PIRES PORTUGAL  piresportugal@hotmail.com

2002-03-13

SAFIYA, VIOLADA E CONDENADA À MORTE, ISLÃO, JUSTIÇA, CIVILIDADE E OPINIÃO PÚBLICA

Safiya, nigeriana, aos 35 anos esteve condenada à morte por ter um filho fora do casamento. Das controversas versões do processo judicial, reproduzo o essencial do que foi divulgado em Itália: casou-se por amor aos 12 anos. Teve 4 filhos do seu marido. Separou-se por pressões familiares. Foi violada por um amigo do pai, Yakubu Abubakar, casado com duas mulheres e vários filhos. Desta suposta violação nasceu mais uma filha. Queixou-se à polícia do violador mas este ficou livre e ela foi condenada à morte por ter uma filha fora do matrimónio. Devia já ter sido enterrada e apedrejada até à morte, segundo uma lei islâmica da região. A condenação foi adiada para poder amamentar a filha.
Entretanto muita gente protestou contra esta condenação por considerá-la injustiça e uma grande barbaridade. Eu junto o meu apelo especialmente aos povos islâmicos para que coloquem o humanismo e bom senso de justiça acima de leis antiquadas e pouco civis.
Parece-me curioso que quando nos EUA uma jovem preta criminosa assassina de uma velha branca foi condenada à morte, originou grandes protestos na Itália. Entretanto morreram milhares, (ou milhões?) de "inocentes", (para os nossos critérios, a maioria por opiniões políticas ou religiosas), nos regimes comunistas e islâmicos sem grandes protestos italianos. Nos diários italianos só vi pequenas notícias de fim de página. Enquanto escrevia isto vi no TG1 um condenado à morte nos EUA a pedir desculpa às famílias das suas vítimas. Assassinos condenados à morte nos EUA sensibilizam a opinião pública italiana e são notícia de primeira página. Voluntários humanitários condenados à morte nos regimes islâmicos por levarem consigo Bíblias católicas só dão pequenas notícias de fim de página.
Safiya só não passou despercebida porque a Nigéria não è toda islâmica e há uma parte católica que começou a levantar protestos.

P.S. Foi depois absolvida devido aos protestos internacionais, especialmente da Aministia Internacional, (www.amnistiaporsafiya.org). No seu segundo julgamento intervieram 12 advogados voluntários que disseram que ela tinha tido relações sexuais com o ex-marido após a separação.

PENA DE MORTE VISTA DE ITÁLIA

Antes de 2001-09-11 a luta contra a pena de morte nos EUA era um dos temas de opinião mais populares em Itália. Tão popular que as fotografias dos condenados à morte nos EUA serviram para uma grande campanha publicitária da "Benetton".

No sito www.appogeo.it , (3, Novembro, 2000), anunciou-se uma grande campanha: "Un milione di firme "elettroniche" contro la pena di morte negli USA. Una "petizione elettronica" è stata lanciata nel quadro di una campagna chiamata "Insieme contro la pena di morte negli Stati Uniti", con l'obiettivo di raccogliere un milione di firme. (...)

L'iniziativa parte dalle Edizioni l'ecart e dal giornale Marie-Claire, ai quali si sono associati un discreto numero di pubblicazioni e di organizzazioni di sinistra o di difesa dei diritti dell'uomo. (...)
La petizione non è la prima del genere, ma vuole utilizzare le elezioni americane del 2000 per chiedere, se non l'abolizione, almeno una moratoria immediata, per sospendere tutte le esecuzioni in corso.

C'è da dire che numerosi stati americani, seguendo le orme dell'Illinois, hanno già adottato una moratoria, mentre il Texas di George Bush, detiene il record di popolazione nel braccio della morte.

In tutto, sono 3.500 le persone che attendono la loro esecuzione nel paese dello Zio Sam.

I promotori della petizione, hanno anche lo scopo di "sostenere le associazioni che militano per la riapertura dei casi dei condannati che non hanno avuto processi equi".
Infatti, il riesame dei casi penali negli Stati Uniti è spesso impossibile.

Per saperne di più andate all'indirizzo http://www.ecart-type.com/en/Schedule2.htm

Davide Pellegrino" 

JUSTIÇA: