a arte uma

"capacidade que tem o homem de pôr em prática uma idéia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria"

ou então

"toda atividade que supõe a criação de estados de espírito de caráter estético carregados de vivência pessoal e profunda."

Ora, dito isto, não vejo como negar a indiscutível verdade: a maior de todas as artes, a mais importante, a mais valiosa, não é outra que não a velha e nobre arte culinária.

II

Os argumentos a seu favor são tantos que mal consigo colocá-los em ordem. Comecemos por tentar reconhecer a culinária como merecedora da definição de arte do Aurélio. Eu vos pergunto: Não é o ato de cozinhar uma capacidade que tem o homem de pôr em prática uma idéia, valendo-se de dominar a matéria? E mais: A comida não nos provoca estados de espírito carregados de vivência pessoal e profunda? Fizéssemos esta pergunta a Proust e receberíamos um tratado como resposta.

Mas a culinária não é apenas uma arte. É a maior e mais antiga delas. Provavelmente nasceu quando algum nosso antepassado, enquanto brincava com seu peludo rabo, descobriu que a banana ficava melhor sem a casca.

Acima de tudo, as obras culinárias são as mais amadas pelos seus artesãos. Tanto que eles literalmente a consomem. Não se vê pintores comendo quadros nem bailarinas engolindo suas sapatilhas de ponta, mas não há cozinheiro que não experimente sua própria produção. Mais que provar, muitos deles a absorvem totalmente e a criatura passa a fazer parte do seu criador. É uma simbiose perfeita. O inventor dá a vida à sua obra, que por sua vez mantém seu Deus vivo.

Quanto aos efeitos, não há arte mais recompensadora. Basta ficar à porta de uma boa cantina para verificar quão benéficos são seus resultados. Os veneradores desta arte saem dos seus templos, os restaurantes, sempre sorridentes, de bom humor e com as faces rosadas. Por outro lado, nas portas dos teatros e dos cinemas é fácil vermos os espectadores com os olhos marejados e feições desfeitas, havendo até mesmo os que saem chorando como viúvas sem herança.

E se a culinária é a mais nobre, é também a mais útil das artes. O homem pode sobreviver sem valsas, versos, quadros, filmes e danças. Até mesmo sem teto. Mas, apesar de poder passar toda sua vida sem estas artes, ele não sobreviveria mais do que alguns dias sem o alimento. A culinária não é só a mais bela das artes, é também a mais necessária.

* José Roberto Torero é jornalista e escritor.

     Neste site tenho comentado a importância da alimentação nas conquistas geográficas, daí a inserção deste tópico, com o objetivo de ensinar algumas receitas de nosso país, feitas com produtos tipicamente brasileiros, e outras receitas que refletem os hábitos e cultura dos conquistadores ou até escravos.

     Desde que o ser humano surgiu na Terra, a alimentação tem sido fundamental para a sua sobrevivência e conquistas territoriais, exemplo disso está no fato de que boa parte da tecnologia e novos produtos alimentares terem sido inventados para a guerra, como a comida enlatada, os alimentos salgados ou desidratados e, durante as grandes conquista dos capitalismo mercantil, a cura do escorbuto, administrando aos navegantes, alimentos ricos em vitaminas, nessa fase, o alimento foi mais importante do que os avanços técnicos da navegação. Ou então para a conquista espacial, como os alimentos em pasta.

     Na nossa época, do capitalismo financeiro globalizado, a nossa alimentação é fortemente influenciada pela mídia e grandes corporações, tendo visto a proliferação dos fast food, Mcdonald´s etc.

     Daí a importância da inclusão desta rotina em meu site, indicando receitas diferentes, simples, baratas e nutritivas.

     Esta rotina é contribuição da prof. Cristina Draij.

Prof. Pasqual

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